O chefe primeiro disse que os números do desemprego em Portugal são "animadores".
Será que os que os desempregados, que todos os dias são mais numerosos, sentem o mesmo tipo de optimismo? Sobretudo os que sabem que procurar emprego é uma tarefa vã, e que por isso, decidiram baixar os braços e desaparecer das estatísticas?
E' o que se esta' a passar com a situação dos militares. Primeiro, o senhor ministro diz que não há problemas. Depois o senhor secretário de estado remata que as chefias nunca mencionaram qualquer tipo de mal-estar. E' vez das chefias se sentirem em causa, e vão queixar-se ao senhor ministro, que os despropósitos do senhor secretário minam a autoridade dos chefes castrenses. Sua excelência contraria então o seu subordinado de secretário, ao afirmar que afinal as chefias haviam feito chegar aos ouvidos do governo as preocupações das fileiras. Só que as lamentações entram nas orelhas e acabam escondidas nalgum canto sórdido e escuro de uns governantes que sabem esconder o que ouvem. E também o que vêem.