Reforçar a OMS e apoiar a pesquisa
As plataformas sociais, em especial a Twitter, estão cheias de mensagens de ódio contra a Organização Mundial da Saúde (OMS) e também contra Bill Gates. Quem quiser ficar enojado pode fazer um pequeno percurso pela internet. Há lá de tudo sobre estes dois assuntos.
No que respeita à OMS, a “licença para matar” veio do Presidente norte-americano. Donald Trump viu nas hesitações da OMS uma oportunidade para atacar a China, que é um tema que dá dividendos em várias partes do mundo, sobretudo junto dos cidadãos americanos mal informados e ultranacionalistas. Atacar a ONU também possibilita angariar alguns votos, satisfazer as fobias de algumas secções da opinião pública, mas é sobretudo a China que é vista como a rival por excelência dos Estados Unidos. Por outro lado, apontar o dedo na direcção da OMS desvia as atenções, cria uma nuvem que esconde a incompetência e a confusão que têm marcado a maneira de agir de Donald Trump.
Bill Gates é um alvo habitual de críticas por duas razões principais: por ser um bilionário de grande porte e inteligente. A verdade é que se trata de uma pessoa com uma visão muito ampla e com uma faculdade fora de série de antecipação dos problemas futuros. Os curtinhos da cabeça têm dificuldades em aceitar pessoas assim. Através da sua fundação, Gates é hoje um dos principais financiadores filantrópicos na área da pesquisa médica. Está, neste momento, a contribuir financeiramente para que os melhores cérebros científicos possam avançar na investigação de uma vacina contra a covid-19. Fá-lo de modo global, não se limitando aos laboratórios americanos apenas. A sua atitude contrasta com a maneira de agir do Presidente. Está à vontade, fala com serenidade e profundidade, olha para cada questão sob vários ângulos. Tudo isso acaba por sublinhar e pôr em evidência a pequenez de Donald Trump.
O que eu peço aos meus amigos é que não caiam nas armadilhas que por ainda estão montadas, contra a OMS, contra a filantropia e os visionários.