Um pedido no Dia de Portugal
Mais um Dia de Portugal que passo no estrangeiro. Já nem sei quantos são, depois de mais de três décadas a andar pelo mundo. É isso ser emigrante – ao fim e ao cabo, é essa a minha condição na vida. A emigração é, aliás, uma das características definidoras de uma boa parte dos portugueses. Por isso, o dia de hoje é igualmente o Dia das Comunidades Portuguesas.
Enquanto português e membro das “comunidades no exterior”, é como se fosse um dia duplo, dois em um. Um dia em cheio, que para mais nos faz lembrar o Luís, aquele que andou também por várias partes do mundo. E que no fim do percurso voltou à Pátria, sem grandes meios mas rico de experiências e mais capaz de falar de outros mundos, de coisas de assombrar e de culturas diferentes.
Perante isto, transformar a lembrança do dia em conversa de partidos e de sectários não é aceitável. Dêem folga ao arremesso, caros senhores e senhoras da elite. Há muitos outros dias para falar daquilo que nos divide e antagoniza, para lançar pedras e atacar a torto e a direito o lado oposto.
Seria bom ficar acima do quotidiano rasteiro um dia por ano. Seria uma maneira nova de celebrar Portugal. Sei que não é fácil, mas aqui fica o pedido.