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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

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A guerra cibernética

Estamos à beira de ataques cibernéticos em massa contra alvos na Ucrânia e nos estados-membros da União Europeia. Os objectivos são de duas ordens: criar uma complexa paralisia de serviços essenciais; roubar informação sensível.

O ataque contra o Ministério dos Negócios Estrangeiros português terá visado a obtenção de informação sensível. Aparentemente, foi um ataque com sucesso.

 

O mestre do jogo

Vladimir Putin continua a ser o mestre do jogo. E ainda não mostrou todas as cartas que esconde junto do peito.

Ao mesmo tempo que o seu ministro da Defesa anunciava que algumas tropas e material estavam a sair da zona dos exercícios, ou seja, de áreas perto da fronteira com Ucrânia, decorria um ataque cibernético contra o Ministério da Defesa e os principais bancos nacionais. O sistema informático das forças armadas ucranianas ficou fora de serviço. Assim, a liderança e coordenação da defesa do país ficaram inoperacionais.

Para muitos observadores, uma acção deste tipo é executada em preparação de uma ofensiva contra as forças armadas. Pessoalmente, não vou tão longe na minha análise. Mas vejo esse ataque como parte de um processo de desestabilização da Ucrânia. Imagino que intervenções desse género possam repetir-se nos próximos tempos. Essa é a maneira moderna e eficaz de hostilizar um adversário, de lhe criar problemas de grande envergadura, sem ser preciso disparar um só tiro.

O ataque cibernético

Não tenho informação privilegiada sobre o ataque cibernético contra a rede da Vodafone.

Todavia, tendo em conta o alvo, ou seja, uma empresa de telecomunicações que por definição deve estar altamente protegida contra os piratas informáticos, e o objectivo, que aparentemente era o de interromper um sistema importante para a ordem interna e a economia, creio que a origem do ataque só pode estar num serviço oficial baseado num Estado hostil. O grau de sofisticação necessário para uma operação destas só existe em estruturas secretas, pertencentes a forças militares ou a serviços de espionagem e de ofensivas cibernéticas.

Mais ainda, este incidente poderá ter sido um “exercício de prática” de uma dessas estruturas, ou então, uma espécie de aviso do que poderá acontecer se se passar a um patamar mais intenso de um conflito híbrido.

Por tudo isto, é essencial que haja colaboração entre os diversos organismos de investigação bem como com peritos estrangeiros, de nações aliadas, para que se compreenda o que se passou e se tirem as conclusões mais apropriadas.

É de prever que acções deste tipo voltem a acontecer. Convém aprender, melhorar, intensificar os meios de protecção – nomeadamente os meios humanos – e esclarecer as pessoas, de modo a evitar que a penetração dos sistemas se faça por razões de desconhecimento e de desleixo.

 

 

 

A nossa fragilidade estratégica

https://www.dn.pt/opiniao/taiwan-aqui-tao-perto--13895355.html

Aqui fica o link para o meu texto de hoje no Diário de Notícias. E também fica um parágrafo desse texto. É o parágrafo de abertura, que só por si, diz muito. 

"Taiwan faz parte do nosso quotidiano. Assim acontece porque a empresa que produz a quase totalidade dos chips ao nível mundial, usados em tudo o que é electrónica, telemóveis, autómatos e veículos automóveis, é a Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC). Um colosso omnipresente, mas discreto, que vale na bolsa duas vezes o PIB de Portugal. E que convém lembrar, nesta semana em que se fala tanto da China."

Inteligência Artificial e Ciberespaço

A Plataforma de Associações da Sociedade Civil (PASC) e a Associação para a Promoção e o Desenvolvimento da Sociedade de Informação (APDSI) querem que eu e mais três especialistas - eles são os especialistas nessas coisas da Sociedade da Informação e da Inteligência Artificial - respondemos às cinco questões enumeradas mais abaixo.

Não é nada fácil. Iremos falar disso no dia 11 de Julho às 17:00 horas na Quinta do Bom Nome, em Carnide, Lisboa. Mas não sei se sairei dessa sessão - que é pública, pode lá vir quem se inscrever - com bom nome...

Mas que é uma excelente iniciativa conjunta da PASC e da APDSI,  isso sim.

Dizem eles: A inteligência artificial está a alterar o equilíbrio de poder no ciber e no geo-espaço e é necessário responder a novos desafios:
- Quais os pressupostos da política e da soberania dos estados, dentro e fora das fronteiras nacionais?
- Será que as atuais alianças internacionais sobreviverão?
- Será que irão surgir novas soberanias no ciberespaço?
- Quem vai governar a Internet e mandar em todos nós?
- Qual o papel da cidadania num contexto de transformação digital e nestes novos espaços de poder?

Que direi eu?

Os meus comentários semanais

O Magazine Europa, da Rádio Macau, aborda esta semana os resultados eleitorais na Itália, a social-democracia alemã e na Europa, as declarações de Vladimir Putin, mais a guerra comercial de Donald Trump, a cibersegurança e também um tema muito actual, o frio.

Para ouvir o programa e os meus comentários, o sítio é este:

http://portugues.tdm.com.mo/radio/play_audio.php?ref=10022

A cimeira do futuro

A realização do Web Summit em Lisboa coloca Portugal no mapa de quem se interessa pelas novas tecnologias da informação. Para além dos benefícios económicos e das oportunidades de investimento que poderá abrir, a cimeira dá uma marca de modernidade ao nosso país.

Para mais, decorre em dias de Sol e de céu azul.

Portugal pode assim projectar-se como a Califórnia tecnológica da Europa. Como uma alternativa e também como um complemento.

Tudo isto deverá igualmente servir para nos lembrar que continua a ser fundamental investir mais e melhor na formação dos nossos jovens em matérias que tenham que ver com as matemáticas, as engenharias, as ciências de ponta e as indústrias criativas.

A educação é melhor investimento no futuro de um país. Esta é uma verdade sabida e repetida. Mas que os nossos políticos não levam muito a sério.

A nossa resposta a Vladimir Putin

Nos últimos anos, na altura de fazer o balanço do ano que termina, Vladimir Putin tem repetidamente aparecido como uma das personalidades mais influentes na cena internacional.

Assim está a acontecer, de novo, neste final de 2016. A situação na Síria, as eleições americanas e as alegações de ciberespionagem e de interferência, o doping “patriótico” dos atletas russos, as incursões aéreas e marítimas das suas forças armadas no espaço geoestratégico da Aliança Atlântica, estas são algumas das grandes questões que aparecem ligadas às opções políticas do patrão do Kremlin. E que têm um impacto profundo nas relações internacionais.

Para além das sanções relacionadas com a crise ucraniana, a UE não tem sabido responder de modo coerente e estratégico aos desafios e às manobras assinadas por Putin.

Sou dos que advogam que é urgente definir uma posição política comum que responda às acções hostis que vêm de Moscovo. Sei que não será fácil definir um quadro que possa ser aceite por todos os aliados. Mas, apesar dessa dificuldade, é fundamental aprofundar a reflexão e propor uma resposta adequada.

Essa resposta deverá ter em conta a linha que Donald Trump venha a seguir em relação a esse mesmo assunto. Ter em conta não quer, no entanto, dizer alinhamento. Antes pelo contrário. A Europa deverá ter a sua própria posição política. Os sinais que nos chegam do outro lado do Atlântico são claros quanto à necessidade de uma resposta que seja inspirada pelos interesses europeus. E que sirva, igualmente, como um exemplo que não possa ser ignorado em Washington.

 

A defesa e a segurança da UE

            Olhar para a defesa da Europa, com segurança

            Victor Ângelo

 

 

            Em matérias de defesa e de ataque, Vladimir Putin funciona como um lembrete permanente. Ou seja, não nos deixa esquecer que a proteção da soberania passa, hoje mais do que nunca, pela boa combinação de meios convencionais com outros, fora da esfera militar. Putin tem sido um exímio utilizador de instrumentos não-militares para ganhar influência geoestratégica, desestabilizar e enfraquecer os países que considera como adversários ou inimigos, e promover divisões que favoreçam os interesses nacionais russos. Em simultâneo, mandou empreender um vasto programa de modernização das forças armadas e de reforço dos serviços secretos, quer internos quer externos. Mas as componentes militares e de segurança são apenas duas das dimensões que fazem parte de um pacote estratégico mais completo e multifacetado, que vai desde a manipulação da informação à utilização dos recursos energéticos como alavanca de política externa, para além das iniciativas mais clássicas, na área da diplomacia, da cooperação e do comércio internacional.

            Vem tudo isto a propósito do debate em curso sobre a defesa e segurança na UE. Desde setembro que o assunto está em cima da mesa. E, como já se tornou hábito nestes últimos tempos, tem havido alguma confusão e ziguezagues, por parte de quem manda a partir de Bruxelas. Assim acontece quando se procura agradar a gregos e troianos, e em especial, à ministra alemã da Defesa, Ursula von der Leyen, que tem aparecido como a principal impulsionadora de um projeto autónomo, simplesmente europeu. É verdade que com a Grã-Bretanha de saída, a Turquia a causar mal-estar na Aliança Atlântica e a incerteza que mancha o céu de Washington, pensar em cenários alternativos para o futuro das forças armadas europeias faz algum sentido. Mas uma coisa são cenários a prazo, outra são as realidades dos próximos tempos.

            Estas problemáticas exigem clareza, sobretudo porque a nitidez dá um sinal de força e permite mobilizar a opinião dos cidadãos. E essa é a questão mais importante. O cidadão europeu precisa de entender as razões que justificariam novas despesas com a defesa e a segurança. Só deste modo aceitará o esforço financeiro suplementar. Por isso, temos que ser claros em matéria das ameaças, do papel que é esperado do conjunto e de cada um dos Estados membros da União, da nossa responsabilidade no que respeita à segurança do nosso espaço comum de liberdades e de direitos, do que podemos e devemos esperar dos nossos aliados não-europeus, em particular dos EUA. Temos sobretudo que refletir sobre a nossa contribuição para o futuro da NATO, com imaginação e coragem política.

            Acima de tudo, é necessário ter em conta uma melhor utilização dos diferentes instrumentos de projeção de poder que estão à nossa disposição, enquanto UE, para além dos relacionados com a força militar.

            Na verdade, a discussão tem sido muito influenciada pela perspetiva militar, contrariamente à necessidade de uma visão multidisciplinar, como Putin nos recorda. E por isso, houve quem reduzisse a questão da “Europa de defesa” à problemática do nosso relacionamento com a NATO. Essa é uma maneira estreita de ver um assunto tão complexo.

            A NATO é fundamental – e neste momento, insubstituível – no que respeita à defesa convencional da Europa. É o braço armado do espaço geopolítico que tem a UE no seu centro. Assim, no futuro previsível e apesar das incertezas, a opção mais apropriada para os países da UE que são membros da Aliança Atlântica consiste no aprofundamento da sua participação nas diferentes áreas de atuação da NATO. Essa deve ser a prioridade. Dispersar recursos, nomeadamente para participar em operações patrocinadas pela UE, só deverá acontecer com conta, peso e medida, já que, se existirem forças e logística disponíveis para além das necessidades da NATO, esses meios devem ser postos à disposição das operações de paz da ONU. Para os seis países da União que não fazem parte da NATO, e em particular para a Finlândia e a Suécia, a decisão deve ir no sentido da intensificação da cooperação e na participação nos vários tipos de exercícios militares conjuntos, que têm lugar cada ano.           

            Ainda num sentido estrito de defesa e segurança, entendo ser oportuno sublinhar, mesmo que resumidamente, três outros aspetos. Primeiro, é altura de passar das palavras aos atos e de pôr em prática medidas concretas que assegurem a continuidade estratégica e a complementaridade operacional entre militares e polícias, nomeadamente nas funções de inteligência e de análise de risco. Segundo, e com urgência, é preciso reforçar a cooperação policial na Europa. Tem havido algum progresso nesse sentido, mas é insuficiente e lento. Terceiro, temos que reconhecer que muitas das ameaças que a UE enfrenta dizem respeito às competências dos serviços de polícia e de outros organismos civis de segurança. A proteção das fronteiras de Schengen, a luta contra o terrorismo e a radicalização, o combate ao tráfico de pessoas, a cibersegurança, a proteção das infraestruturas essenciais, a salvaguarda das instituições de soberania e das informações estratégicas, a resposta às ações encobertas promovidas por Estados hostis, tudo isso cai nas atribuições dos diferentes organismos de polícia. Dito isto, é compreensível que se defenda uma maior participação dos responsáveis das polícias no debate que está em curso. A polícia não pode continuar a ser a grande ausente.

 

(Texto que hoje publico na Visão on line)

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