A cimeira do G8, que teve lugar há dois dias, já passou à história. Quem se lembra hoje do que foi discutido na altura? O facto de ter sido colada à cimeira da NATO fez esquecer o evento. Alguns talvez ainda tenham presente que a Grécia foi o tema central. Mas a Grécia já não é notícia, é um enredo sem fim.
O que vai ficar do G8, receio, será aquela fotografia que mostra os líderes a ver o jogo do Chelsea contra o Bayern de Munique. Uma fotografia interessante, pois revela reacções diferentes, das mais espontâneas até ao ar pesado e preocupado de Durão Barroso. Por que razão estaria com aquela cara tão enfadada? Haverá alguma coisa que não lhe está a correr bem?
Vladimir Putin é o grande ausente da cimeira do G8. Fez-se representar por Medvedev, com a desculpa que está muito ocupado em Moscovo, com a formação do novo governo.
Em matéria de política internacional, esta ausência é uma manifestação de desagrado, que procura atingir sobretudo o país anfitrião, neste caso, os Estados Unidos. Creio, no entanto, que o Presidente Obama, em vez de se sentir ofendido, agradeceu o gesto. Vladimir é um conviva embaraçoso, numa altura de eleições presidenciais na América. Quanto mais longe, melhor.
Trata-se de uma reflexão sobre a cimeira do G8. L' Aquila, a localidade onde decorre a reunião, é terra de tremores. Berlusconi, o actor principal da coreografia dos líderes, sofre de outros tremores, que lhe afectam a imagem.
E o nosso compatriota de Bruxelas, também presente na cimeira, anda a tremer, sem saber o que lhe vai acontecer depois do Verão.