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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

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América Latina

Passo a transcrever o texto que hoje publico na Visão.

Boa leitura.

 

Olhando a América Latina

            Victor Ângelo

 

            Dizer que a UE acaba de redescobrir a América Latina seria um exagero. Mas é certo que em Bruxelas há agora mais interesse por essa parte do mundo, como ficou claro na cimeira da semana passada, que reuniu os líderes de ambos os lados. E ainda bem. No entanto e apesar da beleza das estatísticas, o entusiasmo político do lado europeu continua a parecer algo frouxo. Durante o encontro ninguém quis falar de reticências… Ora, quando se procura estabelecer um relacionamento político e económico mais aprofundado com a América Latina, incluindo as Caraíbas, é preciso ir ao fundo das questões, de modo construtivo, embora sem soberbia nem voos ideológicos próprios de outras épocas.

            Estas relações transatlânticas parecem-me condicionadas por três tipos de fatores. Primeiro, porque quem tem influência na Europa pensa que uma boa parte da América Latina sofre de instabilidade política crónica. Quem decide sobre investimentos e parcerias não gosta de regimes políticos instáveis, suscetíveis de gerar conflitos nacionais fraturantes e populismos desastrosos. Os exemplos da Venezuela e Bolívia causam arrepios. Segundo, os altos índices de criminalidade violenta, evidentes sobretudo na América Central, metem medo e desencorajam. Em terceiro lugar, temos a concorrência. A região é comparada com o potencial de negócios que existe noutros espaços económicos. Os mercados asiáticos afiguram-se hoje como mais atraentes, quando se trata de processos produtivos de ponta. Assim, a atenção dos que querem internacionalizar as suas empresas vira-se primeiro para o Oriente. Sem esquecer que é mais fácil encontrar na China e sobretudo na Índia as qualificações que contam na economia digital do futuro, ávida de engenheiros, programadores e outros profissionais do género.

            A esta encruzilhada de condicionantes convém acrescentar uma outra observação: não há, de momento, no conjunto dos governos dos países mais significativos da América Latina, um só que esteja em condições de assumir a liderança do movimento de aproximação com a Europa. O do Brasil era uma das grandes esperanças. Deste lado do oceano, existe contudo a impressão que Dilma Rousseff e os seus estão cada vez mais prisioneiros de uma situação política interna complexa, que não lhes dá margem para desempenhar um papel de peso na cena internacional. Além disso, a colagem aos BRICS, e em particular à Rússia, é vista como avessa às posições da UE. O silêncio da diplomacia brasileira face à ocupação da Crimeia contrasta com o hábito que até agora prevalecia em Brasília de comentar de modo oficial todo e qualquer incidente internacional.

            Há quem pense no México, que teve direito a uma cimeira à parte, após a regional. O país não será um modelo em termos de ordem pública, mas é visto como relevante para a segurança energética da Europa, sem esquecer a pujança da sua economia. Poderá ser, igualmente, um intermediário político de valor na transformação de Cuba e mesmo da Venezuela. O México, por seu turno, procura um efeito de alavanca na Europa, que lhe permita reforçar o seu diálogo de vizinhança com os EUA.

            Para completar o quadro, creio necessário mencionar a Colômbia, o Peru e o Chile. Diz-se, nos nossos corredores do poder, que estes estados estão no bom caminho.

            A verdade é que a parceria com a América Latina é boa mas ainda tem muito pano para mangas. Portugal pode ter aqui um papel bem mais ativo. E não apenas porque o futuro cabo transoceânico de fibra ótica entre os dois continentes vai partir de Lisboa.

 

 

 

 

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