A derrocada do banco Lehman Brothers e a crise profunda de Merrill Lynch, e há algum tempo atrás, ao nosso nível bem mais modesto, as manobras 'a volta do BCP, mostram que aos bancos centrais se demitiram há já algum tempo das suas funções de supervisão bancária.
Deixaram-se ultrapassar, levaram a filosofia do mercado ate' ao extremo, tudo combinado com uma ganância sem limites, por parte de alguns corretores, de investidores com engenho financeiro, de banqueiros sem qualquer tipo de princípios éticos.
E' altura de voltar a pensar no papel do estado na protecção das poupanças das famílias.
Sem uma classe de líderes desinteressados, verdadeiramente dedicados `a causa pública, e com uma visão moderna de Portugal e do seu futuro, o nosso país continuara' no marasmo em que se encontra. Continuara' a perder pontos em relação aos nossos concorrentes europeus, e não só.
Não e' apenas a questão da dedicação ao serviço público, sem intenções de ganho pessoal, que conta. E' também uma perspectiva que abra Portugal `as novas oportunidades que a globalização e a integração europeia oferecem.
Líderes dedicados, mas com ideias do passado, inspirados por velhas grelhas ideológicas, do tempo da guerra fria e da cultura da foice e da chave de fendas, ou pelo conservadorismo da sociedade rural e arcaica, que já fomos, das caminhadas para as fátimas que nos esgotavam, não nos levam a parte alguma.
Líderes prenhes de interesses pessoais, verdadeiros gestores de fortunas de família, na caça ao tesouro, e de grupos de amigos que se repartem o pequeno bolo que existe, são, por outro lado, moeda corrente. Estamos nas suas mãos e a moral política sofre da sua falta de moralidade.
Não há dúvidas que temos um sério problema de liderança em Portugal.