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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

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Crescemos quando abrimos horizontes

Um clima de corrupção

Um amigo que sabe destas coisas disse-me que a classe política no poder está mais corrompida do que nunca. E isso passa-se quer ao nível nacional quer local. É tudo uma questão de compadrios, de abuso de poder, de obras e melhoramentos desnecessários, de funcionários recrutados sem que haja trabalho para executar. A burocracia, cada vez mais complexa, favorece as práticas corruptas. Inventam se exigências e requerimentos para justificar posições e postos de trabalho, bem como consultorias jurídicas e outras. As instituições que deveriam controlar estas práticas e evitar a corrupção não funcionam, não têm poder, não têm quadros. Esta corrupção ajuda-nos a compreender como é possível haver tanta gente a viver bem acima dos seus ordenados e dos seus rendimentos.

Uma política de habitação a sério

A crise da habitação é um problema complexo, que exige um conjunto sistematizado de medidas. Nesse conjunto, a pior medida é tentar controlar o mercado de modo coercivo. É um erro obrigar o aluguer de casas e fixar limites no que respeita às rendas. As soluções passam pela descentralização da administração pública, o reforço das regiões e das localidades de província, os incentivos aos investimentos fora das áreas tradicionais, o desenvolvimento da rede dos transportes, nomeadamente a rede ferroviária, e a cooperação transfronteiriça, nas zonas em que isso seja possível. A solução também está relacionada com os níveis salariais. Os salários portugueses e as pensões de reforma são vergonhosamente demasiado baixos para permitir um mercado de habitação moderno, rentável e confortável.

Por outro lado, é fundamental simplificar os processos administrativos ligados à urbanização. Isso não quer dizer que não se deva controlar a qualidade da construção. Esse controlo é essencial. Mas é igualmente fundamental que as licenças de construção não demorem anos antes de ser obtidas. Também é fundamental assegurar que as câmaras municipais têm os meios técnicos necessários para garantir o respeito paisagístico e as normas mínimas que uma construção de qualidade deve ter.

Há toda uma reflexão sobre a habitação, a ecologia e o urbanismo que é indispensável iniciar. Infelizmente, esta é mais uma das áreas em que a incompetência governamental é patente. É igualmente um segmento da economia profundamente corrompido.

A corrupção que reina entre os nossos políticos

Foi agora detido o presidente da Câmara Municipal de Espinho e outros com ele relacionados. Falta tratar do caso do presidente anterior, que está agora no Parlamento pelo PSD e, por isso, tem imunidade, que precisa de ser levantada. Estes são mais uns exemplos da vasta corrupção que existe nos meios políticos, nomeadamente à volta do mau funcionamento das autarquias. O poder local é uma via rápida para a corrupção. Beneficia dos fundos europeus, do mau funcionamento do Ministério da Administração Interna, das redes partidárias municipais e distritais, e assim sucessivamente. Muitos dos negócios são à volta dos terrenos e da mudança da sua classificação e de obras inúteis.

Não tenhamos dúvidas: há muita corrupção no seio dos que andam na política.

O trabalho da Polícia Judiciária é de louvar. Mas muitos destes casos morrem depois nos corredores dos tribunais. E assim, o crime compensa.

A crise no Sri Lanka é outra história

Numa das minhas intervenções num canal televisivo nacional, a jornalista “pivot” queria que eu ligasse a crise no Sri Lanka ao problema do bloqueio da exportação de cereais ucranianos, bloqueio esse resultante da agressão russa. Outros comentadores e jornalistas têm feito essa ligação, sendo assim mais uma oportunidade para “globalizar” a crise que foi provocada na Ucrânia.

A violação da soberania ucraniana e o conflito que já dura à 138 dias tem na verdade um impacto internacional enorme. Nomeadamente em matéria de segurança alimentar, de desestabilização dos mercados de combustíveis, de aumento das dificuldades sociais em vários países mais vulneráveis e de polarização política. Mas não me parece correcto – e disse-o na minha resposta – fazer a ligação entre o caos económico e social que se vive no Sri Lanka e a questão dos cereais ucranianos. O colapso político, económico e político em que se encontra esse país tem outras causas: corrupção da classe dirigente, apropriação das riquezas e do poder pela família do Presidente Rajapaksa, a derrocada do sector do turismo por causa da pandemia e o endividamento público para além dos limites razoáveis. O Sri Lanka é um exemplo daquilo a que conduz a má governação, a corrupção das elites e a discriminação social das minorias. Estar a ligar tudo isto à invasão russa da Ucrânia é uma maneira de desacreditar as verdadeiras consequências negativas dessa agressão decretada pelo Kremlin.

 

 

 

 

 

 

 

 

A importância da liberdade de imprensa

Os Pandora Papers revelam, entre muitas outras coisas, corrupção de alto nível e abuso do poder, por parte de certos políticos e dos seus amigos e compadres. Mostram, acima de tudo, a relevância de jornalistas independentes e de órgãos de comunicação social corajosos e conscientes do seu dever cívico. Não foram as instituições judiciárias ou de polícia quem procedeu à investigação. Foi uma coligação de jornalistas, trabalhando em meios de comunicação social sérios e com recursos suficientes. Assim para além de tudo o mais, foi uma vitória da liberdade de imprensa. E uma demonstração que esta é essencial para o bom funcionamento das sociedades democráticas

Nota sobre a corrupção

A detenção do presidente do Benfica não nos permite afirmar que há corrupção generalizada no futebol. Mas permite-nos dizer que as acusações de que é objecto são muito graves. Exigem uma investigação bem feita, com provas claras e um processamento do caso sem demoras. Só assim se evitará todo o tipo de comentários sobre corrupção nas altas esferas, a começar pelos grandes clubes da bola.

A sociedade portuguesa apresenta indícios de altos níveis de corrupção. Um deles é o preço do imobiliário, que é muito superior ao praticado, em condições comparáveis, noutros países europeus, a começar por Espanha, a porta aqui ao lado. Só se pode explicar esses preços por haver muito dinheiro que precisa de entrar nos circuitos normais. O imobiliário é uma das portas de entrada. Se o dinheiro foi ganho de modo irregular, custa menos pagar um exagero de preço por algo que noutros países valeria menos. Esse custo extra é o preço a pagar para limpar o que parece precisar de ser limpo.  

 

 

Desanimações

Um dos meus amigos, que toda a sua vida foi um académico conceituado, enviou-me este serão uma mensagem sobre a vida política portuguesa que terminava com “um abraço desanimado”. Compreendo. Há de facto uma atmosfera de desilusão entre as elites mais genuínas. E, num outro caso, que também me deixou surpreso, vejo um outro académico escrever hoje no Diário de Notícias uma crónica em que procura olhar para a justiça portuguesa pela positiva, quando se trata de julgar casos como os ligados a Sócrates e ao abuso do poder político. Num exercício de bondade excessiva, compara a administração da justiça nos dias de hoje com o que aconteceu durante a ditadura e a Primeira República. Estranhei. Eu teria comparado com aquilo que se faz nos países europeus mais avançados. E ficaria “desanimado”, sem dúvida alguma.

A cena política é favorável aos oportunistas

Dizem os politólogos mais em voga na nossa praça que o caso Sócrates não afecta, ao nível da opinião pública, nem o partido de que foi secretário-geral nem o actual patrão do mesmo partido, o Primeiro-Ministro António Costa. Ao ver os resultados das sondagens, até parece que têm razão.

Talvez afecte, isso sim, o principal partido da oposição e todos os outros aparentados a esse. Primeiro, porque não consegue tirar vantagem de uma mancha que poderia servir como grande tema de ataque, até porque Costa e outros no poder estiveram subordinados a Sócrates, conheciam-lhe os pontos negativos e fecharam os olhos, por uma questão de oportunismo e de carreirismo. Segundo, porque ao não pegarem no assunto dão azo a que se confirme que também eles têm telhados de vidro. Por isso, calam a boca e chutam para fora.

Na realidade, há mais corrupção na nossa política do que aquilo que se pensa. Não se fala da matéria, pois haveria muita roupa suja para lavar. Certos compadres ajudam a que o assunto não apareça nas páginas públicas.

E quanto mais se sabe mais nos apercebemos que a política actual atrai sobretudo quem vê nisso uma oportunidade de subida na vida sem grande esforço, além do saber dizer que sim.

Não convém ser-se ingénuo

Dizem-nos pessoas bem-intencionadas que é preciso “reformar a justiça, de modo a ser mais célere e transparente”. Respondo que os políticos não reformam a justiça porque não querem. Dá-lhes jeito ter uma justiça que não funcione, quando se trata dos grandes e poderosos. Pensar que o que se passa no sector da justiça tem de ver com incompetência, é pura ingenuidade.

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