A cooperação internacional tem funcionado no combate à covid-19, mostrando a importância de agências como a OMS?
A resposta à Covid-19 só será eficaz se houver um esforço global. A cooperação internacional tem de ser intensificada, porque muitos dos países das regiões menos desenvolvidas não têm nem os recursos nem a logística necessária para organizar eficazmente campanhas nacionais de vacinação. Intensificar a ajuda a esses estados é uma prioridade absoluta para obviar o aparecimento de mais variantes e pôr um termo à pandemia. Existe um mecanismo de cooperação vacinal estabelecido pela OMS desde abril de 2020 chamado COVAX. Esse mecanismo é a melhor maneira de chegar aos mais pobres do mundo. Deve ser apoiado sem reservas e com os meios adequados.
Omicron continua a ser um dos grandes títulos da imprensa internacional. A política em muitos países gira à volta dessa nova variante e os mercados financeiros também.
Na Europa, a terceira dose da vacina e a imunização dos menores de 12 anos são a resposta. Mas, mesmo assim, ainda há um número demasiado de pessoas que recusam a vacina. Essa é a preocupação política do momento, em matéria de luta contra a Covid-19. Grupos radicais de extrema-direita têm utilizado esta matéria como cavalo de batalha.
Nos Estados Unidos, o problema é ainda mais complicado. A progressão do número de vacinados é lenta. 72% dos cidadãos foram vacinados com duas doses, mas em certos estados o valor ronda os 60%. Na Rússia existe um certo nível de dúvida sobre a eficácia da vacina nacional, o que acaba por ter um impacto na progressão da campanha de vacinação.
Em África e nos países em desenvolvimento a taxa de vacinação continua demasiado baixa. Os países mais desenvolvidos têm aí um desafio de ajuda que não podem ignorar. A fraca percentagem de vacinados é terreno propício para o aparecimento de novas variantes.
De um modo geral, vamos entrar no novo ano com a questão da Covid a pesar imenso na vida, na economia e nas relações sociais através do globo.