Seriedade, meus senhores!
A notação financeira da dívida pública portuguesa, que mede o grau de confiança no nosso presente e na sua evolução a prazo, baixou de classificação, enviando um sinal forte de crise estrutural em Portugal. Estrutural quer dizer que se trata de um problema profundo, com as raízes bem enterradas no passado e com poucas hipótese de mudar para melhor, no futuro mais próximo. Quer dizer, também, que se vai continuar a andar a passo lento, enquanto outros nos irão ultrapassando.
Não e' apenas a crise económica internacional que explica a fragilidade da economia nacional. Meus senhores, não digam isso com esse ar de seriedade beata. Aceitem os factos. Encarem a verdade de frente.
As causas encontram-se nos muitos anos, e vários governos, de má administração macroeconómica, de falta de incentivos ao investimento de ponta, de burocracias complicadas e paralisantes, e acima de tudo, como resultado de um longo período de insucessos na área da edução, da formação profissional, da preparação para a inovação tecnológica e científica. De indisciplina educativa e de abandono do sistema que deveria preparar os portugueses para um mundo em mudança rápida.