Pouco a pouco, a nossa parte da Europa volta a um certo grau de normalidade. Fazê-lo com prudência, por etapas, é boa política. A principal mensagem que deve ser transmitida aos cidadãos é sobre a responsabilidade de cada um. O vírus ainda não está vencido, continua a circular entre nós, por isso, cada pessoa tem que assumir uma atitude que mostre cuidado e precaução. É nisso que se deverá insistir.
Digo-o por ter falado com pessoas que entendiam o relaxamento das regras como um regresso aos velhos hábitos.
Ursula von der Leyen presidiu a uma conferência internacional de mobilização de fundos destinados ao financiamento da investigação científica de combate à Covid-19. Também foram recolhidas contribuições para ajudar as nações mais frágeis a fazer frente à pandemia. As somas prometidas ultrapassam os 7 mil milhões de euros. Foi um sucesso e a Presidente da Comissão ficou numa posição mais forte. Deve agora aproveitar a embalagem e tomar as rédeas de uma resposta europeia coordenada para o período que agora se inicia, o desconfinamento. O desconfinamento tem várias dimensões, para além da questão sanitária. Deve ser feito de modo harmonioso, tendo em conta a interdependência que existe entre as economias e as sociedades europeias. Cabe à Comissão propor as linhas mestras que deveriam ser seguidas. Depois, cada país fará as adaptações que achar necessárias.
As linhas orientadoras têm que ser realistas e por etapas. Não é prova de bom senso fazer declarações com horizontes temporais muito amplos. Por exemplo, declarar, como foi dito em Bruxelas, que as ligações aéreas da União Europeia com o resto do mundo não deverão ser restabelecidas senão em inícios de 2021, é um exagero. Sem contar que a recuperação económica exige abertura, espaços e facilidades de movimento, trocas com o resto do mundo. As videoconferências são muito úteis, mas não são suficientes. O contacto pessoal, com líderes e gentes de toda a parte, faz parte da recuperação, do progresso e da modernidade.