Os senhores do poder político associados aos escândalos do BPN e do BPP, aos negócios estranhos dos acertos à volta dos contentores de Alcântara, às corrupções em Oeiras, Felgueiras e outras sedes de abuso de poder local, ao Freeport, que vive agora à temperatura das águas de bacalhau podre, e a tantos outros casos de influência e interpenetração de dinheiros e influência política, são uns larápios da pior espécie. Roubaram-nos a inocência com que víamos o exercício das funções governativas. Mancharam a nossa boa fé. Hoje, quando vemos poder, vemos malandrice.
Dias Loureiro, ao que todos dizem, um homem inteligente, é um dirigente do PSD. Um dos seus estrategas, um homem de notoriedade pública. Um dirigente nacional!
A sua fama ficou ainda mais conhecida ao saber-se da suspeita da sua participação activa em negócios de grande obscuridade. Tudo à volta do caso bem notório do BPN, o banco dos senhores da fraude.
Mais ainda, o senhor é igualmente membro do Conselho de Estado. O tal orgão que acompanha as decisões de maior interesse nacional, junto do Presidente da República.
Assim se faz política e negócios às margens da lei e da decência em certos círculos de dirigentes.
O comentário de LFBT ao meu blog sobre os prazos de validade dos partidos é um texto de grande importância, que deve ser lido com atenção. É uma reflexão profunda e inteligente sobre a crise actual, um desafio intelectual que nos interroga.
Levanta a questão fundamental que se traduz na pergunta: Que crise e' esta, que atravessa os Estados Unidos, passa para a Europa e atinge as economias da Ásia?
Diz LFBT que é uma crise de civilização, o fim de uma época, e põe o assento tónico no facto de que o capitalismo nos colocou a todos, com o passar do tempo, numa situação de consumidores frenéticos, com uma estandardização das necessidades e uma produção em massa dos bens e serviços que corresponderiam 'as necessidades assim criadas.
Só que os consumidores não têm os meios financeiros para responder aos estímulos do mercado. Foram recorrendo ao crédito, ate' que se chegou 'a situação actual, quando já não há capacidade para refinanciar os empréstimos, nem para pagar as dívidas.
Pode haver desacordo em relação 'as conclusões a que chega.
Mas penso que a mensagem que procura transmitir é muito clara: é preciso voltar a colocar as pessoas, não o consumo, no centro das preocupações, e' preciso formular uma nova filosofia de vida, uma nova política que vá para além da primazia do capital.
O debate fica assim aberto.
Fica também por fazer o debate sobre o impacto da crise internacional na nossa própria crise económica e social nacional, que e' hoje evidente e inegável, a não ser que se ande de olhos vedados ou 'a caça de votos.