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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

Estamos entregues aos oportunistas

Somos uma geração de egoístas, a viver de modo insustentável, hipotecando o futuro, destruindo a natureza e esquecendo o futuro dos nossos descendentes. Os políticos endividam os países para dar a impressão que se vive bem, com todas as comodidades, que somos dirigidos por gente que sabe o que está a fazer. E na verdade, sabem, têm todas as matreirices: estão a destruir o planeta terra, a ganhar agora sem se importarem com as consequências futuras.

Liderar é preparar um futuro melhor e sustentável. Ser-se oportunista é tratar apenas da imagem que se projecta hoje.

 

A Nova Ordem Internacional

Se a Nova Ordem Internacional reconhecer regimes ditatoriais como modelos, só porque são grandes potências – estou a pensar na China e na Rússia –, então deixem-me continuar na ordem actual, que reconhece as liberdades individuais e os direitos humanos. Na verdade, a ordem mundial que quero ver estabelecida é uma que respeite as pessoas, que lhes permita viver em paz e segurança, e com dignidade. Por isso, é fundamental lutar pela primazia dos valores sobre a força, pelo valor da vida de cada cidadão e pela necessidade de aprofundar a cooperação internacional. E o respeito pela natureza, pelo equilíbrio ecológico, pela renovação dos recursos naturais.

É nesse sentido que o mundo pós-pandemia e pós-agressão russa deve evoluir. É isso que os cidadãos de Myanmar, do Burkina Faso, da Nicarágua, da Síria, da Ucrânia, da Rússia e muitos outros ambicionam.

Acho importante que se debata o que significa construir um mundo novo.

Dia da Terra, dia de urgências

Celebrou-se hoje o Dia Mundial da Terra. Os temas das alterações climáticas, da protecção do meio ambiente, da água, da biodiversidade, etc, são questões fundamentais que precisam de ser tratadas agora.

O presidente norte-americano organizou, para marcar o dia, uma cimeira dos quarenta e tal países mais relevantes em matéria de meio ambiente. Foi uma boa iniciativa. O clima precisa da atenção dos grandes e poderosos deste mundo. E é igualmente um problema comum, que poder favorecer o diálogo e a aproximação política. É preciso, no entanto, passar das palavras à acção. Acelerar o movimento já iniciado. Urgência climática é a expressão e deve ser o motor das realizações concretas.

É igualmente fundamental que as associações de cidadãos sejam mais activas, nos países em que o não são. As questões ambientais devem estar no centro das preocupações de cada um de nós. Os movimentos cívicos têm muita influência sobre a política e, ao mesmo tempo, mostram a maturidade de um povo.   

 

O nosso quadro mental está obsoleto

Apercebi-me há pouco que estamos prestes a entrar na terceira década do Século XXI. O passo seguinte foi ficar pasmado ao reconhecer que continuamos a pensar e a falar de política como o fazíamos nos anos 70 ou 80 do século passado. Isto, apesar das enormes mudanças que entretanto ocorreram e dos desafios completamente diferentes que agora temos que enfrentar.

A agricultura e a cooperação com África

Texto que hoje publico na revista Visão:

 

Por uma África verde

Victor Ângelo

 

A edição “verde” é como um olhar sobre o futuro. Por isso, escrevo hoje sobre África. Começo por lembrar que sete das dez economias com maior taxa de crescimento económico são africanas. Após duas décadas, as de 80 e 90, de declínio acentuado do rendimento médio por habitante, África, no seu todo, tem conhecido um desenvolvimento sustentado na última dezena de anos. Este é o lado positivo da medalha. Do outro lado, a pobreza continua a ser a caraterística que marca o continente: perto de 70% dos africanos vivem abaixo da linha da pobreza. Esta situação é agravada por uma demografia acelerada. Quando se compara as regiões do globo, a taxa africana de crescimento populacional é de longe a mais elevada. África atingirá os 2 mil milhões de habitantes em 2050, o dobro do valor de agora. Convém ter presente que este crescimento tem uma dinâmica própria, imparável a curto prazo. Os 2 mil milhões serão uma realidade. Tornam, assim, o desenvolvimento de África uma exigência premente e absoluta, um dos maiores desafios para as próximas décadas. Não existe, porém, a compreensão que seria de esperar face à dimensão do problema. Ora, a questão diz respeito a todos, embora de maneira mais aguda aos africanos e aos povos que têm uma relação de proximidade com África. A Europa está manifestamente na linha da frente.

A verdade é que nós, os europeus, não parecemos estar conscientes do tsunami que se aproxima. Aceitamos que vistas estreitas definam o nosso horizonte. Vemos conflitos étnicos, naufrágios no Mediterrâneo, Sida e Ébola, Boko Haram e outros extremismos. Contamos uma dezena de Estados em crise. Ignoramos, no entanto, que existe uma quarentena de países que funcionam mas que são diariamente fragilizados pela explosão populacional e pelo caos das migrações internas para as megacidades.

A boa governação e a transformação económica são as respostas que a pressão demográfica exige. Deixemos de parte, por hoje, as questões da governação. Os decisores em matéria de ajuda, em Bruxelas, Londres, Washington ou Nova Iorque têm aliás, nos últimos vinte e cinco anos, prestado uma atenção desmesurada às dimensões da governação. A transformação económica, que passa por dar a prioridade ao sector energético e à agricultura – o tandem do desenvolvimento económico –, tem sido marginalizada. Mas falemos apenas de agricultura. Em África, o sector agrícola precisa de uma revolução. É preciso ir além das culturas de subsistência, que mantêm no limiar da fome cerca de 2/3 das famílias – estamos perante o único continente em que a produção de alimentos por pessoa diminuiu de modo significativo nos últimos cinquenta anos. E aproveitar os recursos: apenas 20% das terras aráveis são atualmente utilizadas.

Os programas de desenvolvimento e os orçamentos dos Estados africanos têm que voltar a colocar o enfoque na agricultura, investir na formação e nos meios de produção. O agricultor africano utiliza em média 10 quilogramas de fertilizantes por hectare e por ano. Na Índia, o valor ronda os 176 kg. Aos adubos há que juntar sementes de qualidade, irrigação, meios de controlo das pestes e de preservação das colheitas – conheci terras onde cerca de 40% do que era colhido acabava por se perder, por falta de condições de armazenagem, de frio e de acesso aos mercados. Tudo isto é possível. Basta haver vontade política, dar à agricultura a prioridade que nunca deveria ter perdido e pensar, acima de tudo, nas pessoas, na sua segurança alimentar e também na segurança, pura e simples, de todos nós.

 

Cidades paralisadas

Há um ano, a velocidade média a que circulava, com o meu carro, em Bruxelas, era de 19 km/hora. Actualmente, estou a circular a 16 km/hora. No mesmo período, com o mesmo carro e nas mesmas condições, passei de um consumo médio de 5,5 litros de gasóleo por cada 100 km, em Maio de 2010, para 6,6 litros, agora. 

 

Circular de carro nas grandes cidades é cada vez mais lento e mais caro. E menos ecológico. 

 

Sem contar com os radares por todo o canto, a apanhar quem tenha dificuldades com os amarelos e outras cores mais vivas...

 

 

 

 

Lixos

Lixo. O meu escrito vai directo, hoje, ao lixo.

 

Visitei, esta tarde, o vazadouro público da Região de Bruxelas. É o local onde as famílias e as microempresas podem (e devem) despejar gratuitamente tudo o que não é recolhido porta-a-porta. Móveis, o que tenha sobrado de obras em casa, latas de tinta, aparelhos electrodomésticos, velhas bicicletas, grandes quantidades de papel, malas de viagem, metais, pneus, enfim, tudo aquilo que enche as caves e os sótãos dos agregados domésticos. Não aceitam, no entanto, os restos da política que nos confunde todos os dias. Nem as decisões opacas dos eurocratas. São matérias dificilmente recicláveis.

 

Aberto cinco dias por semana, presenciam-se, a todo o momento, filas de carros particulares à espera de vez.

 

É impressionante e preocupante ver a quantidade de lixo que as famílias urbanas europeias produzem.

 

Mas é interessante ver o início dos processos de reciclagem, com imensas oportunidades de negócio, que começam no vazadouro da grande cidade. Como também é curioso ver a disciplina das famílias, que aderem ao programa sem hesitações.

Jet set dos perdidos no deserto

 

Ontem e hoje, passei várias horas de Learjet, a atravessar a África Central. Felizmente que o jet é rápido e confortável. A tripulação, dois jovens alemães, um dos quais Negro, que mesmo na Alemanha, o mundo está a mudar muito depressa, é muito flexível, o que me permite voar logo que a missão em determinado país esteja concluída.

 

Hoje começámos o dia em Bangui. Tinha uma reunião com o General comandante das forças expedicionárias da África Central. Um homem dos Camarões, com duas estrelas e muita paciência. Que isto de ser comandante militar em zonas de grupos armados exige sabedoria e calma.

 

Tinha dormido numa residencial, junto à Catedral, no sopé das colinas de Bangui. Um sonho, acordar cedo e ver as árvores de grande porte, duma vivacidade única, que nos dá força e faz desejar todas as belezas do mundo. As colinas estão menos densas do que há 25 anos, quando vivi nesta cidade. Mas continuam a ser povoadas por árvores tropicais que impressionam o viajante de olhos abertos.

 

Como é frequente, a manhã estava azul de linda. As nuvens, como nas nossas vidas, só aparecem ao fim da tarde.

 

Seguimos, depois, muito para Norte. Directamente de Bangui para Abéché. Do Equador e dos rios potentes, para o deserto e as colinas de pedras nuas. O vento sopra desde o início da história em Abéché, e as colinas já não têm solo. A erosão é tal que cada colina é apenas um amontoado de pedregulhos, sem terra que faça a ligação. Parecem pirâmides egípcias.

 

Nesta altura do ano, os wadis --rios temporários, comuns no deserto -- estão semeados de poças de água. Faz bem ver água nestas terras de cascalho e areia.

 

No deserto, a tarefa política era iniciar a plantação de 5 000 árvores. Acácias. Resistem à falta de água. Cada acácia é como um voto de confiança que obtenho das populações locais. Cada árvore é um reabrir da esperança.

 

Houve grande festa. As mulheres locais estavam lindas, nos seus vestidos brancos e lenços vermelhos, as cores da felicidade. Eu estava de fato, pois vinha do meu encontro com o General. Nunca tinha plantado árvores de fato. Digo-vos que não é nada cómodo. Mas consegui enterrar umas plantas de manga, que é um fruto muito apreciado.

 

Umas horas depois, estava em N'Djaména. A discutir geopolítica com os Franceses.

 

No final do dia, consegui arrastar os pés para fora de todas estas ocupações. Que grande vitória.

 

E amaldiçoei o Learjet.

De regresso a África

 

Copyright V. Ângelo

 

De regresso ao centro de África, trouxe comigo as cores das árvores da minha rua de Lisboa. Para que nos lembremos que as árvores fazem parte das nossas vidas. São fontes de muita coisa, incluindo de beleza e tranquilidade. Os tons de verde fazem bem à alma que viaja pelos cantos escuros e claros da vida.

 

No Sahel, é a estação das chuvas. Até finais de Setembro. As Nações Unidas no Leste do Chade vão plantar algumas centenas de árvores, para que a mensagem também tenha que ver com a natureza, com uma visão do futuro, um preparar a terra para as novas geraçôes.

 

 

Um Sol mais fresco

 

Hoje, cedo, senti uma brisa fresca. Está um lindo dia de Sol. Mas também se consegue apanhar um pouco de frescura, à sombra das árvores que estão na plena força do Verão. Tudo isto é altamente apreciado, quando se vem de vários meses no Sahara e no Sahel.

 

O verde e a brisa dizem-me que é tempo de desaceleração. Por duas semanas.

 

Quem anda aos ventos secos compreende melhor a bênção que sai do verde das árvores frondosas.

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