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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

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Crescemos quando abrimos horizontes

Quando vai cair o dólar?

https://www.dn.pt/opiniao/sim-ou-nao-ao-dolar-americano-o-jogo-das-moedas-16417060.html

Este é o link para o meu texto de hoje no Diário de Notícias. 

"Mas a realidade tem muita força. Enquanto se continuar a produzir 102 milhões de barris de petróleo por dia e a determinar o seu valor em dólares americanos, será muito difícil combater a dominância da moeda dos EUA. Mesmo tendo em conta o impacto mundial, bastante negativo, das lutas políticas entre Republicanos e Democratas sobre a gestão da sua dívida pública, como agora acontece. Mas é no nosso interesse, neste lado do oceano, dar a prioridade ao reforço internacional do euro. Esta é a mensagem que me parece mais apropriada na altura em que se comemora o vigésimo quinto aniversário do estabelecimento do Banco Central Europeu."

 

O G7 tem várias preocupações

A cimeira do G7, que hoje começou na Baviera, tem quatro grandes preocupações em cima da mesa:

  1. A política de agressão de Vladimir Putin, que está num crescendo e é bastante preocupante. Como irá evoluir este conflito nos próximos tempos?
  2. A nova maneira da China conduzir a sua política externa, que é mais explícita nos ataques aos EUA e à NATO. Aqui, a aprovação pelo G7 de uma Parceria Global de Infra-estruturas, num total de 600 mil milhões de dólares para o período 2022-27, deve ser vista como estando em competição directa com o programa chinês da Nova Rota da Seda.
  3. O estado da economia mundial: inflação, disrupções das cadeias de abastecimento de matérias-primas e de componentes, insegurança alimentar, endividamentos insustentáveis, etc.
  4. Manter a coesão entre os países membros do G7.

Um dia que agravou a crise com a Rússia

As sanções económicas e financeiras que foram decididas este fim de semana contra a Rússia terão um impacto muito profundo.

A questão do SWIFT é particularmente importante. A experiência com casos passados – Coreia do Norte e Irão – revela que uma grande parte do comércio externo do país sancionado fica suspensa. O sistema de pagamentos internacionais deixa de funcionar e as alternativas são escassas e complexas. A Rússia criou no passado recente um sistema independente do SWIFT, mas o número de bancos aderentes não ultrapassa as duas dezenas. E esses bancos, ao ter em conta as medidas de exclusão agora decididas, irão certamente hesitar no que respeita a transacções com a Rússia, com receio das penalidades e repercussões secundárias.

Mas ainda mais importante é a decisão de bloquear muitas das operações do Banco Central da Rússia. Vladimir Putin contava com os 630 mil milhões de dólares que esse banco tem como reservas em divisas e em barras de ouro. O problema é que uma boa parte dessas reservas se encontra depositada noutros bancos centrais, em países que agora adoptaram o regime de sanções. Assim, vai ser muito difícil ter acesso a esses depósitos. Isto vai levar a uma crise profunda da moeda nacional, o rublo, bem como a dificuldades de financiamento dos bancos comerciais russos.

A extrema gravidade destas medidas punitivas poderá explicar a decisão tomada hoje por Vladimir Putin de ameaçar os países da NATO, ao decretar o alerta máximo das forças russas de dissuasão nuclear.

Estamos num processo de agravamento sucessivo e acelerado da confrontação entre as partes.

Munique e outras questões

A Conferência de Munique sobre a Segurança é um evento anual. A deste ano, começou ontem e termina amanhã. Na imensa floresta de conferências que ocorrem em cada ano, a de Munique sobressai. É actualmente um ponto alto nas discussões e encontros internacionais sobre segurança. Os discursos e documentos apresentados na conferência são uma referência para quem segue este tipo de matérias.

A reunião deste ano é um encontro entre ocidentais. Nos anos anteriores não tem sido assim. Agora os tempos são outros. A tensão entre os grandes Estados é enorme. Por isso, os russos e outros não vieram, desta vez, a Munique. Esse facto mostra claramente a gravidade do momento, os riscos de confrontação que existem. Há décadas que não se assistia a uma crise tão acesa e tão perigosa entre as grandes potências.

Falou-se muito, durante os últimos dois anos de pandemia, que iríamos depois construir um mundo novo. Aparentemente, não será bem assim. Estamos, em matéria política, a voltar a um tempo passado, de rivalidades e de ameaças militares. E em matéria económica e social, também não me parece que se esteja a formar uma realidade melhor. Parece-me que estamos a voltar aos velhos hábitos de consumo, à competição económica e ao uso e abuso de matérias não renováveis.

 

Aeroporto de Hong Kong

Ontem fiz uma visita virtual do aeroporto de Hong Kong, um sítio que conheço relativamente bem e que sempre me surpreendeu pelo seu gigantismo, pelo número excepcionalmente elevado de passageiros e pela organização minuciosa. As imagens que um amigo meu me mostrou ontem – ele estava em trânsito – deram-me uma nova indicação da amplitude da crise da covid-19. O aeroporto estava simplesmente às moscas, as salas de espera vazias, o salão executivo sem ninguém, a lista de voos reduzida a meia dúzia ou pouco mais. Apenas os funcionários estavam nos sítios habituais, numa encenação sem espectadores. O voo que trouxera o meu amigo para Hong Kong, um voo de longo curso – cerca de seis horas – tinha a bordo cinco passageiros e nove tripulantes.

Quem não quiser ver o impacto da pandemia sobre as relações económicas globais não deve passar por Hong Kong. Por exemplo.

Reflectir sobre a China

Alguns dados sobre a China:

  • Metais raros: produz 58% da produção mundial.
  • Alumínio: 50% da produção mundial.
  • Aço: 60% da produção mundial tem lugar na China.
  • Contentores: 85% da produção mundial.
  • Construção naval: em termos de tonelagem, representa 45% da construção mundial.
  • Trigo: 1º produtor mundial – 21% da produção mundial.
  • Arroz: 1º produtor – 30% da produção mundial.

Abrir um postigo não é solução

Abrir as portas do espaço Schengen aos cidadãos de uma quinzena de países, como deverá ser decidido amanhã, é pouco. Não servirá para grande coisa, para além de mostrar que a crise irá continuar. O mundo não pode continuar fechado durante muito mais tempo. É fundamental aplicar outras medidas de prevenção, que não sejam o fecho das fronteiras e as quarentenas aplicáveis a todo e qualquer um. Testes expeditos, controlos de temperatura, seguimento dos casos suspeitos, promoção de comportamentos responsáveis, harmonização das políticas de saúde ao nível mundial, tem que haver maneira de encontrar um equilíbrio entre a pandemia e o funcionamento das relações internacionais, entre a prudência e a revitalização das economias. Cada dia que foge e que mantém a interdição de viajar para além da nossa vizinhança política é mais um passo para o abismo económico e social. O bloqueio sem esperança nem horizonte é um falhanço da comunidade internacional.

Os tempos do futuro

Agora, é preciso ser-se realista e optimista, ao mesmo tempo. O realismo permite-nos compreender que a recuperação das economias vai ser dura, exigir muito trabalho e um quadro político favorável. O optimismo dir-nos-á que o futuro não pode ser uma mera cópia do passado. Terá que ser melhor, mais atento à segurança das pessoas, incluindo a sanitária, mais responsável perante as grandes questões do ambiente, assim como mais aberto à cooperação entre os povos e os seus governos.

Não vai ser fácil. Os traumatismos da crise que vivemos levam-nos a uma situação de dependência em relação aos governantes, à crença que o Estado tem que resolver tudo e que nós só temos que pedir e esperar. Levam-nos, nalguns casos, a aceitar sem pestanejar a autoridade abusiva de quem ocupa os lugares de mando. Não creio, no entanto, que a democracia esteja em perigo, com a excepção dos casos conhecidos. Mas é bom recordar, a quem precisa de ser recordado, que as autocracias não são aceitáveis. Esta é uma tecla em que será preciso bater muitas vezes.

Aos populistas e demagogos, convém dizer que não, que os nacionalismos extremistas não serão a moeda do futuro. O mundo está e estará confrontado com grandes problemas partilhados por todos. Apenas as respostas coordenadas poderão ser a solução. Para além disso, o equilíbrio em relação às superpotências pede que nos unamos, a nível regional. Só assim poderemos fazer frente aos gigantes geopolíticos e económicos. E, por muito simpático que possa parecer, um gigante é sempre ameaçador.

O optimismo vai ser o tema do mês de maio. Todavia, para vingar, precisa de exemplos positivos e de um reabrir das relações internacionais. Aqui, nesta área, seria fundamental propor uma iniciativa que mostrasse que a comunidade internacional compreende a necessidade de acções conjuntas. Precisamos de uma cimeira da reconstrução e de desenho do futuro.

Uma semana que fecha mal

Reconheço que esta primeira semana de março de 2020 só nos pode deixar preocupados. A expansão da epidemia Covid-19 continua, com sérias implicações em matéria de saúde pública e da economia global. A contenção é a prioridade absoluta, mas a verdade é que não está a ser conseguida. Na Europa, os serviços nacionais de saúde oferecem um mínimo de protecção às pessoas infectadas. Poderão, no entanto, chegar rapidamente a um ponto de ruptura, sem capacidade de resposta perante os novos desafios. Nos Estados Unidos, onde a maioria da população não usufrui de um sistema protecção, o impacto social poderá ser catastrófico. E esta manhã, o Cambodja anunciou que está prestes a ter que fechar a sua indústria têxtil, uma das actividades mais importantes do país, pois não está a receber a matéria-prima – os tecidos – que normalmente deveriam chegar da China.

Ignorar este desafio extremamente complexo seria falta de caco político. Creio que o Presidente americano, esta noite, começou a perceber essa verdade.

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