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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

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Crescemos quando abrimos horizontes

Bom senso nas contas públicas

A pressão dos factos parece ter trazido uma pitada de bom senso aos que têm que se sentar à mesa e discutir o Orçamento do Estado de Portugal para 2011. A visita a Bruxelas, ontem, de certos políticos portugueses, também ajudou muito. Ficaram a entender melhor o que se pensa na Europa sobre a situação económica portuguesa. Mesmo com diplomacia, mas tendo em conta o tempo outonal, as vistas europeias são como um duche de água fria.

 

Entretanto, há uma outra crise orçamental, ainda sem solução. Diz respeito ao orçamento da UE para 2011. Tem que estar aprovado até 11 de Novembro. A Comissão Europeia quer um aumento das despesas de 5,8%. O Parlamento Europeu, quando discutiu a matéria, recomendou uma incremento ainda maior: 6,2%. Sem que se entenda bem o motivo. O primeiro-ministro britânico fez finca-pé e disse que não pode ser superior a 2,9%. E começou a fazer campanha, ainda durante a reunião de ontem do Conselho Europeu. Dez países subscreveram a carta que David Cameron escreveu sobre o assunto. Portugal não está nesse grupo. Será por Portugal ter uma certa aversão à moderação orçamental?

Ninguém telefona para Lisboa

Nos últimos dias, o Presidente americano passou algum tempo ao telefone. Teve uma longa conversa com Angela Merkel, para a convencer a aceitar o pacote de medidas de apoio à Grécia. Falou com o Presidente francês, este fim-de-semana, para que acelerasse o processo de aprovação do fundo de monetário de estabilização do euro. Esteve, ontem, em linha com Zapatero, para que não continuasse a haver dúvidas sobre a preocupação com que Washington vê a situação espanhola e o potencial destabilizador que representa. Felicitou David Cameron. Aproveitou para mencionar a importância que os americanos dão a uma contenção fiscal na Grã-Bretanha.

 

Depois de cada chamada, houve resultados concretos. A Alemanha decidiu alinhar-se com os outros, na ajuda urgente à Grécia, apesar dos custos eleitorais elevados para a coligação no poder, em Berlim. Sarkozy anulou a viagem a Moscovo, ficou a liderar a criação do fundo de emergência. Em Espanha, as medidas anunciadas, hoje, pelo governo respondem ao apelo de Barack Obama. A coligação em Londres está a enviar sinais positivos aos mercados, apesar de uma situação económica preocupante.

 

Duas lições a tirar de toda esta movimentação: os Estados Unidos compreendem a dimensão internacional da crise europeia; o impacto que pode ter sobre outras grandes economias; segunda conclusão, a voz de Obama pesa muito nas capitais da Europa.

 

E, Lisboa, no meio de tudo isto? Esta poderia ser a terceira lição.

E nós?

Estamos em plena crise.

 

Como todas as crises, convém começar por uma reflexão sobre a nossa responsabilidade na geração da crise. Até porque a solução passa primeiro por nós, mesmo quando os outros, os de fora, tentam dar uma ajuda. Esta foi a metodologia que segui quando, em vários países, tive que lidar com crises. Começava sempre por tentar ajudar os líderes a reflectir sobre as causas domésticas da situação. É verdade que politicamente, na base do populismo que é a linha que inspira muitos dirigentes, é mais fácil explicar as coisas com base na maldade dos outros.

 

Vem isto na continuação do que por aí se diz sobre o papel dos especuladores e do seu conluio com as agências de notação. A reacção fácil é apontar o dedo nessa direcção. Sacode-se a responsabilidade do nosso capote. Ouvimos vários ministros, pensadores, comentaristas, eurocratas, sindicalistas, parlamentares, dizer que a culpa vem dos especuladores e que as agências têm uma agenda, relacionada com os jogos de mercado, com os favores que fazem ao grande capital internacional.

 

E nós? Não temos nada a ver com as raízes da crise económica que Portugal atravessa?  

Sol e sombras

 

Num artigo recente, na Visão, afirmei que a Grécia estava mais perto da insolvência do que muita gente pensava.

 

Agora, com as obrigações do tesouro grego a serem classificadas como de alto risco, o que dissera há umas semanas, e que poderá ter parecido despropositado para alguns, tornou-se uma hipótese plausível. De facto, a cessação de pagamentos da dívida pública, por parte de Atenas, no curto prazo, não é de excluir. 

 

A ajuda europeia vai tardar, receio, em virtude das eleições regionais alemãs, que terão lugar no segundo fim-de-semana de Maio. A Alemanha é o motor deste processo e, igualmente, o principal financiador do pacote. Terá que disponibilizar mais de 8 mil milhões de euros. O eleitor médio alemão, e não só este, mas também muitos cidadãos de países do Norte da Europa, não entende as razões nem aprova um apoio financeiro excepcional à Grécia. Existem velhos preconceitos em relação aos países do Sul. Essas imagens voltaram à tona de água, à medida que a crise se foi tornando clara e que outros estados meridionais passaram a ser citados como estando na fila dos devedores precários.

 

Para Portugal, a evolução dos acontecimentos de hoje, incluindo a baixa do nível de notação da nossa dívida pública, é preocupante. O relatório da agência de rating Standard and Poors diz, no essencial, que as chances de crescimento da nossa economia, nos próximos dois a três anos, não se vislumbram. Acrescenta, ainda, que os cortes nas despesas do Estado não serão fáceis de concretizar.

 

As greves em curso mostram, em grande medida, que a capacidade de manobra no domínio do trabalho é muito reduzida.

 

Entretanto, milhares de portugueses da zona da grande Lisboa aproveitaram bem a falta de transportes. Ficaram nas praias da Costa do Sol, que a Linha de Cascais não tinha combóios que os trouxesse para os empregos.

 

Andar grego, de crise em crise

 

Há quem não queira ver. A crise fiscal grega está a entrar numa fase de aceleração. E o seu impacto na zona do Euro, que já é muito sério e tem provocado a perda do valor da moeda única em relação ao dólar dos Estados Unidos, ainda está por determinar. Que pode ser potencialmente devastador, não tenhamos dúvidas. Sem contar que estar a expor, de uma maneira evidente, a falta de união e de solidariedade que agora definem a Europa.

 

Ainda hoje, o senhor que está à cabeça do Banco Central Europeu veio negar o que é evidente. Diss, entre outras coisas, que não há risco de cessação de pagamentos, por parte da Grécia.

 

O meu texto da Visão, publicado esta manhã na edição impressa, sustenta o contrário.

 

O leitor tem a oportunidade de ler a minha tese no sítio on-line da revista:

 

http://aeiou.visao.pt/estamos-gregos=f554496

 

Que pensa?

Capitais do mundo

 

Ainda estou por aqui. Quem diria? A custo, mas estou. Para mais, o meu artigo desta semana, na VISÃO, é sobre o Afeganistão, a União Africana e a pretensão chamada Davos.

 

Dizem que vale a pena ler.

 

O editor on-line demorou algum tempo antes de disponibilizar o texto para os leitores que se servem da Net. Mas acabou por chegar. O homem disse que estava muito ocupado. Acredito. Também eu ando muito ocupado. E o mundo, que ocupado está! É esse, aliás, o título do meu trabalho.

 

http://aeiou.visao.pt/um-mundo-muito-ocupado=f546129

 

Está tudo bem?

Políticos bem curtinhos

 

Copyright V. Ângelo

 

Na política eleitoralista, o que conta são os efeitos de curto prazo. Mesmo quando o pano de fundo é muito pouco claro. Interessa que o imediato tenha cores claras e vivas. Quanto ao resto, depois se verá.

 

É o que está a acontecer com os dados do PIB, nalguns países europeus, incluindo em Portugal. Neste período de vésperas de eleições, na Alemanha, em Portugal, de referendo na Irlanda, é fundamental que o PIB, no último trimestre, tenha crescido umas décimas.

 

Permita dar palmadas no peito. É a satisfação de quem está no poder, e por lá se quer manter.

 

Só que estas décimas poderão custar muito caro. Estão a ser obtidas à custa de intervenções massivas do Estado na economia. Sem um mínimo de atenção ao endividamento público, sem que se faça um esforço de reestruturar a economia. A reestruturação seria a solução de longo prazo, durável e criadora de uma nova dinâmica económica.

 

Mas quem quer ouvir falar do longo prazo, quando as eleições são já em Setembro?

 

 

Aprofundamentos

 

A crise económica será o tema da minha crónica desta semana na VISÃO.
 
Entramos em Dezembro com a nítida sensação de que estamos a assistir a um acelerar da crise. Os números do desemprego na zona euro voltaram a crescer em Novembro. Em consequência, o consumo voltou a abrandar, o volume de crédito malparado aumentou e as empresas confrontam-se com maiores dificuldades de tesouraria. Os níveis de confiança na economia desceram, em todos os estados, e o clima de recessão é cada vez mais partilhado por todos.
 
Ainda recentemente, num encontro em Genebra, fui informado de que a maioria das reservas de turismo de grande luxo, para o primeiro trimestre de 2009, estavam a ser seriamente afectadas. Cancelamentos e mais anulações eram a ordem do dia.  
 
Existe uma certa confusão quanto às medidas a adoptar. Na crónica falarei do Plano Barroso. Que aliás começa amanhã a ser discutido em Bruxelas, ao nível dos ministros das finanças. Os actores económicos precisam de acreditar nos pacotes que vão sendo propostos. Mas há uma grande descrença nos líderes políticos. E por isso os planos que vão surgindo acabam por não conseguir gerar as dinâmicas que seriam de esperar.  
 
Apenas o pacote anunciado por Barack Obama foi recebido com entusiasmo. É verdade que representa um montante elevado de recursos, cerca de 7% do PIB americano. Mas a principal razão para o entusiasmo que suscitou é outra: muita gente acredita em Obama com líder. Um ponto fundamental.
 
 
 

O colapso dos pobres

O Secretário-geral das Nações Unidas considera que existe um risco muito sério de colapso dos sistemas bancários em certos países emergentes e em desenvolvimento, se a crise financeira internacional não for controlada nas próximas semanas.

 

A maioria dos países menos desenvolvidos não tem recursos financeiros suficientes para responder 'as dificuldades de tesouraria e de capitais dos seus bancos, e o FMI não será capaz de responder aos diferentes pedidos de ajuda que surgiriam nessa altura.

 

Se assim vier a acontecer, muitos dos ganhos em matéria de luta contra a pobreza irão pura e simplesmente por água abaixo. Abrir-se-á igualmente uma nova página na história da crise actual, que passara' então a ser verdadeiramente global.

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