De novo na Suíça, para uma reunião sobre iniciativas de paz na região do Médio Oriente e Norte de África, na Ásia Central e em Myanmar.
Entretanto, no jantar de hoje, discutiu-se a como forçar certas elites a ir para além da sua zona de conforto e aceitarem o desafio dos que pensam de um modo diferente. Não foi uma discussão fácil, pois as elites, em geral, preferem resguardar-se de confrontos, mesmo quando são apenas lutas de ideias. Preferem não ser postas em causa. Assim se entra na rotina e na adopção de soluções que já são conhecidas e já revelaram que não levam a parte alguma.
Que democracia é esta, quando uma grande parte dos deputados do PSD e do PS são membros e confrades em sociedades secretas?
Que futuro para um país como Portugal, em que a elite do "centrão" político anda metida em ritos anacrónicos, em sistemas de valores do início do Século XX, em palhaçadas de aventais e noutras práticas bizarras?
Andam muitos dos líderes loucos ou são mesmo uns atrasados da cabeça?
A questão das elites, que é outra maneira de falar das lideranças, é fundamental, em qualquer país e mais ainda, num país atrasado como é Portugal. Escrevo regularmente sobre o assunto. Chamo a atenção para a importância dos valores que animam, ou não, as nossas elites. Tudo isso faz parte de um combate por um Portugal com vistas mais largas.
Quem são as elites políticas? Quais são as suas principais características? Onde vão buscar os modelos? Que sentido de missão as inspira? Estão mais influenciadas pelo passado do que viradas para o futuro? Vivem num mundo estreito e fulanizado ou têm uma visão universalista da acção política?
E as elites intelectuais? Quem são? Que representam? Que modelo social advogam?
O debate sobre as elites, em Portugal, está por fazer.