A arte do engano
Os meus escritos sobre a situação no Afeganistão têm suscitado muitas reacções. O tema interpela muita gente. Por duas razões, segundo vejo. Primeiro, pela derrota que os EUA parecem ter sofrido. A política externa americana é um assunto que deixa poucos dos meus leitores indiferentes. Em geral, as suas posições são muito críticas. Segundo, por causa dos Talibãs e do que significa viver-se numa sociedade dirigida por gente que lê o Corão com os olhos do século VII. Também há alguma surpresa perante a maneira como se têm comportado até agora em Cabul. Mas atenção, uma das artes da nova liderança talibã é a de saber manejar a arte da duplicidade. Se há algo que seja novo nesta versão actual desses radicais é isso, essa maneira de saber trabalhar politicamente com o engano.