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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

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Davos, os EUA, a China e a União Europeia

https://www.dn.pt/opiniao/davos-e-as-multiplas-crises-e-a-conversar-que-a-gente-se-entende--15685937.html

Link para o meu texto de hoje no Diário de Notícias. 

Cito o último parágrafo do meu escrito.

"O que considerei errado foi o alinhamento acrítico da presidente da Comissão Europeia com os EUA nas referências à competição económica com a China. Na realidade, há agora mais rivalidade e entraves vindos dos EUA que do lado chinês. Basta pensar na nova lei de Biden sobre os apoios financeiros aos investimentos tecnológicos que sejam feitos nos EUA, o chamado Inflation Reduction Act de 2022. Von der Leyen e os outros dirigentes europeus não devem transformar mecanismos como o de Davos em plataformas de ataque contra tudo o que não venha da esfera de influência ocidental. Davos pode ter muitos defeitos, mas tem oferecido a vantagem de ser um ponto de encontro e de facilitar o diálogo entre os poderosos provenientes das diferentes partes do mundo. E esse diálogo, num tempo de policrises, para utilizar a expressão de Schwab, faz hoje mais falta que nunca."

 

Biden, Macron e Zelensky

A visita de Estado de Emmanuel Macron aos EUA está a correr muito bem. O presidente francês foi recebido de modo muito positivo por Joe Biden. Ficou claro que é admirado como um dos grandes líderes da União Europeia. Isso não será suficiente para permitir a Macron desempenhar um papel de liderança não seio da UE, mas poderá servir para reforçar a sua posição quando tiver a oportunidade de falar com Vladimir Putin. Este saberá, então, que Macron falará não apenas em seu nome, mas também com base nas posições dos americanos.

A grande questão é saber se conseguirá entrar em contacto com Putin nos tempos mais próximos. Tem tentado várias vezes, nas últimas semanas, mas sem sucesso. Putin não se tem mostrado disponível. Talvez mude de ideias agora. Mas não creio que existam as condições necessárias para uma negociação entre as partes. O líder russo quer sair vencedor da agressão. Não vejo os ucranianos aceitarem essa postura. E será muito difícil aos americanos e aos franceses forçarem Zelensky a aceitar uma negociação que possa parecer uma derrota. Os ucranianos têm mostrado uma tenacidade de ferro e não vão mudar de atitude. Só poderão participar num processo de negociações que reconheça a coragem e a determinação que têm demonstrado. Esta é uma guerra que só tem duas saídas possíveis: ou se ganha ou se perde.

 

Discutir ideias, sem ofender as pessoas

Não creio que os meus textos mostrem que ando confuso. Digo isto por ver vários dos meus amigos baralhados perante os acontecimentos correntes. São pessoas bem-intencionadas, que procuram informar-se. Não compreendo como acabam por ficar com as ideias aos ziguezagues. Por exemplo, neste dia em que a Rússia cometeu mais um crime de guerra, ao atacar e destruir um centro comercial na cidade ucraniana de Kremenchuk – um alvo inteiramente civil – um amigo mandou-me uma mensagem e telefonou-me para mostrar a sua preocupação com a crescente militarização dos Estados Unidos e a influência que isso está a exercer nas escolhas europeias em matéria de defesa. A mensagem foi fácil de tratar: existe uma tecla “delete”. A chamada telefónica foi mais complicada. Tenho um grande respeito por esse amigo e não queria tornar a coisa num assunto pessoal. Tentei focar a discussão na questão e não na pessoa. Não foi fácil. Muitos intelectuais não conseguem fazer a diferença entre destruir um argumento e a ofensa pessoal. Mas tentei e continuarei a tentar.

Grandes interrogações

https://www.dn.pt/opiniao/um-ano-muito-insolito-para-onde-vamos-14949666.html

Este é o link para o meu texto desta semana no Dário de Notícias. 

Cito de seguida os dois parágrafos finais do texto.

"Entretanto, a tensão entre os EUA e a China entrou numa fase bem mais perigosa. E o empobrecimento dos países mais vulneráveis, algo que desapareceu das letras gordas dos jornais, está em aceleração. No Sri Lanka, nos países do Sahel, na América Central, no Haiti e no Paquistão, para mencionar apenas alguns. E as economias das nações mais ricas estão cada vez mais a viver à custa do endividamento das gerações futuras, no meio de uma inflação que mostra os desajustamentos entre a produção, as importações e os padrões de consumo. Entretanto, as organizações multilaterais continuam a perder força e imagem.

Estamos em pleno numa encruzilhada de incertezas críticas e de graves riscos. Para onde vamos? E onde estão os líderes visionários, capazes de propor as vias do bom senso?"

Uma resposta por fases

O Presidente Vladimir Putin continua a apostar no uso da força e no agravamento das tensões com os seus adversários, na Ucrânia, na Europa e nos Estados Unidos. Essa postura está a levar a Rússia para as margens da ordem internacional. A própria China mostrou claramente que não apoia a violação das fronteiras e da soberania nacional da Ucrânia. Até agora, Putin pode apenas contar com a camaradagem de meia dúzia de Estados marginais, a começar pela Síria de Bashar al-Assad.

A adopção de um primeiro conjunto de medidas restritivas contra a Rússia, por parte da União Europeia, dos Estados Unidos e de outros, tem como objectivo não agravar demasiado a situação e manter uma oportunidade para o diálogo diplomático. É verdade que já ninguém acredita verdadeiramente na possibilidade de uma solução negociada. Mas isso não quer dizer que se deva, desde já, fechar todas as portas. Neste tipo de crises é essencial deixar sempre uma porta de saída aberta.

Uma crise que não interessa aos americanos

A crise provocada por Vladimir Putin é muito complexa. Por isso, gera muita incerteza e confusão. Existem muitas contradições entre as palavras e os factos. Ainda hoje, numa encenação para telespectador ver, Sergey Lavrov disse ao Presidente que a via diplomática não está fechada. Esta foi uma afirmação nova, propositadamente transmitida a partir do Kremlin. É impossível fazer uma interpretação correcta dessa mensagem. Pode, de facto, significar que os contactos diplomáticos irão prosseguir, como também pode ser uma manobra, para desviar as atenções dos planos militares. Quem insistir que se trata de uma ou outra, está apenas a dar uma opinião baseada no lançar de uma moeda ao ar.

A confusão é tal, que leva certos observadores a dizer que tudo isto acontece por causa dos interesses económicos e militares dos Estados Unidos. É uma interpretação extremamente criativa de uma realidade que tem na origem um destacamento excepcional de tropas russas para junto das fronteiras ucranianas, incluindo as marítimas. Se essa interpretação fosse levada a sério, isso significaria que as movimentações de tropas russas aconteceram para satisfazer os objectivos políticos dos americanos. Nessa maneira de ver, estaríamos perante uma conspiração urdida conjuntamente por Biden e Putin. Basta pensar nisso, para se perceber o ridículo deste pretenso cenário.

Para os Estados Unidos, a situação de crise grave que se vive no leste europeu, com a Ucrânia no olho do furacão, obriga a tirar os olhos da preocupação principal que é a rivalidade com a China. A política de Washington em relação à Europa tem como linha principal o desengajamento progressivo em matéria de defesa. A ofensiva russa contraria esse rumo. Essa é uma das grandes consequências geopolíticas do que se está a passar. Os Estados Unidos vão ter de continuar fortemente presentes no espaço europeu. É isso que os países membros da NATO situados no leste da Europa pretendem. A sua influência no seio da Aliança Atlântica sairá reforçada desta crise. Esses países não acreditam na possibilidade de se construir uma Europa da defesa. Para eles só se poderá falar de uma Europa capaz de resistir à pressão russa enquanto houver uma presença significativa de meios humanos e materiais dos Estados Unidos em território europeu.

A grande questão será a seguinte: por quanto tempo mais aceitarão os americanos ser o guarda-chuva dos europeus, tendo presente que essa responsabilidade enfraquece as suas capacidades de resposta perante os desafios vindos da China?

 

Guerra na Europa do Leste?

Depois dos encontros em Genebra, Bruxelas e Viena, que decorreram ao longo da semana, a tensão entre Rússia, os Estados Unidos e a NATO piorou. Cada delegação expôs os seus pontos de vista e as suas linhas de actuação, sem que tivesse havido diálogo entre as partes. Antes pelo contrário. As reuniões mostraram que o fosso que as separa é enorme e que as exigências vindas de Moscovo são claramente inaceitáveis, quer em Washington quer na Europa. Pensa-se que o objectivo da posição russa era o de obter um não. E foi isso que aconteceu.

Existe um risco real de confrontação. O ministro dos Negócios Estrangeiros da Polónia disse-o sem ambiguidades em Viena, na reunião da OSCE, a Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa. Utilizou, mesmo, a palavra “guerra”, uma expressão que não pode ser dita de ânimo leve.

No lado russo, afirma-se claramente que as negociações foram um fracasso. Insistem na questão da expansão da NATO para o leste europeu. Esta questão da adesão à NATO de países como a Ucrânia e Geórgia, que tem a oposição frontal de Moscovo, parece ser a mais importante, a mais delicada.

Esta semana, a diplomacia não serviu para desanuviar o clima de hostilidade. Mas não há melhor solução do que continuar a insistir nas conversações diplomáticas. Têm, no entanto, que assentar em concessões concretas, vindas de ambos os lados.

 

 

 

De novo sobre as ameaças russas

O texto que ontem publiquei no Diário de Notícias foi considerado por alguns leitores – os que me contactaram – como pessimista. Nomeadamente, no que respeita a uma possível acção armada da Rússia contra a Ucrânia. A questão iraniana não toca tanto os leitores portugueses. O Irão encontra-se num mundo distante, que parece não fazer parte do nosso. Já a Rússia desperta grande interesse, atitudes emocionais mesmo.

Claro que não posso ter a certeza, quando se trata das intenções russas. Mas a verdade é que o Kremlin fez saber quais são as suas exigências em relação à NATO e ao Ocidente. Ficou assim claro que Vladimir Putin e os seus apenas querem negociar com os americanos. Os estados europeus não contam, não fazem medo aos russos. São os EUA quem conta. E quando os russos falam da NATO, estão novamente a falar dos americanos.

As exigências anunciadas são, à partida, inaceitáveis. Querem fazer recuar o relógio da história cerca de vinte e cinco anos. Para o conseguir vão aumentar a pressão sobre a Ucrânia – e não só –, de tal maneira que leve o Ocidente a ceder. É aí que está o risco. Este jogo de confrontação só tem duas saídas: ou um lado cede ou então há um choque. Ora, estamos muito perto de assistir a um choque.  

 

Os europeus andam à procura do Indo-Pacífico

https://www.dn.pt/opiniao/a-china-o-indo-pacifico-e-as-ilusoes-europeias-14177483.html

Aqui vos deixo o link para o meu texto de hoje no Diário de Notícias. 

Um dos meus leitores habituais disse-me que o texto está demasiado denso. Poderá ser. 

A verdade é que a designação de "Indo-Pacífico" é demasiado complexa, imprecisa e tem problemas muito distintos, sendo cada país um mundo à parte. Mas o mais significativo diz respeito à China. Quando em Beijing se ouve falar em "Indo-Pacífico" o que se compreende é que se trata de uma procura de alianças e portas de entrada na região, pelos americanos e agora também pelos europeus, tudo isso visando a China, numa tentativa -- vã -- de lhe fazer concorrência.  

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