Este é o link para o texto que hoje publico no Diário de Notícias. O tema tem estado, nos últimos tempos, nas bocas do mundo. Esse facto tornou a minha escrita mais difícil, já que tenho sempre a preocupação de acrescentar algo de novo. Espero tê-lo conseguido.
Cito um extracto desse texto:
"Aí se diz, na minha versão em português: "Mitigar o risco de extinção que pode advir da IA deverá ser uma prioridade global, e o mesmo se aplica a outros riscos de grande escala, tipo pandemias e guerra nuclear." Ao escrever extinção, referem-se à espécie humana. É uma afirmação muito séria, numa área tecnológica de ponta, de transformação social e de criação de riqueza, incluindo, como as últimas semanas o mostraram, de fortunas baseadas na valorização em bolsa de empresas de IA. É simultaneamente um aviso categórico, sem mais explicações. Porém, não pode ser ignorado. Provém de muitas das melhores cabeças na matéria."
Este é o link para o meu texto de hoje no Diário de Notícias.
"Mas a realidade tem muita força. Enquanto se continuar a produzir 102 milhões de barris de petróleo por dia e a determinar o seu valor em dólares americanos, será muito difícil combater a dominância da moeda dos EUA. Mesmo tendo em conta o impacto mundial, bastante negativo, das lutas políticas entre Republicanos e Democratas sobre a gestão da sua dívida pública, como agora acontece. Mas é no nosso interesse, neste lado do oceano, dar a prioridade ao reforço internacional do euro. Esta é a mensagem que me parece mais apropriada na altura em que se comemora o vigésimo quinto aniversário do estabelecimento do Banco Central Europeu."
A crise doméstica que os EUA estão a viver, por causa da discórdia política entre Republicanos e Democratas sobre as condições que cada lado exige para aprovar o aumento do tecto da dívida pública, é mais uma complicação muito séria que se acrescenta à já bastante complexa e perigosa situação internacional. A administração americana está a dias de se encontrar numa situação de insolvência parcial. A dívida pública representa cerca de 122% do PIB, uma situação que não é muito diferente da que existe em Portugal. Como noutros países desenvolvidos, o endividamento do Estado ultrapassou nos últimos vinte anos o limite da prudência, que anda à volta de 60% no que respeita ao rácio dívida/PIB. A dívida pública só cresce se houver quem queira emprestar dinheiro ao Estado. Os Estados, incluindo os mais desenvolvidos, gastam desenfreadamente, por várias razões políticas, incluindo para manter artificialmente os níveis de vida dos seus cidadãos. É mais fácil pedir emprestado que ter políticas acertadas que gerem riqueza e evitem desperdícios. E os políticos gostam das soluções fáceis.
Cito umas linhas: "A complexidade das relações entre a China e os países do G7 estará no centro da agenda. É uma questão fundamental para o Japão e os EUA. Veremos o que será escrito sobre o assunto no comunicado final. Entretanto, acrescento que considero um erro ver a questão chinesa apenas sob o ângulo da rivalidade, seja ela militar, económica ou tecnológica. É preciso manter um diálogo construtivo e uma cooperação prudente com a China - quer se queira quer não, trata-se de uma potência incontornável na cena mundial. Temos de ser claros em matéria de valores e saber conciliar cooperação com a segurança dos nossos interesses estratégicos."
Este é o link para o meu texto de hoje no Diário de Notícias.
Cito umas linhas, como de costume: "Borrell sabe que os americanos querem um líder na NATO que tenha uma visão mais ampla do papel da organização e que reconheça que a China acabará por constituir uma ameaça fundamental para os interesses ocidentais. Washington vê a China como o desafio determinante, e global, nos próximos anos. Quer, por isso, que a aliança com a Europa partilhe a mesma visão. Mas para além da falta de meios militares, os países europeus devem enfrentar ameaças na sua vizinhança, bem mais à porta de casa: a Rússia de Vladimir Putin e dos que na Rússia pensam como ele; a instabilidade no Médio Oriente e no Grande Sahel; e o terrorismo importado de sociedades onde impera um radicalismo fanático antiocidental. Esses são os três vetores que devem orientar a defesa europeia."
Este é o link para o meu texto de hoje no Diário de Notícias. Cito, de seguida, umas linhas desse texto.
"Se a conclusão da análise da Inteligência Artificial fosse afirmativa, a batata quente transitava para as mãos do presidente norte-americano. Seria um caso muito sério. Estaria, de um lado, confrontado com uma posição que teria cruzado milhões de variáveis e analisado um sem número de cenários por meios digitais. Do lado oposto, uma outra, previsível, vinda dos seus principais conselheiros políticos e militares, a insistir na natureza intimidatória, mas não de ameaça iminente, do exercício. Esta seria a posição correta, neste momento, embora resultasse apenas de meia dúzia de reflexões e do bom senso de quem tem muita experiência."
Imaginemos que um programa de Inteligência Artificial norte-americano chegava à conclusão de que o cerco chinês de Taiwan era um primeiro passo para uma invasão da ilha. E depois? Que poderia acontecer como resultado dessa análise feita por computador, com base em milhões de variáveis?
Este é link para o meu texto de hoje no Diário de Notícias. A crónica começa assim:
"Vivemos um período de frenesim diplomático, que foi acelerado pelo conflito que a Rússia abriu contra o Ocidente, ao invadir militarmente a Ucrânia. Há muito que as chancelarias não andavam numa azáfama tão intensa. É o desenho de uma nova relação de forças internacional que está em jogo."
No seguimento da visita de Xi Jinping, a liderança russa aumentou o volume dos ataques políticos contra os EUA. Sente-se amparada pelo grande vizinho do Oriente.
A retórica de hoje foi especialmente violenta e só nos pode deixar ainda mais apreensivos. Uma análise objectiva das acusações feitas pelo Kremlin, incluindo a invenção que a NATO e os americanos têm fábricas de produção de armas biológicas em território ucraniano, faz-nos concluir que estamos numa fase de aceleração do conflito e numa tentativa de envolver directamente os EUA na confrontação.
Isso pode fazer parte de um esquema para forçar o início de um processo de negociações, que reconheceria o status quo, ou seja a ocupação pela Rússia de territórios ucranianos. Há uma forte probabilidade de ser este o jogo russo. Mas também pode ser outro, um que leve a um alargamento do conflito.
Uma das grandes questões de hoje diz respeito ao futuro das nossas relações com a China. A União Europeia precisa de definir com mais precisão e de modo mais estratégico a maneira como pretende orientar esse relacionamento. E deverá ter em conta que se caminha para um confronto entre os EUA e a China. Que linha política deverão os europeus seguir, se esse conflito se tornar violento? Ou mesmo no caso de, não sendo violento, ser um conflito aberto e profundamente hostil, que fazer?