Neste dia em que se celebra a União Europeia, reconheço os enormes progressos que o projecto comum já conseguiu realizar. Não é uma questão de querer ser convenientemente positivo ou politicamente correcto. É saber ver.
Não será entendido assim por muitos. Os dirigentes europeus não têm sabido explicar o trabalho, os grandes projectos e os sucessos da UE. Incluindo, os grandes constrangimentos, que a medalha tem sempre duas faces.
A Comissão Europeia não têm uma estratégia clara de comunicação. Confunde porta-vozes e conferências de imprensa com comunicação estratégica. Toma os meios e as técnicas como se fossem os resultados. Como se houvesse uma correlação entre comunicados e comunicação política.
Se há algo que precisa de levar uma grande volta, é esta área da comunicação com os cidadãos europeus. Para começar, deveria haver um Comissário com uma pasta dedicada à comunicação estratégica e à informação dos cidadãos europeus.
Gastei a tarde toda a planificar a minha próxima viagem de carro de Bruxelas a Lisboa. Queria passar pela Normandia e ficar um fim de tarde e uma noite em São Sebastião, no País Basco. Para além do trabalho que tive, que não foi pouco, apercebi-me que os principais hotéis em França e no Norte de Espanha, nos últimos dias deste mês, já estão esgotados. Mesmo os mais caros, como o famoso Maria Cristina, em São Sebastião, que pede por uma noite, nesta estação que ainda não é a mais cara, quase 800 euros.
Nunca tinha encontrado tantas dificuldades de marcação. Fiquei, por isso, a matutar se ainda haverá crise, por esses cantos da Europa.
No dia em que muitos dos bloques portugueses escrevem sobre a PSP, o Benfica e a violência que ocorreu a pretexto das celebrações de adeptos na zona do Marquês de Pombal, em Lisboa, vou escrever sobre uma cadeira, na Noruega.
A historieta é muito simples.
Voltei hoje, três semanas passadas, ao mesmo hotel onde havia ficado da última vez, durante a estada de Abril. O hotel está no centro da cidade de Stavanger, na parte sul da costa ocidental norueguesa. É um estabelecimento recomendado por quem sabe destas coisas. Por coincidência foi-me atribuído o mesmo quarto onde ficara no mês passado. Só que nessa altura a reserva tinha a designação pomposa de “business room”. Agora, é apenas um simples quarto duplo. O resto não mudou. Nada mesmo. Nem mesmo a cadeira que está frente à escrivaninha. Durante a minha visita de Abril o braço esquerdo da cadeira ficou desatarraxado e caiu, ficando preso apenas num ponto, pendurado no vazio. A reparação consistiria em pegar numa chave inglesa e apertar a coisa. Um trabalho que demoraria um minuto a fazer. Para minha grande surpresa, o arranjo ainda não foi feito.
Deve ser por isso que a classificação do quarto baixou. Mas o preço continua a ser o mesmo, que aqui é tudo caro. E eficaz, dizem os nativos…