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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

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Crescemos quando abrimos horizontes

Prémio Sakharov 2020

O Prémio Sakharov para a Liberdade de pensamento foi hoje atribuído pelo Parlamento Europeu à oposição bielorrussa. Apoio a decisão. A população bielorrussa tem sido de uma coragem e de um civismo exemplar na sua campanha contra o ditador Alexander Lukashenko.

E agora uma nota lateral sobre o assunto: a imprensa portuguesa de referência deixou passar o assunto esta tarde, nas suas páginas digitais. Apenas o Expresso e, em menor medida, o Público deram alguma atenção à atribuição do prémio.

As ameaças americanas

Voltando às declarações do embaixador americano, que, na sua entrevista de ontem ao semanário “Expresso”, disse claramente que Portugal terá que escolher entre a aliança política com os Estados Unidos ou o aprofundamento das relações comerciais com a China, gostaria de acrescentar umas notas rápidas. Primeiro, que a reacção do ministro português dos Negócios Estrangeiros foi apropriada e rápida. Nestas coisas, convém ser claro e reagir atempadamente. Segundo, deve ficar entendido que as declarações contêm uma ameaça. Vão na linha do que tem sido a política externa americana nos últimos tempos, que é a de utilizar o controlo que exerce sobre instrumentos financeiros internacionais e a força da sua economia e inovação tecnológica para impor constrangimentos, sanções e penalidades legais a empresas de outros países, incluindo de Estados aliados. Terceiro, a União Europeia mostrou, ainda esta semana, pela boca do seu Presidente, Charles Michel, que está disposta a aceitar as exigências americanas. Alguns dirão que se trata de realismo político, por ter em conta que nunca haverá unidade suficiente entre os membros da União para que possam aprovar medidas alternativas e independentes dos interesses americanos. Acho que é um erro. As ameaças só podem ter uma resposta que é a de lembrar e a reafirmar a lei internacional, as normas que regem as relações entre os Estados e o princípio da cooperação – parceria – em vez da subordinação. Quarto, não será no interesse da paz mundial e da estabilidade internacional tomar posição no conflito entre os Estados Unidos e a China. O nosso papel é o de lembrar a ambos que a força não faz o direito. Os Estados Unidos e a China devem, isso sim, procurar juntos as soluções para os grandes problemas internacionais. Estamos no Século XXI e não em 1939. Quinto, devemos apoiar o Secretário-geral das Nações Unidas quando nos diz que está muito preocupado pela competição crescente e cada vez mais feroz entre as duas grandes potências. Apoiar significa, para começar, fazer eco daquele que ele disse sobre o assunto, na sessão de abertura da Assembleia Geral da ONU.

Um "Expresso" à deriva

As 81 – sim, leram bem, 81 – perguntas que o semanário Expresso pretende submeter à consideração de José Sócrates são um absurdo jornalístico. Como se pode compreender que um jornal queira fazer dezenas e dezenas, quase uma centena, de perguntas a um só entrevistado? Irão publicar um livro, com as respostas? Um calhamaço? Na vastidão dessas perguntas há de tudo. Do importante ao trivial, assuntos ligados às acusações misturados com outros que têm apenas que ver com questões processuais. Sem contar que várias perguntas contêm mais do que uma questão e estão formuladas de uma forma enviesada.

A entrevista que o Expresso quer fazer revela que o semanário anda à deriva. Falta-lhe profissionalismo, foco, pertinência. Acima de tudo, bom senso. Mostram também que é um jornal à procura do protagonismo perdido.

Infelizmente, o projecto de entrevista vem apenas confirmar a tendência e apetência para a mediocridade profissional, um mal que invadiu as colunas editoriais e de opinião desse periódico. Veja-se quem escreve regularmente no Expresso, veja-se os nomes que foram recentemente acrescentados à lista dos colunistas habituais e entende-se a falta de qualidade, de direcção, de seriedade e de profundidade.

Andam ao papel. É a preocupação em vender papel.

O nosso homem está de volta

Durão Barroso deu uma entrevista de primeira página ao Expresso. E o semanário selecionou, de entre tudo o que foi dito, uma frase mortífera: “Já disse várias vezes ao primeiro-ministro que há limites”. Uma verdadeira rajada de metralhadora, que mostra várias coisas: que Barroso trata o PM de um modo paternalista, de alto para baixo, de chefe para subordinado; que o PM não o ouve, donde se pode deduzir que é um casmurro, sem capacidade de entender uma verdade tão simples; que vários limites foram ultrapassados, sem que houvesse sensibilidade política nem qualquer tipo de consideração pelo bom senso que deve caracterizar um PM. Revela ainda que Barroso, que continua a ser Presidente da Comissão Europeia, se permite interferir nos assuntos da governação interna de Portugal, como se fizesse parte da vida partidária nacional, o que não é o caso, por muito patriota e bom português que seja. Mais ainda, demonstra que Barroso, que diz não querer ser candidato à sucessão de Cavaco Silva, já está a preparar o terreno para o ser e poder bater na tecla que ele até era mais sensato e moderado que o PM de agora.

 

E o Expresso, solícito, está já a oferecer-se para ser um dos seus veículos de reabilitação perante a opinião pública de Portugal e um dos seus canais de propaganda. A escolha de quem está por detrás do Expresso é clara.

Chissano e a CPLP

Desde os meus tempos de Moçambique, na primeira metade da década de oitenta, sempre considerei Joaquim Chissano como um homem inteligente e sem papas na língua.

 

Hoje, na entrevista que dá ao Expresso, volta a mostrar que vale a pena prestar atenção ao que ele diz. Instado a falar sobre o futuro da CPLP, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, o Antigo Presidente disse: ”Há quem veja na lusofonia uma maneira de perpetuar a nostalgia do império”.


Muitos irão achar que Chissano exagera. Que na realidade será contra Portugal e que esta afirmação resulta de pesadelos coloniais de que não conseguiu libertar-se. Seria um erro pensar assim, tentando diminuir uma posição que conta e que é, provavelmente, partilhada, embora nalguns casos subconscientemente, por outros líderes das antigas colónias.

 

Vejo muita verdade nessa opinião. Noto, com frequência, que vários dos que falam, em Lisboa, da lusofonia têm em mente a apologia de um passado que há muito que deixou de existir. Estão a tentar justificar uma ideia de grandeza que tem mais de lírico do que de real. A língua é importante não só quando é falado por milhões, mas sobretudo quando nos permite uma maior aproximação com os outros povos que, em certa medida, a partilham. A língua é um instrumento de comunicação. No caso da CPLP, o objectivo deve ser o de transformar o português num veículo de entendimento entre povos muito diversos, uns com raízes lusitanas, mesmo que míticas, outros com antepassados e valores bantus, e mais outros, como no caso do Brasil, com raízes complexas, misturadas, ou ainda, pensando em Timor-Leste, com os pés assentes numa variante da cultura malaia.

 

Conviria pensar nisto. 

Parabéns ao Expresso

O Expresso está de parabéns. Pelos seus quarenta anos de existência. E, hoje, também pela conferência que promoveu, para festejar o seu aniversário, sobre “Portugal no Mundo”.

 

Os primeiros ecos que tenho revelam que se tratou de uma conferência com muito interesse, sobretudo devido à participação dos antigos presidentes de Moçambique e de Timor-Leste, Joaquim Chissano e Ramos Horta, do cientista António Damásio, de Henrique Castro da Yahoo, de Miguel Poiares Maduro e do pensador francês Alain Minc, que foi brutalmente crítico da política portuguesa dos anos de noventa.

 

Como eu gosto de dizer, a debater é que a gente tem alguma hipótese de se entender. 

Vai haver sangue

Cheira a vingança. O fulano cometeu um crime sem perdão: o de mostrar que certos senhores todo-poderosos dos jornais e das televisões não passam, aliás, de uns papalvos. E mais outro: pôs um homem como Pires de Lima, o presidente do CDS, com cara de burro na televisão, durante o famoso debate do ”Caracol da Meia-Noite”... E mais ainda: mostrou o ridículo da pretensa elite de negócios de Lisboa, que se fez fotografar em massa ao lado do fulano, no International Club…

 

Há muito que não havia um ataque assim a quem acha que é intocável…

 

Agora, esses parolos vão procurar esmagar o malandreco que os encheu de escárnio e teve a ousadia de mostrar que há por aí muita gente empertigada que é oca por dentro…

A cepa torta

O Expresso diz-nos, na edição de hoje, que foi almoçar com um miúdo que Passos Coelho promoveu a vice-presidente do PSD, um atrevido vindo da autoria de um blog da direita intelectualmente arrogante e ao mesmo tempo coxa. E faz-lhe uma série de perguntas, como se o rapaz tivesse alguma coisa para acrescentar às banalidades que são habituais na maioria da intelectualidade e dos dirigentes políticos de agora.

 

Nada tenho, é claro, contra essa pessoa. Fiquei a pensar, no entanto, que com elites políticas deste calibre o país não irá a parte alguma. Mas também pensei que já estamos habituados a isso, a não sair da mediocridade. Faz parte da nossa tradição. 

A nossa loucura

Existe, na União Europeia, um país que permite a indivíduos condenados a penas de prisão maior, por tribunais devidamente constituídos, andar em liberdade, sem qualquer restrição, e aparecer diariamente nas primeiras páginas da imprensa nacional a atacar juízes e a justiça. Nenhum desses seres é, em seguida, importunado pela procuradoria da república, que difamar juízes e fazer campanha contra a justiça não parecem ser crimes públicos nesse tal país.

 

E os media colaboram, que também por esses lados não há cabeça nem sentido das responsabilidades.

 

Que loucura é esta?

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