Que confusão!
A confusão de ideias, em Portugal, e a confusão de ideias, na Europa, vão a par e passo. Cada caso tem as suas razões, mas confusão é confusão. Só complica. Só serve para atrasar a resolução dos problemas.
Em Portugal, certos intelectuais e certa comunicação social acham uma delícia os disparates que um velho senhor da política profere com alguma regularidade. Cada vez que o velho raposo abre a boca, sai uma de caixão à cova. E a malta gosta.
Querem um melhor indicador da nossa pobreza intelectual?
Só se forem buscar os textos de um pensador social, um baralhado de pensamentos, que escreve a partir das margens do Mondego. Esse também diz coisas que fazem aflição.
Na Europa, a confusão à volta da preparação da cimeira de domingo vai ficar nas memórias de quem ainda se lembra das coisas.
Ontem, em Frankfurt, ainda houve uma tentativa de acordo, que não deu faísca. Hoje, à noite, fala-se uma cimeira seguida, uns três dias depois, por uma nova cimeira. Entretanto, a economia da UE vai desacelerando. Não é apenas a questão da solvência dos bancos, ou do risco para as pequenas poupanças, ou as incertezas dos mercados financeiros. É a economia e o emprego a sofrerem em virtude da confusão e da incerteza.
No meio de tudo isto, teve lugar ontem em Bruxelas um debate sobre o movimento dos "Indignados". Viu-se que não estão apenas indignados. Estão, igualmente, confusos.