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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

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Crescemos quando abrimos horizontes

A chutar para a própria baliza

Cada vez que E. Catroga vem à televisão explicar qualquer coisa relacionada com o programa de austeridade, o PSD perde potenciais eleitores. Com todo o respeito, este senhor é visto por muita gente como uma versão sem saias de Manuela Ferreira Leite, tão de outra época como a senhora, mas pior nas explicações e mais palavroso no verbo.

Vitórias e sabedorias

 

Este texto está a ser escrito a alta velocidade, numa bela manhã de um Outono com Sol, no TGV entre Bruxelas e Paris. O pequeno-almoço, que está incluído no bilhete do comboio, foi de boa qualidade. Mas não é a qualidade que nos faz pensar em Portugal. É a alta velocidade, a polémica, a nossa aptidão para discutir o já resolvido noutras terras.

 

Parece, ao ver os resultados das eleições de ontem, que os nossos projectos de TGV vão para a frente. Ainda bem. A economia, a interligação com o grande mercado que é a Espanha, todos precisam de novas oportunidades.

 

Ganhou a aposta na infra-estrutura.

 

Mas ao nível da superstrutura que é a política, como se reconhece quem ganhou? Para lá da resposta óbvia de quem vai ser convidado a formar governo, penso que conta muito ganhar deputados. Afinal, estamos ou não, numa democracia representativa?

 

Quando um partido perde um grande número de assentos, a verdade é que leva uma  sova  do eleitorado.  O partido que ganha deputados, ganha força. Essa é que é a verdade.

 

Derrotada sai a formação que tinha reais hipóteses de ser governo e que deixou escapar a ocasião. As hipóteses existiam. Havia muita gente à procura de alternativa. Como a não encontraram, resolveram ir passear. Talvez para ver onde vai ser construído o novo aeroporto de Lisboa e por onde vai passar o TGV da nossa esperança.

Peço desculpa, mas assim não vamos lá

 

No debate de ontem, entre os dois chefes, nada de novo. Um diálogo de míopes. Os tolos liderados por míopes.

 

As questões fundamentais do emprego e do crescimento económico, da falta de competitividade da economia portuguesa, da Justiça que não funciona, do endividamento do Estado e das famílias, da insegurança e ordem pública, não mereceram qualquer atenção.

 

Entretanto, queiram fazer o favor de notar que nos últimos quatro anos, a coligação alemã, que irá a votos no mesmo dia das nossas legislativas, viu a criação de dois milhões de novos empregos.

 

Afinal, a crise não é igual para todos.

Os ecrãs da fantasia

 

Na vida pública, na diplomacia, nas relações entre as pessoas, é fundamental adoptar uma atitude positiva. É um sinal de grandeza, de maturidade, de serenidade perante os problemas.

 

Quando se está confrontado com um ego muito grande, como agora acontece e é visível nos debates televisivos, em que certos protagonistas estão manifestamente inchados pela importância que a si próprios se atribuem, é difícil não reagir pela negativa. Seria um erro. Como eles controlam as máquinas partidárias e têm muitos jornalistas no bolso traseiro das calças, é melhor deixá-los em paz. E procurar outros meio de revitalizar o debate sobre o futuro de Portugal.

 

As televisões desempenham o papel fundamental. Se não se passa pelos ecrãs, a capacidade de impacto é quase nula. Por isso, há que dedicar muito mais atenção à critica das televisões, à análise do acesso, aos lóbis que as controlam, às mensagens que nos fazem chegar.

 

Espero que a comunidade bloguista passe a interessar-se mais pelo assunto.

As interpretações abusivas

 

A leitura feita por alguns jornalistas das palavras da senhora da oposição sem jeito é claramente abusiva e inspirada pela fidelidade de certos homens dos jornais aos cavalheiros do poder. A senhora não fala de nenhum Bloco Central. Aliás, na resposta à questão levantada pelo entrevistador, a rainha dos desajeitados diz umas coisas que, lidas e relidas, não se entendem. Mas isso não seria notícia. É habitual. O que certos jornalistas inventaram, de seguida, é que se tornou notícia.

 

E que se trame a honestidade intelectual em Portugal.

 

 

 

 

 

Os debates políticos e as palhaçadas

Os debates sobre as opções políticas têm que ter lugar nas instituições que o sistema democrático criou, como por exemplo a Assembleia da República. Levar os debates para outras arenas, para a televisão, para os media, para a rua, são outras tantas maneiras de enfraquecer ainda mais o sistema democrático.

 

O desafio de Ferreira Leite para um debate público sobre a economia é mais um mau exemplo de ruído demagógico e vazio, um minar do sistema representativo, um atentado contra o reforço das instituições democráticas.

 

O que é necessário é sair das palhaçadas que os debates quinzenais com o senhor primeiro dos ministros se tornou e transformá-lo num exercício sério de confrontação política, de um modo construtivo. Actualmente, esses chamados debates são meras cenas de pugilato político, não para discutir opções, mas para ver quem esgrima melhor.

 

A outra crise, a do PSD

O PSD, tal como o sitema financeiro internacional, não consegue sair da sua crise de liderança.

 

Com Pacheco Pereia a bater com a porta na cara da Dra. Manuela, depois de ter feito campanha a seu favor, com o Santana a dividir as hostes, e a confundir os eternos oportunistas do Partido, que ficam sem saber em quem apostar, e o Senhor de Gaia a ressuscitar nas frase envenenadas que vai semeando na imprensa, temos a espiral de crise em aceleração.

 

Como nos bancos, e' um problema de confiança e liquidez.

 

De confiança, por que já ninguém acredita no grupo dirigente do costume.

 

De liquidez, por que os mais aptos retiraram-se do jogo, deixando em cena os que pouco crédito têm.

 

O professor e a velha senhora

O professor, que vive de dar palpites, disse que a velha senhora tem estado calada, durante toda esta crise.

 

A velha senhora sai ao baile,  que não, senhor professor, que tem falado e escrito. Uma verdadeira Thatcher 'a la mode du Tage qui nous baigne les pieds...

 

O PSD e' de facto um partido de fragmentos. Mas pouco luminosos....

Pedro a Presidente

A decisão do PSD de considerar Santana Lopes como candidato 'a Câmara de Lisboa e' coerente com a rota que o Partido tem vindo a seguir.

 

Depois de ter eleito uma senhora que representa bem o passado, cabe agora escolher um senhor que não e' mais do que um dos nossos desastres históricos enquanto governante. Pedro e' um homem de outrora, improvisador e imprevisto.

 

Todos se lembrarão da sua actuação atabalhoada de aprendiz de Primeiro-Ministro, a começar pela desastrada tomada de posse, ate' ao acto final de ser convidado a ir dar uma volta.

 

Com um PSD assim, o Governo fica mais descansado.

 

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