Um dos primeiros animais vistos no Parque de Ranthambhore, a cinco horas de comboio a sul de Nova Deli.
O parque é um centro de atração famoso, por causa dos tigres. Mas ver os ditos é quase um milagre. A maior parte dos visitantes vai e volta sem ver nenhum tigre. Vê, isso sim, muitos turistas, incluindo muitos turistas indianos, que as classes com posses e mais jovens viajam imenso, por todos os cantos do seu país.
Fiquei três dias inteiros no parque. Ao segundo dia já pensava que o tigre é como um deus: acredita-se que existe mas ninguém o vê. E nesse dia, ao acaso de muitas voltas e de muito sofrimento no mato, que as pistas de Ranthambhore são umas quebra-costas dos diabos, acabei por estar lado a lado com uma mãe tigre e as suas duas crias, já de um ano de idade. Com dois anos, separar-se-ão da mãe e cada uma irá constituir um novo território exclusivo e solitário.
Passei o dia na cidade holandesa de Maastricht. Muitas coisas mudaram na Holanda e na Europa nos últimos anos. Vejam as fotos. A passadeira de uma das praças mais importantes fora pintada com as cores do movimento a que chamamos "gay"...E as três bandeiras hasteadas na câmara municipal eram do mesmo padrão.
O casal amigo com quem viajava, gente de uma outra geração -- a minha...-- não se apercebeu do significado das bandeiras. De facto, para muitos da minha idade, isto é tudo muito novo, uma maneira diferente de olhar para a vida.
Nesta Sexta-feira de Páscoa, lembrei-me da visita recente que fiz ao Buda Deitado (ou Reclinado) em Yangon, a capital económica da Birmânia. E na importância da religião nesse país, incomparavelmente mais crente do que nosso caso. E, nalguns casos, tão intolerante como nós. Nomeadamente em relação aos muçulmanos de certas regiões da Birmânia.
Ora, num dia como o de hoje, a tolerância e aceitação das diferenças são dimensões que convém sublinhar.
No passeio da praia, em Oostende, no litoral belga.
Entre ler os jornais portugueses – tenho vários dias de atraso – e fazer qualquer coisa de positivo, resolvi ir à praia. Aproveitar o Sol, que estava um dia lindo. Esquecer as historietas da actualidade portuguesa, que podem ser lidas vários dias depois, são sempre as mesmas tragédias, com os pensadores públicos e os intelectuais de toda a espécie a repetirem, todos os dias, o que outros já disseram.
Ainda por cima, esta fotografia mostra-nos dois pombinhos – viram bem? – e não outros passarões de má fama.
Passei o dia no norte do Luxemburgo. De aldeia em aldeia. A esquecer a crise e o ninho de víboras que certos partidos são. A encontrar gente, portugueses e outros, que vivem uma vida tranquila.
A minha caminhada de hoje, pela manhã, passou por estes tons de verde. Assim acontece todas as manhãs, quando estou por aqui.
E agora os coelhos estão de volta. Não são numerosos, este ano, pois tem havido muita agitação no parque, corvos, cães e pessoas, e os coelhos não se sentem bem com tanta azáfama.
Há também um bando de papagaios de um verde intenso, que, apesar de exóticos, conseguiram um visto dourado e vieram viver para este lado do mundo. Até nos tempos de inverno se avistam.
Esta fotografia foi tirada ao fim da tarde de hoje. Mas podia ter sido de um outro dos dias recentes. Lisboa está a atrair vários paquetes de cruzeiros por dia. Agora mesmo, já de noite, tenho na minha frente mais um navio a sair em direcção ao mar, depois de ter passado umas horas deste Sábado atracado ao porto da capital.
Tudo isto contribui para a economia da cidade. Aqui não há mentiras. É positivo e é verdade.
Domingo em Hong Kong. Poderia ser do outro lado do rio,em Macau. As milhares de empregadas domésticas, Filipinas, têm o dia livre. Mas como não têm habitação digna desse nome - vivem aos montes em pequenos quartos - a única solução é passar o dia acampadas nas ruas e nos parques, nos centros comerciais e nos corredores dos transportes públicos.
Estas imagens são do início do dia. Mais tarde, está tudo tão cheio que não dá para circular a pé.
Aqui e em Macau, e noutros sítios da Ásia, as Filipinas são empregadas domésticas, sem direito de residência permanente. Isso que dizer duas coisas, entre outras. Se perdem o emprego, têm que sair e voltar às Filipinas. Por outro lado, significa que não têm direito a segurança social. Se ficarem doentes ou tiverem um acidente, pagam tudo do seu bolso, se o tiverem. Caso contrário, ficam à espera que passe. Na rua, talvez...
Razões de trabalho trouxeram-me, por dois dias, a esta localidade à beira do Lago Léman.
Foi uma experiência diferente: quando cheguei ao aeroporto, para embarcar para a Suíça, apercebi-me que me havia esquecido do telefone, onde tenho todos os contactos. Já no avião, notei que a carteira onde guardo os francos suíços ficara para trás, bem arrumada numa gaveta de meu quarto, num sítio seguro, em casa. Depois, lembrei-me que os cartões de visita estavam na pasta que resolvera, à última hora, não trazer.
Agora, no regresso, apercebo-me que não tenho as chaves de casa, que bato com o nariz na porta.
Felizmente, trouxe a máquina fotográfica, que esta parte do mundo vale sempre a pena, para quem gosta de fotografias da natureza e da sabedoria humana, em termos de ordenamento do território.