Sabotagens no momento certo
Os gasodutos Nord Stream 1 e 2 foram sabotados. As explosões só podem ter sido organizadas por comandos especiais, ligados às forças armadas de um país. Não se sabe ainda qual terá sido esse país. Mas a sabotagem aconteceu na altura em que estava a ser inaugurado o pipeline entre a Noruega e a Polónia, que permitirá aumentar substancialmente as importações de gás norueguês, em alternativa ao russo. Estas coisas não acontecem por acaso. A escolha do momento, das datas, faz parte do impacto que se pretende obter. Como também a escolha do local visado. Os ataques contra esses dois gasodutos ocorreram na mesma zona por onde passa a conduta vinda da Noruega. Dir-se-ia que a mensagem é: vejam bem, temos capacidade operacional para fazer saltar o pipeline.
Os russos dizem que não foram os autores destas sabotagens. Uma análise dos possíveis impactos e mensagens políticas que uma acção destas provoca, ou tem a intenção de provocar, faz-me pensar, no entanto, que a possibilidade russa é a mais forte. É um aviso aos europeus e além disso, mais um factor de perturbação dos mercados do gás, que, entretanto, subiu de preço – 20% mais caro. A arma económica é um dos instrumentos da nova maneira de criar e gerir conflitos.