Hoje estava um dia feio, cinzento, um céu muito fechado e a ameaçar chuva. Fiz a minha caminhada no parque, como de costume e apercebi-me que era a única pessoa normal que por ali andava. Os outros, a começar pela minha mulher, estava todos com abafos e anoraques. Eu, com um pólo de manga curta e pouco mais. Roupa de fins de maio, que aí estamos. E senti-me bem, por ver que ainda havia uma pessoa com juízo nesta terra: este vosso amigo!
No dia de Natal, altura em que se celebra a vida, a única mensagem possível terá que ser de optimismo. O que não é fácil, num momento de grandes incertezas, para muitos. Incerteza e optimismo são sentimentos que não gostam de andar juntos.
Ontem falava de viagens. Que continuam hoje. Que abrir novos horizontes, quando é possível, enriquece a vida.
Mas, ao mesmo tempo, custa muito ver o caos que muitos viajantes estão a sofrer, nalguns aeroportos, no Norte da Europa. Em muitos dos casos, houve falta de planos de contingência, de meios operacionais suficientes, de produtos que deveriam fazer parte de uma reserva estratégica. O objectivo escondido era o de economizar despesas. Pura e simplesmente, apostando na lotaria do tempo, esperando que o Inverno não fizesse das suas.
Assim se está a gerir certos aeroportos. Depois, quem paga são as companhias de aviação, que já estavam à partida com dificuldades económicas, e quem sofre é quem tem que passar por esses sítios.
Sábado de Páscoa é um dia de transição, na cultura que nos rodeia. De um lado, uma Sexta-feira em que a esperança é crucificada. Do outro, um Domingo que nos desperta uma nova luz, nos abre horizontes, nos faz acreditar na vida.
É preciso saber esperar. Ter coragem. Ultrapassar os momentos difíceis. Acreditar no futuro.
A minha escrita tem uma linha mestra muito clara: deixar espaço a quem me lê. Não há que dizer tudo. Quem escreve, penso, convida o leitor a sonhar. A imaginar. A reflectir. A abrir os olhos. Para que as vistas sejam sempre o mais amplas possível.