O périplo europeu de Zelensky em vésperas da nova campanha
A ninha conversa de domingo na CNN P.
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A ninha conversa de domingo na CNN P.
Giorgia Meloni foi agora investida como primeira-ministra da Itália. E tem-se revelado muito astuta. Não apenas nas nomeações que fez para pastas importantes como também nas declarações públicas, que defendem a Europa e a Ucrânia. Não sei se o diz por convicção, mas a verdade é que a sua entrada em funções tem sido recebida com tranquilidade quer na Itália quer em Bruxelas. Também tem havido uma reação positiva dos mercados financeiros. Só posso esperar que continue na via da moderação, apesar do seu passado ideológico e de ter como companheiros de percurso gente como Matteo Salvini e outros que tantos. A Itália precisa de serenidade e a Europa não quer andar em disputas com os governos dos Estados-membros. Vai ser interessante seguir a governação de Meloni e tentar perceber o que isso poderá significar noutros países, que também têm políticos de inspiração ultranacionalista e fascista.
Os tópicos do dia, tratando-se da agenda internacional, claro:
CHINA
O 20º Congresso do Partido Comunista Chinês: que conclusões tirar?
O incidente durante a sessão final do Congresso com o Antigo Presidente Hu Jintao
O poder absoluto de Xi Jinping poderá levar a uma crise interna e ou/externa? Quais são os grandes desafios?
Por que razão não desempenha a China, que está sempre a falar de soberania e da importância do multilateralismo e da ONU, um papel mais activo na resolução do conflito ucraniano?
UCRÂNIA-RÚSSIA
Qual é o objectivo actual da Rússia no que respeita à agressão contra a Ucrânia?
E a questão dos drones iranianos: qual deve ser a resposta da UE?
Que levou Lloyd Austin e Sergei Shoigu a falar por videoconferência na sexta-feira, depois de 5 meses de silêncio? E hoje com os ministros da Defesa turco, francês e britânico?
Qual será a política do novo governo italiano em relação à Rússia e à Ucrânia?
https://www.dn.pt/opiniao/os-avancos-da-extrema-direita-europeia-um-novo-normal-15211261.html
Este é o link para a crónica que hoje publico no Diário de Notícias.
"A extrema-direita está a ganhar terreno no espaço europeu. Surge, assim, uma questão muito direta: o que leva os eleitores a votarem por Meloni ou pelos seus aparentados, nestes diferentes países? Personalizo e digo Meloni, como diria Orbán ou Le Pen, ou mesmo Ventura, porque estes partidos são, de um modo geral, construídos à volta de uma personagem política, que encabeça a agremiação e procura fazer coincidir a imagem do partido com a do líder. Ainda agora, Fratelli d"Italia nos mostrou este facto: o nome da dirigente aparece primeiro e é escrito em letras mais gordas do que o nome do partido. O partido é uma mera câmara de eco, que existe apenas para repetir e amplificar a mensagem do chefe. Nestes partidos extremistas não existe um diretório político. O líder é o pastor de um aglomerado de carneirinhos, ao qual se misturam alguns lobos esfomeados de poder."
Esta é uma citação extraída do meu texto.
Hoje um velho lobo da política portuguesa, que também foi deputado no Parlamento Europeu, disse numa entrevista a um programa de rádio que só agora ouviu falar de Giorgia Meloni. Achei estranho, eu que já aqui escrevi sobre ela em tempos passados, e fiquei a pensar qual poderia ser a razão desse desconhecimento, por parte de alguém que está sempre pronto para dar uma opinião.
Meloni, que deverá ser a próxima primeira-ministra de Itália, tem vindo a crescer politicamente desde 2018. Representa uma parte da opinião pública italiana – um em cada quatro eleitores italianos – que é ultranacionalista e de inspiração extremista de direita. Mas representa, acima de tudo, um eleitorado confuso, radicalizado, uma pequena burguesia incapaz de aceitar que a Itália vive sobretudo à custa de uma enorme dívida pública, a que se junta um certo nível de corrupção, baseada nos favores políticos. A Itália vive, em certa medida, numa fantasia económica e social.
Mario Draghi é um patriota e um homem de Estado. Como o é igualmente o Presidente da República, Sergio Mattarella. Outros, como Matteo Salvini, Giuseppe Conte, Giorgia Meloni e o sempre-em-pé Silvio Berlusconi, são meros oportunistas políticos. E, nalguns casos, extremistas de direita. Representam a face pior da política. A Itália está nas mãos desses indivíduos. Lamentavelmente, em péssimas mãos.
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