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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

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A força do poder e a da razão

Aprende-se muito sobre relações de força em matéria de política internacional, quando se trabalha numa posição estratégica directamente ligada ao Conselho de Segurança da ONU ou numa agência eminentemente política, como é o caso do programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Tive a sorte de fazer os meus trinta e tal anos nessas “zonas de combate”.

Quem vem das agências humanitárias não tem a mesma experiência sobre as questões de poder. Tem muitas outras vivências e valores, é certo. Traz uma dimensão humana muito forte, que é algo de mérito absoluto.

Mas a política internacional é muito complicada e nem sempre muito sensível às facetas humanitárias.

Isto daria pano para uma dissertação.

Não cabe aqui.

Noto, todavia, que o novo Secretário-Geral teve esta semana duas oportunidades bem complexas de ver como funcionam as relações de poder em Nova Iorque.

Uma relaciona-se com os cortes que a Administração Trump decidiu aplicar ao financiamento da ONU. São reduções financeiras de grande monta, que põem em causa o funcionamento de partes importantes do sistema onusiano. Vão obrigar a liderança da ONU a navegar em águas extremamente agitadas. E trazem exigências e condições que irão fortemente condicionar a autonomia de poder do Secretário-Geral.

A outra diz respeito à demissão de Rima Khalaf, a Secretária-Geral-Adjunta das Nações Unidas e responsável pela Comissão Económica para o Próximo Oriente ( ESCWA). Rima é uma mulher de reconhecida coragem e de grande competência técnica. Uma personalidade influente no mundo árabe.

O Secretário-Geral não concordou com a publicação de um relatório sobre Israel, que ela patrocinou, e exigiu que o mesmo fosse retirado do sítio da ESCWA. Rima disse que não, que o relatório tinha mérito e respondeu à pressão vinda de Nova Iorque pedindo a demissão das Nações Unidas. O Secretário-geral tratou o assunto através da sua Chefe de Gabinete, sem falar directamente com Rima Khalaf, o que me parece ser algo de excepcional, digamos assim, e foi acusado de submissão cega aos americanos e aos israelitas.

Este episódio ficará nos anais por várias razões. Todas elas, bem complexas e sujeitas a interpretações diversas.

É que isto das relações internacionais tem que se lhe diga.

A atenção mediática

Na imprensa internacional, a tomada de posse do novo Secretário-Geral da ONU apenas mereceu umas linhas e uns rodapés. Amigos, que conhecem bem a casa, dizem-me que este tratamento do assunto é revelador da marginalização em que as Nações Unidas se deixaram colocar, ao longo de uma década ou mesmo, desde os acontecimentos que viraram a página do mundo em 2001, em Nova Iorque.

É possível que uma parte das razões esteja por aí.

No entanto, numa altura de muitos dramas e surpresas, a transição serena que esta semana ocorreu em Nova Iorque não chega a ser notícia. Não há tempo e espaço para os acontecimentos normais e previsíveis. Alepo e outras tragédias, que nos enchem os ecrãs diariamente, são a anormalidade que é preciso contar. E ainda bem que não passam despercebidas, embora a visibilidade não tenha ainda contribuído para envergonhar e punir quem não quer resolver estas coisas.

Mas não é só a Síria ou coisas semelhantes. A ONU também não pesa quando comparada com os futebóis. Esses sim, merecem páginas e páginas de atenção.

G. e G.

Passei o dia a discutir alguns dos grandes desafios que a Ásia Central – as cinco antigas repúblicas soviéticas – tem pela frente. E já no final do dia, um jornalista conhecido telefonou-me de Lisboa, a perguntar qual era a minha opinião sobre a prestação de Kristalina Georgieva nas Nações Unidas. A verdade é que estava muito longe desse assunto. Disse-lhe que ainda não tinha informações sobre a matéria. E lembrei que neste momento há muitos especialistas em questões onusianas no panorama intelectual lisboeta. Talvez fosse melhor perguntar-lhes a opinião, sobretudo aos do costume.

E esperar por quarta-feira, pela próxima volta, no Conselho de Segurança.

Já depois disso, soube duas ou três coisas. Que o embaixador do Quénia junto da ONU, o meu antigo colega Macharia Kamau, que também desempenha as funções de presidente do Fundo das Nações Unidas para a Consolidação da Paz, o que lhe dá uma voz grossa, achou que Georgieva pode ter aparecido à última hora, mas ainda “apareceu a tempo e no tempo preciso”. Interessante. E mais. Que os Nórdicos estão a fazer campanha pela nova candidata. Consideraram que a senhora teve um desempenho de qualidade e que é a altura de ter uma mulher no cargo. Uma mulher bastante competente, acrescentam. Finalmente, que os russos acharam bem que ela se exprimisse na sua língua, ao fazer as suas intervenções.

A isto junta-se a geopolítica – o Leste europeu – e o género.

Do outro lado, temos António Guterres. Um candidato que toda a gente sabe que é muito forte.

Veremos o que acontece depois de amanhã.

As voltas que a ONU dá

A comunicação social portuguesa tem dado muita atenção à eleição do novo Secretário-geral da ONU, o que se compreende, face à excelente candidatura de António Guterres. E tem participado activamente na exaltação patriótica que a mesma gera. Não seria de esperar outra coisa, de nós, portugueses. Nestas coisas, joga tudo do mesmo lado. O nacionalismo arrebatado faz parte integrante das nossas exaltações colectivas.

Só que na casa da alta política que é o Conselho de Segurança das Nações Unidas o jogo é outro. É tudo mais complexo, sobretudo agora. Reconhece-se a importância do mérito, e aí, nessa questão, o candidato português está no topo da liga. Mas há mais. Chamam-lhe geopolítica. Na realidade, trata-se apenas da leitura que cada membro permanente faz dos seus interesses nacionais. É isso que conta, ao fim e ao cabo, por muito que se fale de transparência. E o Conselho funciona melhor quando consegue encontrar o ponto de equilíbrio desses interesses. Sim, dos interesses dos cinco Estados permanentes.

Mesmo entre os não-permanentes há diferenças de peso e influência. Nesto momento, a Venezuela e a Espanha têm ambas assento no Conselho. Muito bem. Mas não têm a mesma influência. A Espanha conta muito mais, até mesmo junto dos países da América Latina. Os membros permanentes irão procurar ter a Espanha do seu lado. E, ao mesmo tempo, estarão prontos para ignorar a posição da Venezuela. Mais ainda, ficarão politicamente satisfeitos se a Venezuela for ignorada. O isolamento faz parte da política internacional. Envia mensagens e marca pontos.

Não sei o que está a ser discutido nos corredores das relações internacionais. Poderei tentar adivinhar uma ou outra área de possíveis negociações. Que as há, é evidente que sim. E nestas coisas, ganha quem tem mais para oferecer. Directamente, ou por empenho dos padrinhos, dos Estados mais poderosos.

O resto, incluindo o voto na Assembleia Geral, é matéria mais ou menos pacífica. Uma vez decidido no Conselho, o jogo está feito. Não creio que desse lado possa haver qualquer surpresa.

 

Comentários de hoje

Uns breves comentários, no fim de um dia muito agitado.

Portugal, que tem uma economia pobre, não precisa de radicalismos anticapitalistas e de infantilismos doutrinários. Necessita, isso sim, de serenidade política que atraia investimentos e dê confiança a quem pode criar economia e emprego.

O primeiro-ministro não pode dar a impressão que não controla as suas hostes, sobretudo os mais exaltados dos extremistas e outros “jovens turcos” que andam aos pulos para serem vistos pela pacóvia que controla os meios de comunicação social.

Veja-se se a lista dos chefes de Estado que o Presidente tem a intenção de encontrar em Nova Iorque, nas margens da Assembleia-Geral da ONU e prometa-se, de seguida, uma velinha à Virgem de Fátima.

Entretanto o Wall Street Journal publicou um artigo de opinião contra António Guterres. Diz que o nosso compatriota não soube gerir o ACNUR, invocando para isso uma investigação interna da ONU, recente, que de facto existe, mas que não incrimina Guterres. Enfim, um artigo de lixo num jornal influente.

Manobras internacionais

Começou hoje a Assembleia Geral das Nações Unidas, edição 2016.

Desta vez, a questão da eleição do novo Secretário-geral estará muito presente, nos múltiplos encontros diplomáticos que o evento proporciona. Mas, na realidade, é a posição de cada um dos cinco membros permanentes que conta. Mesmo nas circunstâncias actuais, depois de um processo mais visível do que passado.

É difícil saber, neste momento, qual vai ser a escolha que cada um irá fazer.

Para já, é claro que os Estados Unidos prefeririam Susana Malcorra, que passou vários anos em Nova Iorque, nomeadamente na área que dá prestígio político junto dos grandes, que é a da manutenção da paz. Os britânicos iriam por Helen Clark, que está há vários anos à cabeça do PNUD. Os franceses e os russos, apostam ainda em Irina Bokova, por muito que se diga. E os chineses, que estão muito interessados na América Latina e operações de paz, também iriam por Malcorra.

Esta última não agrada muito ao governo de Londres, embora se estejam já a discutir as condições que poderiam levar a um apoio.

Helen Clark não deverá ter a aprovação dos russos e dos chineses, por muito que ela nos queira fazer crer que sim. Nem estes vêem grande vantagem em aprovar alguém vindo de um país que nada lhes poderá oferecer de verdadeiramente estratégico.

Irina Bokova não deverá passar nem em Londres nem em Washington. A sua candidatura está, aliás, sob uma séria ameaça, que poderá ser concretizada a 26 de setembro, após a próxima ronda de votação informal no Conselho de Segurança.

No meio de tudo isto, aumentam as hipóteses dos outros candidatos mais votados, sobretudo de António Guterres e de Miroslav Lajčák. Mas nada está ainda garantido.

Quanto a Kristalina Georgieva, poderá aparecer depois de 26 de setembro. E a sua aceitação comportar, entre outras possibilidades, uma promessa de suspensão das sanções europeias contra a Rússia. Isso tem algum peso, claro.

 

 

Sobre a quarta ronda

Teve hoje lugar a quarta ronda do processo de eleição do Secretário-Geral da ONU. E o Conselho de Segurança mostrou manter a mesma linha de coerência que havia revelado nas votações anteriores. Voltou a preferir António Guterres, com mais ou menos o mesmo tipo de apoio. Diria mesmo que Guterres sai reforçado. É agora um candidato que deve ser levado muito a sério pelos Estados Membros que estão neste momento no Conselho de Segurança bem como pelos membros permanentes.

Ainda vamos ter, próximo do final do mês, uma outra ronda indicativa. A última, antes do processo entrar na fase dos vetos. O período que se segue, entre hoje e essa nova volta, vai ser um período de intensa actividade diplomática, pelo menos para alguns dos candidatos. Susana Malcorra, por exemplo, já começou a fazer concessões aos britânicos, no que respeita às Ilhas Malvinas.

É preciso ter igualmente em conta que a questão até agora tem sido se o candidato deve ou não ser encorajado a manter a sua candidatura. Responder que sim não é o mesmo que votar a favor. No entanto, os valores obtidos por António Guterres não poderão ser ignorados pelos membros do Conselho. 

Uma eleição bem complexa

Nações Unidas: a procissão já saiu do adro

                Victor Ângelo

 

 

                Independentemente do desfecho final, que ainda é incerto, porque as negociações entre os grandes ainda não começaram, e nestas coisas de interesses estratégicos tudo pode acontecer, os resultados obtidos até agora por António Guterres são de se lhe tirar o chapéu. O Conselho de Segurança da ONU tem sido consistente na apreciação das qualidades excecionais do candidato proposto por Portugal para Secretário-geral. Enquanto se têm notado oscilações importantes no reconhecimento do mérito dos outros concorrentes, no caso de Guterres as votações têm mantido uma avaliação constante, a um nível alto e promissor.

                Se na próxima ronda, que será a quarta, o apoio continuar ao mesmo nível, tornar-se-á muito difícil impor um outro candidato. Sobretudo um candidato de última hora, alguém chegado de novo, de fora, a um processo que já percorreu muito caminho.

               Mas tudo pode ainda acontecer. O passado mostra que a escolha pelo Conselho de Segurança de um novo patrão das Nações Unidas mantém-se imprevisível até ao último momento.

                A Rússia está convencida que um Secretário-geral proveniente de um pequeno país da Europa do Leste lhe será, no futuro, mais favorável, menos inclinado a críticas à política externa russa. Sobretudo se o país da sua nacionalidade tiver uma relação de proximidade económica e cultural com a Rússia. Por isso, será de prever que o Kremlin continue a insistir na questão da rotatividade geopolítica, ou seja, que desta vez o cargo deve caber à Europa Oriental. É verdade que a Europa Oriental é uma ficção política, que deixou de existir com o fim da Guerra Fria, a subsequente expansão da NATO e as adesões à UE. Mas é uma ficção que existe ainda na ONU e que pode ser útil aos interesses russos, tal como a classe dirigente atual os vê.

                Nessa linha de reivindicação geopolítica, um nome parece agora emergir. E de modo surpreendente. O primeiro-ministro da Eslováquia esteve em Moscovo uns dias antes da votação desta semana e teve uma conversa muito apreciada por Vladimir Putin. É assunto que convém seguir com algum cuidado.

                Por outro lado, quer a Rússia quer os outros grandes do Conselho, os P5, como se chama aos permanentes, preferirão um Secretário-geral que seja considerado politicamente pragmático. Ou seja, flexível, uma palavra que traduz bem a principal característica que eles gostam de ver na pessoa que ocupa o secretariado-geral. Os membros permanentes não apreciam os moralistas, em matéria de política internacional. Também não morrem de amores por gente com um forte pendão humanitário.             

                 Há ainda a variável do género. A administração americana tem em Washington quem pense – e é gente influente, com acesso aos ouvidos do presidente – que Obama não deve deixar passar a oportunidade, no termo do seu mandato, de contribuir para a eleição de uma mulher. Ficaria bem na fotografia final e nos livros de história.

                Sem esquecer, claro, que Hillary Clinton também vai influenciar a escolha, mesmo que o faça de modo indireto. Vai ser ela, em princípio, quem irá ter como interlocutor o novo Secretário-geral.

                Os americanos querem, por tudo isto, que as candidatas femininas continuem até à próxima ronda. Têm porém um problema como uma outra mulher: Teresa May. A líder britânica não pode apoiar a candidata preferida por Washington. A razão é clara. Toca numa questão internacional que faz parte da sua história recente e que está estreitamente associada ao legado de uma outra líder conservadora, Margaret Thatcher: as Ilhas Falklands, para uns, Malvinas, para outros.

                Para quem gosta de histórias de suspense, a inovadora metodologia eleitoral, que os estados membros estão desta vez a seguir, oferece uma boa dose de excitação. Tem, igualmente, o mérito de chamar a atenção pública internacional para uma questão que no passado sempre passou despercebida: a importância da função. Num panorama de grandes tensões, a personalidade do Secretário-geral conta de modo determinante. E é por isso que a candidatura de António Guterres ganhou o peso que agora tem.

 

(Texto que hoje publico na Visão on line)

 

 

 

Escrever sobre as Nações Unidas

Com a terceira ronda às portas, marcada para 29 de agosto, e com António Guterres na linha da frente, na corrida ao topo da instituição, cresce o interesse na imprensa portuguesa sobre as Nações Unidas. E surgem vários textos, sobretudo para dar uma perspectiva histórica do relacionamento de Portugal com a ONU.

Ainda bem que assim é. A questão onusiana tem sido sempre tratada pela rama e de modo muito incompleto. Os escritos que agora vão surgindo permitem dar um pouco mais de substância à matéria.

Mas ainda há muito que aprender, como noto quando falo com gente que normalmente tem um bom acesso à informação. Não entendem bem como funciona a máquina. E também o noto nos próprios textos, que são escritos por quem leu umas coisas sobre a ONU ou se relacionou com ela do lado de fora, a partir das nossas missões diplomáticas.

 

 

ONU: Primeira volta

O primeiro voto informal relativo ao processo de eleição do futuro Secretário-Geral da ONU teve lugar hoje no Conselho de Segurança. E as primeiras indicações, baseadas ainda em informações incompletas, são certamente muito favoráveis para o candidato português, António Guterres. Por duas razões. Primeiro, pelo elevado número de votos “de encorajamento”: 12 num total de 15. Depois e sobretudo por não ter nenhum voto de “desencorajamento”. Esse tipo de votos é muito perigoso. Basta que um deles venha de um membro permanente do Conselho para termos o caldo entornado. Ou pelo menos, para que a eleição se torne bem mais difícil. 

No caso presente o segundo candidato mais forte, Danilo Turk da Eslovénia, teve dois votos de “desencorajamento”. Turk era à partida uma das grandes apostas: vem da Europa do Leste, conhece bem a ONU, fala bem e é convincente. Mas esses dois votos negativos podem trazer muita água no bico. Não serão, no entanto, barreiras intransponíveis. Kofi Annan também tinha um voto desses vindo da França. Depois de muitas conversas, a diplomacia acabou por virar a opinião dos franceses no bom sentido. E Kofi ganhou.

Irina Bokova, a Directora-Geral da UNESCO, cidadã búlgara, aparece como a mulher com mais hipóteses. Mas ainda não sei se recebeu votos de desincentivo. Se assim tiver acontecido, creio que não terá hipóteses de ganhar. 

Tudo ficará mais claro quando tiver lugar a próxima ronda.

 

 

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