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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

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A geração "digital"

https://www.dn.pt/opiniao/a-geracao-z-e-as-suas-preocupacoes-16098300.html

Este é o link para o meu texto de hoje no Diário de Notícias. O texto começa assim:

"A minha neta e os seus colegas de turma estão na casa dos treze anos de idade. São a franja mais jovem do que se convencionou chamar de Geração Z, os nascidos, já com um telemóvel na mão, entre 1995 e 2010. Frequentam uma escola belga que está inserida num meio internacional. Há alunos de várias nacionalidades. Tendo presente o contexto físico em que a escola se situa e o facto dos pais estarem em geral ligados a questões de defesa, seria expectável que estes adolescentes tivessem a questão da Ucrânia e os receios que Vladimir Putin causa como temas principais das suas conversas e preocupações. Não é assim."

A causa monárquica não faz parte do nosso debate actual

Ontem, na CNN, repeti que a apreciação pelo reinado e pela pessoa que foi Isabel II não faz de nós menos republicanos. Aliás, nem isso está em causa. Não se trata de defender ou atacar o regime monárquico que um outro país tenha em vigor. A questão monárquica não existe em Portugal. Não vale a pena falar e argumentar sobre um tema que não faz parte do debate político nacional. Nem entrar em explicações sobre princípios que uma monarquia não respeitaria, como o da igualdade ou do mérito. Até porque essas dimensões da igualdade e do mérito são certamente mais evidentes em países como o Reino Unido, a Bélgica ou a Dinamarca do que neste nosso canto da Europa, onde, aqui entre nós, a maior parte dos que hoje detêm algum tipo de poder são descendentes de pais e avós que já eram diplomados universitários numa altura em que quase ninguém o era. Bem vistas as coisas, o mérito e a progressão social são mais fáceis nas terras da defunta Rainha do que por aqui. Não se tem falado ou escrito muito sobre a perpetuação das nossas classes sociais, mas ela existe. É aí que deveria estar centrado o debate, e não sobre a forma monárquica de poder que não interessa a ninguém, com excepção de meia dúzia de excêntricos.

Escrever nas vésperas de Natal serve para quê?

Hoje publiquei o meu texto semanal, no Diário de Notícias. Trata-se de mais uma reflexão sobre as coisas de agora, os grandes perigos que ameaçam a paz, a estabilidade e a vida das pessoas.

O link que se segue permite uma leitura do texto. É verdade que este não é um serão para grandes leituras. Mas haverá certamente quem se interesse, amanhã, depois das festas, por uma reflexão deste tipo.

https://www.dn.pt/opiniao/paz-dignidade-igualdade-planeta-14436960.html

O discurso sobre a inclusividade

No seu discurso comemorativo do 5 de Outubro, o Presidente da República pronunciou, repetidamente, a palavra “inclusivo”. A mensagem sobre “um Portugal mais inclusivo” apareceu assim como uma preocupação maior. Ou seja, o Presidente reconhece que existe uma parte do país que não está a beneficiar do progresso económico e social que é visível nalgumas camadas sociais.

Dito de outra maneira, a mensagem era sobre as crescentes desigualdades que são cada vez mais visíveis. Mas onde está a intenção política e o plano para combater essas desigualdades? Essa é a grande questão que fica no ar, após as suas palavras.

Um exemplo de activismo muçulmano

O meu primeiro contacto com a senhora Zhamal Frontbek teve lugar há quatro anos, no escritório das Nações Unidas em Bishkek, a capital do Quirguistão. Zhamal havia fundado e dirigia uma organização não-governamental – Mutakallim – que tinha como objectivo lutar pela promoção social das mulheres muçulmanas do Quirguistão. Na altura, Mutakallim – uma palavra árabe que quer dizer porta-voz – tinha pouca capacidade organizativa, mas possuía dois grandes trunfos. Um tinha que ver com as características da fundadora, uma mulher madura e respeitada, que fizera a transição da União Soviética para a criação de um país independente. Num contexto de oportunismo político e de corrupção, Zhamal projectava uma imagem honesta, austera e, ao mesmo tempo, compassiva. O outro trunfo é que tinha contactos, nos mais remotos cantos do país, com mulheres que eram líderes locais. Para a organização que eu representava, uma parceria de apoio a Mutakallim era um desafio inédito. A grande questão era a de saber se seria possível ajudar Mutakallim na transição para uma organização capaz de defender os direitos das mulheres quirguizes, de as preparar para uma maior participação na vida cívica do país e, também, para uma participação mais efectiva na vida económica de um país que estava em transformação e que, até então, deixava pouco espaço económico à maioria das mulheres.

Hoje foi dia de fazer o balanço, após três anos de trabalho conjunto. Zhamal Frontbek, eu e os meus colegas mais operacionais passámos uma boa parte da manhã no Zoom. A conversa confirmou-me o que já sabia. O que era uma organização religiosa muito estrita e com uma interpretação muito literal da prática muçulmana transformou-se numa força cívica que agrupa mais de 29 mil mulheres. Luta pela promoção e protecção dos direitos das mulheres quirguizes, sobretudo as que vivem nas zonas mais remotas e em meios rurais, combate todas as formas de violência e discriminação e contribui para a resolução pacífica de conflitos ao nível das comunidades. De um patamar retrógrado passou para um patamar progressista, sem no entanto perder o seu ADN religioso. Zhamal revelou-se uma líder sem medo. Quando lhe propusemos que trabalhasse com uma conselheira quirguiz não religiosa e com uma visão cosmopolita da vida e do mundo – uma pessoa no pólo oposto ao seu – hesitou durante algum tempo até dizer que sim. Aceitou o risco e o desafio. Ora, revelaram-se um tandem ganhador. E nenhuma delas deixou de ser o que fundamentalmente sempre fora. Mas mostraram-nos que é possível ter êxito juntos, mesmo quando as filosofias de vida são muito distintas.

 

Tempos de desafios e de mudança

O mês de Maio deste ano tão especial termina cheio de contradições e interrogações. O poeta diria que vivemos tempos de desassossego. Há optimismo, mais do que havia no início do mês, uma luz que assinala uma esperança de recuperação, maior ou menor, segundo as perspectivas de quem a experimenta. Por outro lado, existe um grande nível de incerteza e de insegurança. Para uns, a vida continua, sem grandes ansiedades. Para outros, o futuro imediato tem a forma de um túnel escuro, que deve ser percorrido sem que se saiba onde nos leva.

A verdade é que o choque que a pandemia e a resposta provocaram é enorme. Ainda estamos longe de compreender a dimensão do impacto. Mas que é multifacetado, não podemos ter dúvidas. Como sempre, os mais poderosos saberão proteger os seus interesses, por muitos abalos que os mesmos possam ter sofrido. Curiosamente, as populações menos conectadas com a economia global também não serão muito afectadas. O seu nível de subsistência continuará como de costume, fechado no pequeno círculo que delimita claramente o beco a que pertencem. No meio, há toda uma massa de gentes que poderá cair na pobreza e no desespero. É aí que a instabilidade e a precariedade criarão as suas raízes e poderão ser exploradas por todo o tipo de radicalismos. Ou, visto de outro modo, poderá ser aí que o vento da mudança venha a ganhar força.

Perante a incerteza e os riscos, a melhor solução é a de desenhar um futuro mais coerente e, em seguida, iniciar o caminho que nos deverá fazer chegar a essa ambição. Essa deve ser a tarefa dos novos líderes. Esse deve ser o grito de guerra de cada cidadão empenhado na transformação social.

Não tenhamos dúvidas. Ou há transformação social ou entraremos num mundo de grande desordem política.

Dia Internacional da Mulher: uma pergunta

Na página do Sapo, a pergunta do dia é sobre a questão da igualdade entre as mulheres e os homens. Trata-se de um tema que reconhece a efeméride de hoje, que é acima de tudo sobre os direitos das mulheres, um problema que está por resolver, em grau maior ou menor, em quase todas as partes do mundo.

Muitos responderam à questão. Como seria de esperar, a maioria (38%) sublinha que “ainda há muito por fazer”.

Mas o mais curioso é ver que 29% dos participantes consideram que não existem problemas de igualdade. É um número relativamente elevado. E surpreendente. Gostaria de ver essa percentagem através de uma lente positiva. Ou seja, que há quem reconheça que houve sérios avanços na sociedade portuguesa. Que o país de hoje é mais igualitário, quando se trata da situação do género.

A verdade é que a esses optimistas há que acrescentar outros 33% que acham que estamos “no caminho certo”.

Somos um país cada vez mais contente consigo próprio, diria.

É pena que à questão da igualdade não tenha sido acrescentada uma outra, sobre a violência. Ora, a violência contra as mulheres e as raparigas é um problema que precisa de ser tratado.

 

António Guterres falou bem e claramente

O discurso de António Guterres marcou a abertura da Assembleia Geral. Foi, de longe, o discurso mais estratégico do dia. E o mais generoso, lembrando que para além dos Estados existem as pessoas. Falou dos progressos obtidos nos últimos doze meses e dos desafios que ficaram por resolver, dos direitos humanos, em todas as suas dimensões, da prevenção e da mediação de conflitos. Foi acima de tudo directo no que respeita aos perigos que poderão surgir de um mundo dividido entre dois rivais extremamente poderosos, os Estados Unidos, de um lado, e a China, do outro.

Dir-me-ão que poucos o ouvem. Que os principais líderes mundiais não estavam na sala. Responderei que, apesar de tudo, é fundamental que haja uma voz que nos lembre as nossas responsabilidades, que reafirme o valor das regras internacionais, que fale de cooperação e da resolução pacífica dos conflitos. É para isso que a ONU existe.

Os valores europeus e a decisão de Ursula

Hoje, a futura Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, tornou público a composição do seu colégio de Comissários e as respectivas pastas. O anúncio trouxe algumas inovações e uma surpresa: o Comissário grego, bem conhecido nos corredores de Bruxelas, por várias razões, incluindo pela boa razão de ter sido o porta-voz do Presidente cessante, terá como pelouro a “protecção do modo de vida europeu”. Esta designação levantou várias sobrancelhas. E deixou mais gente boquiaberta quando Von der Leyen a associou à questão das migrações.

Temos aqui matéria para debate. Não faltará quem veja nisto uma pontinha de xenofobia, para falar de modo diplomático.

A verdade é que todas as sociedades procuram defender a sua cultura, os seus hábitos, os valores em que acreditam. Os europeus não querem ser como os americanos, e vice-versa. Também não queremos ter a mesma maneira de encarar a vida que existe no Paquistão, na Índia ou na Arábia Saudita.

Os valores formam-se ao longo de séculos e dão homogeneidade a cada sociedade. Sem um mínimo de homogeneidade e de partilha dos mesmos princípios, mitos, histórias e hábitos acabamos por ter sociedades fragmentadas, instáveis e conflituosas. A aceitação de modos de pensar comuns a uma comunidade dá força a essa comunidade.

Para mais, o espaço europeu tem sabido aceitar e integrar pessoas vindas de outras maneiras de encarar a vida. Nota-se, no entanto, que nos últimos anos algumas dessas pessoas têm recusado a integração na cultura que as acolheu. Quando tal acontece, há razões para que fiquemos preocupados.

Não sei se o novo Comissário irá tratar dessa questão. Mas a preocupação existe.

 

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