A Polónia está rapidamente a tornar-se uma das economias mais dinâmicas da UE. Os novos Estados membros da Europa do Leste estão a mostrar um dinamismo e uma capacidade de aproveitamento da integração europeia que nos é desconhecida. De quem é a culpa?
Uma das razões políticas que justificam o projecto “União Europeia” tem que ver com o combate à xenofobia. A cooperação, a partilha, a livre circulação e a integração permitem aproximar os cidadãos das várias nações europeias. Contribuem para uma maior compreensão das diferentes culturas que constituem o espaço europeu. Permitem atenuar – e mesmo eliminar, esse será o objectivo – os sentimentos racistas e xenófobos que durante séculos tantos conflitos provocaram entre os diversos povos.
Fiz ontem algo que não fazia há anos: atravessar os bairros de Bruxelas que se encontram junto ou nas imediações da Gare du Midi, do lado oeste da estação ferroviária. São zonas muito populosas e com uma imensidade de pequenos comércios e outras actividades económicas, como por exemplo, dezenas de garagens que compram carros em segunda mão e depois os exportam para África. As ruas, sobretudo numa tarde de Sábado, estão sempre apinhadas de gente. Deambular por ali dá para perceber o que é a imigração para uma cidade como Bruxelas. Encontramos gente vinda do Norte e do resto de África, do Líbano e da Turquia, e de outras terras bem distantes da Europa. Não se vê um belga de origem ou pessoa parecida.
É como passear num gueto de 2016, de um tipo novo.
E fica-se a perceber que a imigração e a questão da integração de pessoas de culturas diferentes são dois dos grandes desafios que a UE tem pela frente. E a matutar que, na realidade, não existem políticas activas que procurem responder a esses desafios. Vive-se, para já, com os olhos fechados, como se os problemas não existissem.