Este é o link para a minha crónica de hoje no Diário de Notícias. O texto tem fundamentalmente duas mensagens. Primeiro, que a política seguida pelos ultraconservadores que estão no poder em Varsóvia deve ser vista como uma ameaça muito séria para o futuro da União Europeia. Segundo, que é fundamental dar força à Comissão Europeia no seu combate contra os tentados ao estado de Direito, na Polónia, para já, mas também noutros países europeus.
Cito de seguida umas breves linhas do meu texto.
"Tudo isto põe em risco o futuro do projeto comum. Os polacos querem continuar na UE – 90% dos cidadãos são a favor, incluindo 87% dos apoiantes do PiS. O próprio governo diz e repete que não se trata de preparar uma saída, um Polexit. Seria, segundo dizem, apenas uma afirmação de que a Europa assenta num conjunto de nações e não numa integração cada vez mais profunda. É um argumento falacioso, pois o que está em causa é o respeito pelos valores básicos que unem os povos europeus e que foram consagrados nos Artigos 2º e 3º do Tratado da UE. Deixar que um Estado-membro viole esses valores e continue na União é oferecer ao adversário a possibilidade de nos destruir continuando sentado à nossa mesa."
Este é o link para a minha crónica de hoje, publicada no Diário de Notícias. O título é uma chamada de atenção para a necessidade de firmeza quando se trata de defender e fazer aplicar os valores em que assenta a União Europeia. O texto concentra-se numa análise de duas grandes ameaças internas para a estabilidade e a credibilidade da União - o húngaro Orbán e o polaco Kaczynski - e da enorme ameaça externa que Erdogan representa.
Cito uma extracto do meu texto, como é habitual.
"A luta contra a corrupção e pelo bom funcionamento da justiça, sobretudo a sua independência, são dois aspetos fundamentais do projeto europeu."
Polónia: Um dos grandes problemas da União Europeia em 2016
38,5 milhões de habitantes
3,5 vezes a superfície de Portugal
6ª economia europeia; 26% das exportações vão para a Alemanha
Adesão à UE em Maio de 2004
35ª posição no Índice de Desenvolvimento Humano ( Portugal: 43ª)
Importante actor político e militar no seio da UE e da NATO
Não é comparável com a Hungria de Viktor Orbán, que está à frente de um país menos relevante e é além disso muito próximo de Putin; os Polacos não o são
Partido Direito e Justiça; Jaroslaw Kaczynski e Beata Szydlo (Primeiro-ministro)
Políticas nacionalistas e de controlo dos media, do Tribunal Constitucional
Contra a política da UE em matéria de refugiados e imigração;
Contra a criação de guardas-fronteiras da EU
Contra a construção do gasoducto North Stream 2 (Rússia-Alemanha) que permitirá importar 80% do gás russo por uma só via
Rivalidade com a Alemanha, que ocupou a Polónia 123 anos
Devem receber 82,5 mil milhões de euros do Fundo de Desenvolvimento Europeu até 2020
Comissão Europeia está preocupada com a situação do “Estado de direito” na Polónia; Frans Timmermans, Vice-Presidente da Comissão, é o principal alvo do governo polaco
Donald Tusk, Presidente do Conselho Europeu, não deverá poder contar com o apoio do governo de Varsóvia aquando do fim do seu mandato actual, a 31 de Maio de 2017