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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

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A luta pela liberdade na Geórgia

O povo da Geórgia mostrou muita coragem, uma escolha clara pela adesão à União Europeia, e conseguiu convencer o oligarca que faz de primeiro-ministro a retirar o projecto de lei que iria estabelecer um controlo apertado das organizações da sociedade civil. Esse projecto era uma cópia de uma lei imposta por Putin na Rússia há um par de anos e que tem servido para fechar progressivamente todas as organizações que se opõem às suas políticas.

 

Comparar o Irão com o Peru?

Pessoa amiga perguntava-me por que razão se fala tanto do Irão e tão pouco do que está a acontecer no Peru. Penso que era uma pergunta sincera, para tentar perceber como funcionam as notícias internacionais e a maior atenção dada a certos países, quando comparados com outros.

A grande diferença entre o Irão e o Peru parece-me ser o que cada um destes dois países representa na ordem internacional. E também o facto de um deles ser uma democracia e o outro uma ditadura inspirada em princípios religiosos absurdos e ultrapassados. No caso do Irão, estamos perante uma ameaça para a paz na região, um país agressivo, que tem como objectivo armar-se até aos dentes e intervir na política interna dos seus vizinhos. Além disso, reprime de modo selvagem e brutal todo cidadão que não esteja 100% de acordo com o regime. É um Estado que não tem cabimento na ordem moderna internacional. É um regime inimigo do que significa uma cidadania livre no mundo de hoje. Na realidade, se isso fosse possível, devia ser expulso da ONU e cercado de sanções que obrigassem os dirigentes fanáticos islâmicos a sair do poder e a ser condenados pelos seus crimes.

O Peru é completamente diferente. Tem, de facto, um conjunto de tensões políticas que dividem profundamente a sociedade nacional. Mas também tem um regime institucional que, se for dirigido por líderes patrióticos e competentes, poderá resolver as divisões internas. Por outro lado, o que se passa no Peru é fundamentalmente uma questão doméstica, que não põe em causa a segurança e a paz dos seus vizinhos, nem procura exportar um modelo político. É um exemplo que deveria permitir ao sistema das Nações Unidas ajudar a resolver os diferendos e as desigualdades internas. Infelizmente, as Nações Unidas não têm neste momento esse tipo de ambição. E o Conselho de Segurança está demasiado preocupado com outras coisas e não consegue dar as directrizes que seriam necessárias.

 

A coragem dos jogadores iranianos

Hoje, para mim, o destaque vai para o comportamento corajoso – corajoso é uma palavra insuficiente para descrever a intrepidez do acto praticado, num contexto da governação terrorista que se pratica no Irão – da equipa nacional de futebol. Ficaram silenciosos quando o hino nacional do Irão foi tocado. Mostraram, assim, a sua solidariedade com o povo do seu país, que anda há semanas nas ruas das principais cidades a pedir a demissão do líder religioso supremo e a liberdade. Perante povos assim, sinto que somos pequenos.

A força das democracias

Numa democracia, é um erro pensar que se pode enganar o eleitorado, com conversa fiada, habilidades linguísticas e medidas manhosas. As sociedades actuais devem ser tratadas com todo o respeito e franqueza.

Numa ditadura, é um erro pensar que se pode controlar eternamente os cidadãos. Essa é, aliás, a principal fraqueza dos regimes autocráticos. As ditaduras não caem por causa de intervenções exteriores. Caem porque são minadas por dentro, numa procura crescente de liberdade.

Os diferentes modelos de democracia

O Reino Unido muda amanhã de primeiro-ministro. É um processo muito peculiar. Os membros do partido maioritário no parlamento de Westminster escolhem um novo líder e a Rainha nomeia o resultado dessa escolha como primeiro-ministro. E não há contestação. O que nos faz lembrar que em política é a legitimidade da liderança que conta. Se o processo de substituição do primeiro-ministro é aceite como legítimo pelos diferentes partidos e os cidadãos, não há mais nada a dizer. É assim.

A democracia tem vários formatos. Mas a característica mais importante da democracia é, na verdade, a livre aceitação por parte dos cidadãos do sistema em vigor. Por isso, não me parece judicioso criticar as práticas democráticas de outras sociedades, só porque não coincidem com a nossa própria visão do que deve ser uma democracia. Diria mesmo, se um povo decidir que só podem ser candidatos à presidência da República quem tenha passado por um exame, pouco rigoroso, claro, de tolice e superficialidade, quem somos nós para contestar a legitimidade política e democrática do tolo que venha a ocupar o lugar?

Cuba e o seu regime desumano

A ditadura comunista cubana condenou hoje 127 pessoas que se haviam manifestado contra o governo e a miséria de vida a 11 de julho de 2021. Muitos desses manifestantes provocaram desacatos, como acontece em quase todas as manifestações de rua, sobretudo quando as condições de vida se tornaram insuportáveis e a falta de liberdade asfixiante. O que não é normal nem de modo algum aceitável é o rigor das penas. Só um regime à beira da falência condena manifestantes a dezenas de anos de prisão efectiva, como agora aconteceu. No total, as penas aplicadas somam 1916 anos de prisão. 19 pessoas foram condenadas a penas que vão dos 15 aos 30 anos de detenção.

Não se pode ficar em silêncio perante um regime assim. Como também não se fica em silêncio quando se trata de condenar o embargo americano a Cuba.  

Mesmo os ditadores dizem que são pela democracia

https://www.dn.pt/opiniao/somos-todos-pela-democracia--14373788.html

Este é o link para o meu texto desta semana na edição de hoje do Diário de Notícias. Trata-se de um comentário sobre a iniciativa que o Presidente Joe Biden tomou de convocar uma cimeira internacional sobre o reforço da democracia em várias partes do globo, incluindo nos Estados Unidos. 

Cito de seguida um parágrafo do meu texto.

"Uma reunião deste género é, no entanto, uma grande encrenca. A lista dos excluídos vai dar tanto que falar como os temas em debate. A ONU tem 193 estados-membros. Biden convidou cerca de 110. Na UE, Viktor Orbán ficou de fora, dando assim um argumento de peso a quem vê no líder húngaro o que ele de facto é: um autocrata. Mas a Polónia, que não é certamente um melhor exemplo de um estado de direito, consta da lista. A razão parece clara: Varsóvia é um aliado militar fiel, e cada vez mais forte, da política americana no Leste da Europa. Ainda no que respeita à NATO, Recep Tayyib Erdogan também não aparece na lista. Muito provavelmente porque os americanos não apreciam a sua proximidade político-militar com Vladimir Putin. Erdogan tornou-se uma pedra na bota da NATO e isso deixa muita gente desconfortável. E no caso da CPLP, compreende-se a exclusão das duas Guinés – Bissau e Equatorial. Mas fica a interrogação sobre as razões que levaram a Casa Branca a não convidar Moçambique."

A importância da liberdade de imprensa

Os Pandora Papers revelam, entre muitas outras coisas, corrupção de alto nível e abuso do poder, por parte de certos políticos e dos seus amigos e compadres. Mostram, acima de tudo, a relevância de jornalistas independentes e de órgãos de comunicação social corajosos e conscientes do seu dever cívico. Não foram as instituições judiciárias ou de polícia quem procedeu à investigação. Foi uma coligação de jornalistas, trabalhando em meios de comunicação social sérios e com recursos suficientes. Assim para além de tudo o mais, foi uma vitória da liberdade de imprensa. E uma demonstração que esta é essencial para o bom funcionamento das sociedades democráticas

Liberdade e democracia

Não se pode confundir a democracia com a liberdade. Podemos ser livres de dizer seja o que for, mas se a democracia não funcionar a sério, a nossa voz nunca será ouvida pelas elites que detêm o poder. Seremos, como muitos o são nos dias de hoje – e as manifestações de rua contra tudo e mais alguma coisa são uma demonstração do que quero dizer – uns frustrados livres. A falar para o vento que passa. 

A democracia é sobre o exercício do poder, a prestação de contas, o serviço do bem comum, a representatividade dos diversos interesses que existem numa sociedade. 

A liberdade é sobre a expressão de pontos de vista, a manifestação de opiniões, a aprovação ou a crítica do poder, sem que tudo isso traga consequências negativas. 

Ambas são fundamentais. 

Cuba e as suas circunstâncias

É verdade que o bloqueio americano contra Cuba, que foi seriamente agravado durante o mandato de Donald Trump, tem um impacto enorme na economia do país. A pandemia veio agravar ainda mais a situação, ao reduzir a zero, ou quase, o turismo vindo de fora, que fazia viver alguns sectores da população. A tudo isso acrescentam-se mais duas dimensões negativas: uma burocracia muito pesada, com um número excessivo, injustificado e dispendioso de funcionários; e o erro ideológico de não querer abrir o campo de acção da iniciativa privada, que, por causa das limitações impostas, não consegue crescer.

O resultado não poderia ser outro: agravamento da pobreza, privações de toda a espécie, lojas estatais vazias, sem os alimentos básicos em número suficiente, e crescimento exponencial dos mercados clandestinos, a preços inabordáveis. Sem esquecer as repercussões sobre o sistema de saúde, numa altura em que a pandemia está em força.

Por tudo isto, muitos cidadãos, nos mais variados pontos do país, vieram para as ruas este fim-de-semana, para manifestar o mal-estar existente e a oposição aos líderes actuais. Também clamaram pela liberdade política, que é um bem ainda mais raro do que a carne de frango, que só está disponível duas vezes por mês, um frango por família, nos armazéns oficiais.

O chefe do Estado reagiu como sempre viu fazer e foi aprendendo ao longo dos anos de militância no partido dos Castros – opondo aos cidadãos as milícias do partido e as polícias, e insultando as pessoas. Mostrou não estar à altura. O pouco prestígio que ainda tinha levou um grande abanão.

Felizmente para ele, os americanos continuam a implementar o embargo e a dar-lhe uma desculpa e um inimigo a quem atribuir as culpas.

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