As ditaduras saudita e chinesa
Como o tenho escrito várias e repetidas vezes, considero o respeito e a protecção dos direitos humanos de cada cidadão uma obrigação fundamental de um Estado democrático. Para mim, esta questão é uma prioridade política.
Por isso, sinto-me profundamente indignado com as sentenças que foram hoje decretadas contra duas mulheres excepcionalmente corajosas.
Na Arábia Saudita, a activista dos direitos humanos Loujain al-Hathloul, uma jovem de 31 anos de idade, foi hoje arbitrariamente condenada a cerca de seis anos de prisão efectiva. Tem sido uma voz incómoda e o regime não perdoa.
Na China, Zhang Zhan, de 37 anos, jornalista independente, recebeu uma sentença que a fechará quatro anos numa prisão, por ter feito reportagens sobre o início da pandemia em Wuhan, sem passar pelos canais da censura oficial.
Já sabíamos, é claro, que ambos os regimes são ditatoriais. Mas isso não deve ser uma desculpa para que fiquemos silenciosos. É essencial reagir perante cada novo caso. Cada violação da liberdade individual, de cada um de nós, é um drama.