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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

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Proposta sobre a Venezuela

Sobre a Venezuela, repito que a saída da crise necessita de uma iniciativa de mediação internacional. A situação actual é muito grave e não permite que haja que vença e quem seja humilhado e possivelmente esmagado. A violência levaria a isso, a vencedores de um lado e vencidos, do outro. Seria uma tragédia nacional. E as divisões internas profundas ficariam por resolver. As causas do conflito não seriam resolvidas.

É preciso negociar. Com a ajuda de facilitadores externos e imparciais. A ONU está numa situação de fraqueza e não pode desempenhar o papel que deveria ser o seu. Infelizmente, assim é. A União Europeia também está excluída, por ter tomado posição, de modo inequívoco. E a América Latina encontra-se numa posição semelhante, de um lado ou do outro.

Quem, então?

A minha sugestão seria a de um triunvirato de países neutros, liderado pela Suíça e incluindo o México e o Vaticano. Com um mandato aceite por Nicolás Maduro e por Juan Guaidó. E com a aprovação silenciosa, tácita, sem discussão, do Conselho de Segurança da ONU. Se tal for possível, se o Conselho conseguir chegar a esse tipo de decisão. Mas não seria indispensável. O acordo de mediação que contaria seria o que comprometesse os líderes da Venezuela. É nesse sentido que se deve olhar em frente.

 

Acordos comerciais e geoestratégia

Esta semana terminam cinco anos de negociações entre os EUA e mais onze países da Ásia e do Pacífico. Trata-se do acordo final de comércio conhecido como a Parceria Trans-Pacífico, ou TPP. Inclui, para além dos americanos, o Japão, a Malásia, o Canadá, a Austrália, Singapura, o Perú, o Chile, o México, Brunei, o Vietname e a Nova Zelândia. Estes países representam 40% do PIB mundial. A reunião que permitirá aos ministros do comércio acertar as últimas agulhas começa amanhã no Havai.

Para além da dimensão comercial, que é muito importante, o TPP permite duas outras leituras, de natureza política, que gostaria de sublinhar.

A primeira diz respeito à China. A China não faz parte do acordo, o que em grande medida é visto como uma vitória estratégica favorável aos EUA e ao Japão. Houve a preocupação de a excluir do processo.

A segunda tem que ver com a UE. Os EUA estão metidos numa negociação semelhante com Bruxelas, conhecida pelas iniciais TTIP. Mas na realidade, a grande prioridade política, para Washington, é o Pacífico. O Pacífico, numa concepção ampla, que engloba igualmente o Canadá e países considerados de grande interesse na América Latina.

O TTIP também terá a sua importância, é claro, mas o esforço principal era o de conseguir levar a bom porto o TPP. Até porque com esta parceria aprovada, nos moldes em que o está a ser, vai ser muita mais fácil, pensa Washington, influenciar os europeus e fazê-los aceitar certas posições americanas. Nomeadamente no que respeita ao mecanismo de resolução dos conflitos comerciais. No entender americano, esse mecanismo deve seguir um modelo arbitral, fora da alçada dos tribunais convencionais.

 

América Latina

Passo a transcrever o texto que hoje publico na Visão.

Boa leitura.

 

Olhando a América Latina

            Victor Ângelo

 

            Dizer que a UE acaba de redescobrir a América Latina seria um exagero. Mas é certo que em Bruxelas há agora mais interesse por essa parte do mundo, como ficou claro na cimeira da semana passada, que reuniu os líderes de ambos os lados. E ainda bem. No entanto e apesar da beleza das estatísticas, o entusiasmo político do lado europeu continua a parecer algo frouxo. Durante o encontro ninguém quis falar de reticências… Ora, quando se procura estabelecer um relacionamento político e económico mais aprofundado com a América Latina, incluindo as Caraíbas, é preciso ir ao fundo das questões, de modo construtivo, embora sem soberbia nem voos ideológicos próprios de outras épocas.

            Estas relações transatlânticas parecem-me condicionadas por três tipos de fatores. Primeiro, porque quem tem influência na Europa pensa que uma boa parte da América Latina sofre de instabilidade política crónica. Quem decide sobre investimentos e parcerias não gosta de regimes políticos instáveis, suscetíveis de gerar conflitos nacionais fraturantes e populismos desastrosos. Os exemplos da Venezuela e Bolívia causam arrepios. Segundo, os altos índices de criminalidade violenta, evidentes sobretudo na América Central, metem medo e desencorajam. Em terceiro lugar, temos a concorrência. A região é comparada com o potencial de negócios que existe noutros espaços económicos. Os mercados asiáticos afiguram-se hoje como mais atraentes, quando se trata de processos produtivos de ponta. Assim, a atenção dos que querem internacionalizar as suas empresas vira-se primeiro para o Oriente. Sem esquecer que é mais fácil encontrar na China e sobretudo na Índia as qualificações que contam na economia digital do futuro, ávida de engenheiros, programadores e outros profissionais do género.

            A esta encruzilhada de condicionantes convém acrescentar uma outra observação: não há, de momento, no conjunto dos governos dos países mais significativos da América Latina, um só que esteja em condições de assumir a liderança do movimento de aproximação com a Europa. O do Brasil era uma das grandes esperanças. Deste lado do oceano, existe contudo a impressão que Dilma Rousseff e os seus estão cada vez mais prisioneiros de uma situação política interna complexa, que não lhes dá margem para desempenhar um papel de peso na cena internacional. Além disso, a colagem aos BRICS, e em particular à Rússia, é vista como avessa às posições da UE. O silêncio da diplomacia brasileira face à ocupação da Crimeia contrasta com o hábito que até agora prevalecia em Brasília de comentar de modo oficial todo e qualquer incidente internacional.

            Há quem pense no México, que teve direito a uma cimeira à parte, após a regional. O país não será um modelo em termos de ordem pública, mas é visto como relevante para a segurança energética da Europa, sem esquecer a pujança da sua economia. Poderá ser, igualmente, um intermediário político de valor na transformação de Cuba e mesmo da Venezuela. O México, por seu turno, procura um efeito de alavanca na Europa, que lhe permita reforçar o seu diálogo de vizinhança com os EUA.

            Para completar o quadro, creio necessário mencionar a Colômbia, o Peru e o Chile. Diz-se, nos nossos corredores do poder, que estes estados estão no bom caminho.

            A verdade é que a parceria com a América Latina é boa mas ainda tem muito pano para mangas. Portugal pode ter aqui um papel bem mais ativo. E não apenas porque o futuro cabo transoceânico de fibra ótica entre os dois continentes vai partir de Lisboa.

 

 

 

 

Um exemplo que faz reflectir

O México emitiu esta semana dívida pública a 100 anos. Sim, com um prazo de 100 anos. Ou seja, pediu emprestados mil milhões de libras e durante uma eternidade só terá que pagar a taxa de juro, que neste caso foi fixada em 5,75%. Já havia feito o mesmo com obrigações de Estado em dólares americanos. Com um sucesso idêntico.

 

Aqui está uma maneira hábil de financiar o Estado, com base nos mercados internacionais, sem onerar em demasiado as finanças públicas. É uma espécie de “reestruturação” da dívida, mas que não precisa de dizer o seu nome.

Um dia em cheio

A poucos dias da cimeira do G20, que se realiza na Baixa Califórnia, uma região mexicana de grande beleza natural na costa do Pacífico, a 18 e 19 de Junho, a crise da zona euro poderá focalizar todas as atenções dos participantes e deixar um espaço ínfimo, se deixar, para as outras grandes questões internacionais. 

 

Esta possibilidade está a criar tensões entre os BRIC e o México, de um lado, e a UE e os EUA, do outro. O Presidente Obama telefonou hoje ao fim da tarde a Van Rompuy e, segundo me dizem, a única questão discutida foi a crise europeia, os indícios de agravamento e os riscos de contágio. 

 

Para cúmulo, as informações que circularam, durante o dia, em Bruxelas, eram das mais contraditórias, quer em relação à atitude a tomar em relação à Grécia, no caso das eleições darem a vitória aos partidos que se opõem ao programa de ajustamento estrutural, quer ainda no que respeita aos procedimentos a seguir para aprofundar a "união bancária" e a "união fiscal".

 

Para acrescentar mais umas achas à fogueira, Francois Hollande recebeu em Paris os líderes da oposição social-democrática à Sra. Merkel...Ou seja, encontrou maneira de agravar a crispação entre Paris e Berlim, que já é bem evidente e profundamente contraprodutiva...

 

Com esse tipo de tensões, vai ser ainda mais difícil chegar aos acordos que se impõem de imediato, que o curto prazo exige.

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