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Crescemos quando abrimos horizontes

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Os recentes golpes de Estado em África

Falando de golpes militares, não é correcto comparar os que aconteceram no Mali (2020), na Guiné-Conacri (2021) e no Burkina Faso (2022) com os de agora, no Níger e no Gabão. No essencial, os primeiros foram conduzidos por jovens oficiais que estavam insatisfeitos com a velha classe dirigente. A intenção, de um modo geral, era a de mudar o sistema de governação. Nos casos do Mali e do Burkina Faso, a dimensão “segurança interna” foi igualmente um factor importante. No Níger e no Gabão, tratou-se de procurar salvaguardar os interesses dos oficiais de patente mais elevada. Contrariamente aos “golpes dos capitães”, nestes dois últimos países estamos perante “golpes dos generais” e a continuação do regime, por outros meios e com gente fardada.

Quanto ao envolvimento russo, outro tema que é muito falado, nestes cinco casos apenas o Mali tem um acordo formal de defesa com os russos. Esse acordo tem sido, até agora, implementado pelos mercenários do Grupo Wagner. Não se sabe se este grupo continuará a intervir no Mali ou se será substituído por um outro.

Entretanto, os militares que governam o Mali decidiram pôr um termo à missão de paz da ONU, MINUSMA. Esta missão, que é enorme – cerca de 13 000 capacetes azuis e dois mil civis – deverá deixar o país até ao final do ano. Trata-se de uma tarefa enorme, quase impossível de realizar, tendo presente o tempo que resta. A decisão fará igualmente fechar várias embaixadas que estavam em Bamako em apoio à participação dos militares desses países na MINUSMA.

 

 

 

O que eu disse e não disse na entrevista de hoje na CNN

https://cnnportugal.iol.pt/videos/onu-guterres-e-provavelmente-o-secretario-geral-que-enfrentou-mais-dificuldades-politicas/648f409f0cf2665294e80119?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=ed-cnnportugal

Este é o link para a minha entrevista de hoje, domingo, no noticiário das 18:00 da CNN. Haveria muito mais para dizer sobre a ONU, agora que o Mali pediu a retirada sem demoras da enorme missão das Nações Unidas que está no país há uma dezena de anos. Esta posição precisa de ser analisada com muita atenção, a partir de vários ângulos: a ONU e o desempenho das suas missões de paz, a leitura feita por Guterres sobre a maneira de gerir essas missões, o papel do grupo Wagner, e também da França, os critérios utilizados na escolha dos líderes da missão, nos principais níveis de autoridade de uma missão gigantesca, a presença militar de países vizinhos do Mali, o desempenho das forças armadas do Mali, etc, etc. 

O aniversário do Dia D

Comemora-se hoje o 77º aniversário do Dia D, o dia dos desembarques na Normandia. Foi uma operação militar que demorou quase dois anos a ser planeada e constituiu, na história moderna das guerras, um exemplo de estratégia do qual foi possível retirar muitas lições. Mas a principal lembrança que nos resta, actualmente, é a dos milhares de combatentes que perderam a vida nessa operação. As guerras têm um custo humano elevadíssimo. Depois de décadas de paz na Europa, há uma certa tendência para esquecer essa realidade. E para ver as guerras dos outros, na Síria, na Líbia, na Ucrânia, no Mali ou na República Centro-Africana, com indiferença. Uma atitude dessas é eticamente repreensível e inaceitável.

A confusão que se vive no Mali

Temos novamente uma situação política anómala no Mali, com a detenção pelos militares do Presidente e do Primeiro-Ministro. Ambos haviam decidido, durante o fim-de-semana, proceder a uma remodelação do governo que entrara em funções após o golpe de Estado de Agosto. Ambos os golpes, o de então e de agora, foram organizados pelo mesmo grupo de oficiais.

Esta situação acaba por ter um impacto sobre a presença de várias missões – ONU e UE – no país. Deixa várias questões no ar. Quem não consegue entender-se, ao nível da direcção política nacional, não está preparado para tirar proveito da ajuda internacional. E quem decide, em Bruxelas, Paris, Nova Iorque ou noutras capitais, tem que se interrogar se vale a pena ajudar quem anda perdido numa grande confusão política.

Uma cimeira para fingir que sim

O Primeiro-Ministro fez hoje uma intervenção, por videoconferência, na cimeira dos cinco países do Sahel que procuram, juntos, responder aos problemas do terrorismo e da violência na região. Falou porque Portugal ocupa a presidência rotativa da União Europeia. Foi uma comunicação breve, de pouco mais de sete minutos, diplomaticamente acertada. Foi uma oportunidade de pôr em evidência o interesse que Portugal tem pela região.

O problema é que estas cimeiras públicas não vão direitas aos problemas. Mesmo quando se faz referência às questões de contexto, que estão na base destas crises, a referência é feita de passagem, sem as interrogações que deveriam provocar um debate a sério. Cada discurso é apenas isso, um discurso, e depois cada um vai à sua vida e tudo continua na mesma. Ou seja, no caso do Sahel, muito mal, quer para os que sofrem os ataques quer ainda para os seis milhões de pessoas que foram empurradas para a pobreza e os dois milhões de deslocados, tudo por causa da insegurança, da falta de respeito pelos direitos humanos e pela indiferença que os líderes manifestam em relação aos cidadãos mais fracos.

Sobre o Sahel e a Europa

https://www.dn.pt/edicao-do-dia/26-dez-2020/opi-victor-angelo-que-tal-um-almoco-no-sahel--13169848.html?target=conteudo_fechado

Este é o link para o meu texto desta semana no Diário de Notícias, publicado na edição de hoje. 

A presença europeia no Sahel, que tem custos muito elevados, precisa de ser avaliada, revista e reorientada. 

Sobre o Mali

O meu texto desta semana no Diário de Notícias, publicado da edição em papel de hoje, aborda a situação no Mali. É verdade que não se pode falar do Mali, sem mencionar o resto da região em que se insere, ou seja, o Sahel. Por isso, faço igualmente uma referência ao Sahel, aos problemas do crescimento muito rápido da população, à falta de perspectivas para os jovens, como também à corrupção e à ausência da presença da administração do estado em largos segmentos das terras da região. Uma outra preocupação foi a de mostrar que estes países não devem ser tratados com os preconceitos que são comuns quando se fala de África. E há mais, no meu escrito. A minha preocupação é a de apresentar uma visão de águia, ampla contextual, de cada assunto que trato. Outros acrescentarão visões mais pormenorizadas e mais terra-a-terra. Assim se enriquece o debate.

Logo que o texto esteja disponível – agora é “premium”, só para assinantes – colocarei o link neste blog.

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