Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

Vêm aí os extremistas de direita...

https://www.dn.pt/opiniao/os-avancos-da-extrema-direita-europeia-um-novo-normal-15211261.html

Este é o link para a crónica que hoje publico no Diário de Notícias. 

"A extrema-direita está a ganhar terreno no espaço europeu. Surge, assim, uma questão muito direta: o que leva os eleitores a votarem por Meloni ou pelos seus aparentados, nestes diferentes países? Personalizo e digo Meloni, como diria Orbán ou Le Pen, ou mesmo Ventura, porque estes partidos são, de um modo geral, construídos à volta de uma personagem política, que encabeça a agremiação e procura fazer coincidir a imagem do partido com a do líder. Ainda agora, Fratelli d"Italia nos mostrou este facto: o nome da dirigente aparece primeiro e é escrito em letras mais gordas do que o nome do partido. O partido é uma mera câmara de eco, que existe apenas para repetir e amplificar a mensagem do chefe. Nestes partidos extremistas não existe um diretório político. O líder é o pastor de um aglomerado de carneirinhos, ao qual se misturam alguns lobos esfomeados de poder."

Esta é uma citação extraída do meu texto. 

Uma França de ódios e fragmentos

As eleições legislativas decorreram ontem. Na França. Hoje, os dirigentes dos diversos partidos que concorreram contra o partido do presidente Emmanuel Macron só mostraram uma preocupação: uma oposição absoluta contra o governo do presidente. Ninguém procurou explicar como poderia contribuir para tornar a França melhor e mais moderna. Todos quiseram sublinhar que o seu objectivo era o de tornar a governação de Macron impossível. Isto revela um misto de imaturidade política com uma fortíssima personalização da vida política francesa. A hostilidade contra Macron conta muito mais do que a procura de compromissos nacionais.

É contra Macron, por este estar no poder. Mas também existem segmentos da população que têm uma enorme antipatia contra Jean-Luc Mélenchon. Para já não falar de Marine Le Pen. A fragmentação política ocorre à volta de ódios contra certas personalidades, por razões justificadas ou por oposição a posições extremas.

Um traço saliente das legislativas francesas

Nas minhas duas intervenções este serão na CNN Portugal chamei a atenção para a vitória espectacular e preocupante do partido de Marine Le Pen nas legislativas de hoje em França. Passar de 8 lugares para 89 mostra que um grande número de eleitores já olha para esse partido da extrema-direita como fazendo parte da normalidade democrática. O discurso político de Le Pen tornou-se mais abrangente, mais amplo nos temas que trata, mais aceitável. Mas por detrás desse discurso está uma filosofia política abominável, uma intolerância que se manifestará se chegarem ao poder e uma aliança com gente como Vladimir Putin. 

Esta foi, para mim, uma das conclusões mais marcantes das eleições de hoje. E convido os analistas a pensarem nisso. Não podem passar ao lado de uma tendência que é preocupante. 

Eleições em França

A primeira volta das legislativas francesas mostrou, sobretudo, que uma boa parte dos cidadãos prefere não votar. A taxa de abstenção foi equivalente à registada em 2017: 51,3% dos inscritos não compareceram. Um desinteresse assim levanta muitas questões fundamentais. Esse é certamente um dos grandes debates políticos que continua por fazer e uma questão que precisa de ser tratada de modo muito sério.

A segunda volta terá lugar no próximo domingo. Mas fica claro desde já que haverá uma larga maioria presidencial. O que não é certo é que seja uma maioria absoluta. Ainda o poderá ser, mas não são favas contadas.

Também ficou claro que Jean-Luc Mélenchon conseguiu um bom resultado. Está muito longe de poder realizar a sua ambição – ser nomeado primeiro-ministro – mas terá uma representação importante, embora não determinante, na Assembleia Nacional. Falta agora saber quantos serão os deputados do seu partido e quantos serão os que representarão as outras partes constituintes da sua coligação eleitoral: ecologistas, socialistas e comunistas.

O partido de Marine Le Pen teve um bom número de votantes – 19% –, mas terá um grupo parlamentar relativamente pequeno.

O centro-direita teve menos votos – 11,4% – mas mais bem repartidos. Terá cerca de três vezes mais deputados do que Le Pen.

As eleições francesas e o Presidente Macron

https://www.dn.pt/opiniao/emmanuel-macron-os-seus-e-tambem-nossos-desafios-14929468.html

Este é o link para a minha crónica de opinião, hoje publicada no Diário de Notícias. 

Cito de seguida umas linhas desse texto.  

"As eleições francesas ocorrem numa altura em que a Europa precisa de se manter coesa. E não apenas em relação à Rússia de Vladimir Putin, embora esse seja o desafio mais imediato. Na verdade, a UE tem conseguido preservar um bom nível de coerência na resposta a Putin. Digo isto, mas também reconheço que, no futuro, poderá ser mais complicado manter a unidade europeia."

Macron perante uma realidade política muito complexa

Apesar do resultado obtido por Marine Le Pen ser próximo dos 42% dos votos expressos, seria um erro dizer que que cada um desses votos é da extrema-direita. Uma parte dos que votaram a seu favor fê-lo para marcar a sua oposição a Emmanuel Macron. Uns, por causa do estilo do presidente, outros por não apoiarem a sua proposta de aumentar a idade da reforma para os 65 anos, outros ainda por verem em Macron um defensor da globalização e assim sucessivamente. O voto em Le Pen foi a maneira de mostrar o seu desagrado.

Uma análise dos resultados da primeira volta permite uma conclusão mais acertada sobre o peso da extrema-direita. Somando os resultados obtidos pelos candidatos dessa área, temos 32,53% dos franceses a votar radicalmente à direita. Esse valor é preocupante. Quando um em cada três cidadãos vota dessa maneira, algo está errado nessa nação. É isso que precisa de ser entendido. A começar pelo facto de que uma boa parte desses votantes pertencem ao operariado e às classes com menores rendimentos. Outrora, muitos deles votavam pelos comunistas e pelos socialistas. Mas esses partidos tradicionais desapareceram do leque político nacional. E o partido de Le Pen, que é uma salganhada ideológica, oferece um ponto de ancoragem política a essas pessoas.

Emmanuel Macron não vai ter uma tarefa fácil. O conjunto dos votantes antissistema, todos os extremismos confundidos, representam cerca de 56% da população. É muita gente. E para além de Marine Le Pen, Macron terá de se haver com Jean-Luc Mélenchon, um demagogo da extrema-esquerda. Mélenchon está a preparar uma campanha eleitoral para as legislativas de junho que poderá ter um sucesso relativo importante. A principal tarefa de Macron, até junho, será a de criar um espaço de convergência ao centro, de modo a diminuir as votações em Le Pen e Mélenchon. Não será fácil.

Emmanuel Macron e nós

https://www.dn.pt/opiniao/macron-tem-de-saber-ganhar-14771451.html

Link para o meu texto de hoje no Diário de Notícias. Transcrevo, de seguida, esse texto. 

Macron tem de saber ganhar

Victor Ângelo 

Na primeira volta da eleição presidencial francesa, cerca de 56% dos eleitores votaram de modo radical, contra o sistema. Um resultado assim revela um mal-estar social profundo, num país que é um dos pilares da UE e membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas. É preocupante. Uma análise mais fina reforça a nossa inquietação – em cada três cidadãos, um votou pela extrema-direita. Ou seja, optou por uma visão retrógrada do que deverá ser a França de amanhã, pelo ultranacionalismo xenófobo e a favor de um líder prepotente, que se considera um salvador da pátria. E fê-lo com a convicção intransigente de quem vê o mundo a preto e branco, sem matizes nem respeito por ideias diferentes das suas. Os radicais são assim.

A primeira volta sublinhou, de novo, a fragilidade das democracias. Quando Donald Trump chegou ao poder, acreditou-se que a ameaça que ele personificava era muito própria do sistema institucional americano. Uma situação similar, na Europa, parecia improvável. Entretanto, agora a 3 de abril, o autocrata Viktor Orbán voltou a ser reeleito, pela terceira vez, como primeiro-ministro da Hungria. Mas esse facto foi mais ou menos varrido para um canto, com a desculpa que a Hungria pesa pouco no xadrez das relações europeias e que Bruxelas saberia como responder. Desta vez temos a França, uma peça-chave no nosso tabuleiro, e Marine Le Pen a bater à porta do Palácio do Eliseu.

Le Pen percebeu, ao longo dos últimos cinco anos, que não é com vinagre que se apanham moscas. Moderou o discurso, arquitetou promessas sociais aliciantes, embora irrealistas, e, acima de tudo, apostou na empatia, no contacto pessoal com os eleitores. Vestiu a pele de uma democrata, mas continua, na sua essência, a ser uma extremista primária e perigosa. E, como todos os extremistas, é incapaz de ter uma visão de conjunto, de saber interpretar a complexidade dos problemas, reduzindo tudo a duas ou três ideias simplistas, que servem de pau para toda a obra.

É um erro considerar que Orbán ou Le Pen, ou gente da mesma prática política, são apenas uns democratas iliberais. São, isso sim, cada um à sua maneira, verdadeiras ameaças contra a democracia. Ponto final.

Certos intelectuais gostam de falar de “democracia liberal”. Mas esse é um conceito bacoco, utilizado apenas para soar a erudito. Ou há democracia, sem outros qualificativos, mas com tudo o que isso implica em termos das liberdades, da diversidade de opiniões e da separação dos poderes, ou não há. É isso que hoje se não vive na Hungria e que amanhã poderá acontecer em França. O mesmo se deve dizer da exaltação do nacionalismo populista e étnico, que é um atentado contra a consolidação da UE. Esses exaltados têm uma visão meramente oportunista e mercantil do projeto comum. No caso de Le Pen, as medidas que propõe levariam fatalmente à saída da França da UE, se fossem levadas a cabo.

No interesse da democracia em França e da unidade europeia, é fundamental que Emmanuel Macron ganhe a eleição. Pensar que a sua vitória são favas contadas poderá levar à derrota. Vive-se, em França, como noutros países, um período de incertezas, de frustrações e de crítica vulgar das elites. O frente-a-frente televisivo de 20 de abril será certamente muito importante. Mas poderá não ser tão decisivo quanto o foi o debate equivalente, há cinco anos, quando Macron pôs a nu a ignorância que Le Pen trazia na bagagem. É agora preciso ir mais longe. Macron tem de falar de modo concreto e evitar as ideias vagas e a verborreia. O fluxo palavroso é uma das suas fraquezas. Ele, como outros políticos que conheço, confundem loquacidade com boa comunicação. É um erro. A política hoje faz-se falando a pessoas reais dos seus problemas e das suas aspirações, das dificuldades do presente e do futuro com otimismo. Tudo isso, com serenidade e um profundo toque humano. Barack Obama mostrou ser um mestre nessa arte. Esperemos que Macron o consiga igualmente fazer. É vital barrar Marine Le Pen.

 

Le Pen e a nossa ansiedade

Na hierarquia das nossas preocupações, enquanto europeus, a tragédia ucraniana continua a ocupar o primeiro lugar. Não é por termos medo dos russos de Vladimir Putin. É, isso sim, por se considerar inaceitável e um crime a agressão russa, bem como pelo sofrimento e destruição que tem provocado na Ucrânia. Agora, em segundo lugar, temos a incerteza que a eleição presidencial francesa nos traz. Uma vitória de Marine Le Pen é pouco provável, mas está dentro dos limites das possibilidades. Se isso acontecesse, a União Europeia teria uma enorme crise pela frente. O programa eleitoral de Le Pen, se fosse implementado, levaria à paralisação da UE.

 

Emmanuel Macron

A primeira volta da eleição presidencial francesa teve o desfecho previsto: trata-se de escolher entre Emmanuel Macron e Marine Le Pen. Não sendo francês, mas europeu, para mim a escolha seria fácil: Macron deve ser reeleito. Por todas as razões e mais uma: não podemos ter uma extremista nacionalista à frente de um Estado-membro da União Europeia. Sobretudo, de um país como a França. Le Pen tem-se vestido, durante os últimos tempos, de pele de cordeiro. Mas na realidade é um monstro político, que não deve ser, de modo algum, apoiado.

 

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

<meta name=

My title page contents

Links

https://victorfreebird.blogspot.com

google35f5d0d6dcc935c4.html

  • Verify a site
  • vistas largas
  • Vistas Largas

www.duniamundo.com

  • Consultoria Victor Angelo

https://victorangeloviews.blogspot.com

@vangelofreebird

Arquivo

  1. 2023
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2022
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2021
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2020
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2019
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2018
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2017
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2016
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2015
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2014
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2013
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2012
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2011
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
  170. 2010
  171. J
  172. F
  173. M
  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D
  183. 2009
  184. J
  185. F
  186. M
  187. A
  188. M
  189. J
  190. J
  191. A
  192. S
  193. O
  194. N
  195. D
  196. 2008
  197. J
  198. F
  199. M
  200. A
  201. M
  202. J
  203. J
  204. A
  205. S
  206. O
  207. N
  208. D