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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

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Crescemos quando abrimos horizontes

Um mundo novo cada trinta minutos

As televisões que funcionam como canais de notícias 24 horas por dia querem coisas novas cada trinta minutos. Se há nada de novo, dizem quem estamos num impasse. E a expressão impasse passa a ser o tema durante uns dias, com uma série de comentadores a discorrer sobre a questão. Assim se cria uma falsa realidade, sem ter em conta que certas coisas precisam de tempo para ser levadas a cabo.

 

A violência na Cisjordânia

O assassinato de Shireen Abu Akleh, na Cisjordânia, deve ser investigado de modo independente e expedito. Shireen era uma jornalista veterana, muito conhecida e respeitada na região. A sua morte não pode ser tratada de modo superficial, não pode ser apenas mais uma numa região em que o inaceitável acontece todos os dias.

Os "progressistas" que vivem no passado

O desassossego dos intelectuais confusos

Victor Ângelo

 

Alguns dos nossos intelectuais andam algo confusos, nomeadamente quando se trata da guerra na Ucrânia. Queixam-se, por exemplo, da comunicação social e dos meios políticos, que estariam empenhados na perseguição dos que não seguem o que designam por “uma cartilha do pensamento único”. Pretendem, mesmo, que existe por aí um ataque contra “a faculdade de pensar”. Deve ser um ataque muito sub-reptício, pois as televisões e os jornais estão cheios de opiniões de todo o tipo e das teorias mais tolas e enviesadas, incluindo algumas das suas.

Essa manifesta confusão leva-os a tentar explicar o inaceitável, a todo o custo e com pretensas abordagens geopolíticas e históricas, que foram desenvolvidas durante a Guerra Fria e estão hoje em boa parte obsoletas. E o inaceitável é a violação das normas internacionais pelo regime antidemocrático e agressor que Vladimir Putin personifica. E esquecem também os crimes de guerra e contra a humanidade que as tropas de Putin levam diariamente a cabo, conforme a Amnistia Internacional nos lembrou esta semana. Crimes que já estão a ser objeto de investigação por parte do Tribunal Penal Internacional de Haia, bem como documentados pelo Alto-Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, com base numa resolução dos Estados-membros, aprovada a 4 de março.

Esses intelectuais acrescentam ao seu desalinho ideológico várias investidas contra instituições intergovernamentais a que Portugal pertence e que são fundamentais para garantir a nossa defesa, segurança e prosperidade. Ao procederem assim parecem não entender a gravidade da crise em que a nossa parte da Europa se encontra, face ao revanchismo de Putin e à sua agressão contra o povo da Ucrânia, incluindo contra os ucranianos russófonos.

Quero acreditar que o alinhamento político com o adversário faz parte de uma atitude visceral de oposição à ordem vigente e ao senso comum, uma filosofia da contrariedade de bom tom, própria de quem se julga mais esperto do que os demais. Num momento como o de agora, poderá haver quem veja nesse posicionamento algo próximo da traição aos interesses nacionais. Penso ser exagerado caracterizar essa gente desse modo, porque não estamos numa guerra aberta contra nenhum Estado e, por isso, não é apropriado falar de traição.

Para entender a Europa de defesa de agora, seria bom lembrar que os países do antigo espaço de influência soviética, que aderiram à NATO no final dos anos 90 e já neste século, poderiam ter soberanamente optado por uma aliança com a Rússia. Moscovo havia criado uma estrutura militar paralela à NATO, em 1992, atualmente conhecida pelas iniciais CSTO – Organização do Tratado de Segurança Coletiva. Ora, na parte europeia, apenas a Bielorrússia e a Arménia fizeram essa opção. A esses Estados e à Rússia, juntaram-se apenas três países da Ásia Central, antigas repúblicas soviéticas: o Cazaquistão, o Quirguistão e o Tajiquistão. Os outros países, e são vários, ou ficaram de fora ou preferiram a Aliança Atlântica. O chamado alargamento da NATO foi, na realidade, o resultado de uma série de decisões nacionais soberanas. Por muito mediático que seja, que autoridade tem um pensador português para dizer aos povos polaco, letão, romeno ou qualquer outro, que não deveriam ter feito a escolha que fizeram? A mesma pergunta pode ser dirigida a Vladimir Putin.

À teoria das zonas estratégicas de influência, uma construção analítica que data do início dos anos 60 do século passado, mas que teve a sua origem nas movimentações coloniais e imperialistas do século XIX e que foi consolidada na Conferência de Yalta, em 1945, as Nações Unidas propõem uma nova visão. Uma alternativa que tem como fundamento o respeito dos direitos humanos e das normas universais, a resolução pacífica dos conflitos e a cooperação internacional. Isto poderá soar a idealismo e irrealismo geopolítico, sobretudo quando se tem presente a maneira de agir de Putin ou a competição estratégica entre os EUA e a China. Mas esse sim, deverá ser o estandarte dos intelectuais progressistas e de todas as pessoas razoáveis.

 

Os analistas zarolhos

Não sei se já repararam, mas alguns dos nossos analistas batem sempre em duas teclas. Primeiro, que as preocupações geopolíticas de Putin o autorizam a violar a lei internacional e a invadir um país soberano. Segundo, que a culpa da guerra e das atrocidades estarem a continuar se deve ao facto de Zelensky não se render, não aceitar as exigências do vizinho Golias. O presidente ucraniano é constantemente referido como inexperiente, ingénuo, um pau-mandado dos ocidentais. A sua eleição em 2019 com mais de 73% dos votos populares é varrida para debaixo do tapete. Preferem Putin, que é um trafulha eleitoral e um ditador.

Tudo o que escrevem e dizem anda à volta dessas duas idiotices. Não conseguem sair daí. Nunca mencionam a lei internacional, os princípios da coexistência pacífica, o respeito pela soberania nacional dos outros Estados. Mas andam convencidos que são mais espertos do que os outros, que enxergam o que os outros não conseguem ver. Na verdade, são meros zarolhos ideológicos.

 

Os nossos especialistas

A invasão da Ucrânia a mando de Vladimir Putin permitiu-nos saber que a nossa comunicação social está cheia de cronistas especializados em assuntos e estratégias internacionais. Gente que passou anos a escrever sobre política interna e outras intrigas semelhantes disserta agora sobre a Ucrânia, a Rússia, Vladimir Putin, Vlodymyr Zelensky, a NATO e assim sucessivamente. E fazem-no com muitas certezas, que copiaram de outros ou do que ouviram nas televisões estrangeiras. Para quem, como eu, passou mais de quatro décadas a trabalhar em questões internacionais, ler essas crónicas não é fácil.

Mas para além desses, temos os jornalistas e correspondentes que foram destacados para o terreno. Esses sim, é de admirar. Sobretudo os que foram ou estão na Ucrânia.

O Sebastianismo anda muito mexido

Os media de referência em Portugal tratam as opiniões e iniciativas do Presidente da República de modo venerando. Há mesmo, ao nível do subconsciente, uma espécie de sentimento de inferioridade, por parte dos principais directores e editores da nossa comunicação social.

E, pouco a pouco, vão criando um novo ente superior, que poderá, no momento oportuno, tomar o lugar que com o tempo o actual Presidente terá de deixar vago.

Na verdade, certos media acreditam na reencarnação. Ou seja, o mítico D. Sebastião continua a aparecer, em pleno século XXI, nas redacções de certos medias. Nestes tempos de incertezas, de horizontes pouco claros, faz bem à saúde patriótica ver gigantes a avolumarem-se 

 

PSD: a escolha dos jornalistas

A comunicação social portuguesa parece já ter decidido quem deverá ser o próximo líder do PSD. Sentem-se melhor com um dos candidatos. E dão-lhe projecção. É uma forma de democracia muito especial: a democracia do papel de jornal. Ou do visual. Efeitos, meus amigos, efeitos.

 

Dúvidas escritas

A maior parte das colunas de opinião que aparecem publicadas nos nossos jornais são escritas de forma superficial, atabalhoada e tosca. São uma maçada intragável. Perante essa conclusão, fico a interrogar-me se não será o mesmo com o que escrevo? E se vale a pena continuar a escrever para meia dúzia de fiéis leitores.

A discussão bravia que por aí vai

A classe política e os comentadores do costume andam muito ocupados a discutir uma nomeação partidária – do partido do governo, é óbvio – para uma comissão importante. Mas, perante os problemas que o país enfrenta e as reformas estruturais que deveriam ser discutidas e feitas, isto é uma ninharia. O pessoal agarra-se a ninharias com unhas e dentes. Confunde, assim, o acessório com o que é essencial. E quem está no poder, goza.

 

A guerra também se ganha na frente da opinião pública internacional

A destruição, que hoje ocorreu por decisão e acção das autoridades israelitas, do edifício que acolhia os escritórios da Al-Jazeera e da Associated Press em Gaza ficará na história da região e de um conflito que não tem tréguas. Independentemente do resto, tratou-se de uma decisão com altos custos políticos. Na guerra da opinião pública internacional, que é uma frente de combate que também conta e muito, foi um imenso tiro nos pés que Benjamin Netanyahu decidiu arriscar. E acertou em cheio. Não teve em conta, além disso, que a mesma opinião pública já não tinha qualquer tipo de simpatia pelo governo de Netanyahu. Nem pelas linhas políticas que o fazem agir como age.

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