O peso pesado e o motorista da nova geração
O gigante que estacionou esta manhã à minha porta tinha 17 metros de comprimento. Na sua viagem para Norte, viera cheio de pacotes de batata frita, produzida na região de Mafra e transportada para a Alemanha, para responder à procura interna desse país. Tudo bem português, mas escrito em alemão. Na volta para Portugal, o gigante levará na sua enorme barriga – uma maneira de falar – os meus pertences. Assim funciona o mercado comum. E só assim é possível transportar mercadorias a um preço competitivo.
O motorista trabalha nisto há 12 anos. Reside em Peniche e anda sempre para trás e para a frente. Conhece as estradas desta parte da Europa, incluindo as voltas que há que dar para que se evite os engarrafamentos à volta de Paris. Para além das estradas e das áreas de repouso, pouco mais conhece. Por isso, convidei-o a ver a vivenda que agora passou à minha história. Nunca havia entrado numa casa desse tipo. Ninguém vê nele a pessoa que está por detrás da função de motorista de pesos pesados. Creio que não se irá esquecer do convite.
Bom regresso, é o que agora precisa. Como nós.