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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

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Donald Trump e os Talibãs

Hoje escrevi a minha crónica semanal para o Diário de Notícias, depois de uma pausa de duas semanas. A crónica será publicada na edição de amanhã. E tinha forçosamente de ter como tema o Afeganistão. Esse é o assunto por excelência, neste momento. Mas muito se tem escrito sobre o Afeganistão. Incluindo prosas emocionais e pouco realistas. E muita repetição de ideias feitas.

O desafio era enorme. Que escrever, a partir de que ângulo, de modo a acrescentar algo ao debate, sem maçar o leitor com mais do mesmo? O leitor verá como tentei dar a volta a esta questão. E como procurei não esquecer as pessoas, mesmo quando a escrita é sobre questões geopolíticas.

O papel nefasto de Donald Trump esteve sempre presente na minha mente, à medida que o texto avançava. Tinha a intenção de mostrar o que aconteceu à volta do acordo que Mike Pompeo assinou, a mando de Trump, a 29 de Fevereiro de 2020, e de como esse processo abriu o caminho para a tomada do poder pelos Talibãs.

Acabei por não o fazer. Mas é algo que terá que voltar à baila. Joe Biden assumiu as suas responsabilidades. Trump também deve ser confrontado com as suas.  

  

 

Rússia e o amigo Donald

https://www.dn.pt/edicao-do-dia/19-dez-2020/a-russia-a-letras-gordas-13150968.html

Este é o link para o meu texto desta semana no Diário de Notícias. 

Entretanto, o ainda presidente Donald Trump veio contradizer tudo e todos, incluindo o seu querido Mike Pompeo. Veio dizer que talvez não tenham sido os russos que têm andado a espionar os diferentes departamentos estratégicos federais e as grandes empresas americanas. Não há dúvida, como já se sabia, que Trump está no bolso de Vladimir Putin. Também não tenho dúvidas sobre o seguinte: a sua saída do poder, por haver perdido as eleições, é um grande alívio. Trump é um líder muito perigoso. 

A equipa da fraude

Creio perceber que vários dirigentes europeus já atingiram o ponto de saturação no que respeita a Donald Trump e aos seus. A palhaçada que foi a conferência de imprensa de hoje, em que o advogado de Trump, Rudy Giuliani, meteu os pés pelas mãos, descreveu uma conspiração que não consegue provar e acabou com a tinta do cabelo a correr-lhe pela cara abaixo e a manchar a sua camisa branca, foi uma ilustração do ridículo, da loucura e da maldade que anima essa gente. Há fraude, sim senhor, e eles, Trump, Giuliani e companhia são a fraude.  

Para completar o dia, os europeus olharam com estupefacção para a visita do evangélico Mike Pompeo a territórios que Israel ocupou. E pensaram que já é mais do que tempo para ver esta gente fora do poder. Como decidido, aliás, pelo povo americano, que votou maioritariamente por Joe Biden.

Ainda sobre a Conferência de Munique

Mike Pompeo discursou hoje na Conferência de Munique sobre a Segurança. No meu blog em inglês https://victorangeloviews.blogspot.com/2020/02/the-munich-conference-and-european-views.html faço um comentário sobre a sua intervenção e o estado das relações entre a Europa e a Administração de Donald Trump.

Pompeo é um orador com muita presença. Mas a verdade é que o seu discurso não convenceu os europeus. A Europa olha para a América de Trump, Pompeo e dos outros da mesma série, com uma perplexidade enorme. E o que se passou hoje em Munique, a recepção bem-educada mas fria que a assistência deu às palavras vindas do outro lado do Atlântico, mostrou que as linhas que já foram paralelas estão agora em divergência.

Para além das lições que mencionam no meu texto em inglês, ficou bem claro que a Europa tem que definir uma posição clara e autónoma perante as grandes questões da paz e da segurança. No passado, isso significava uma aliança muito estreita com os Estados Unidos. A linha de orientação para o futuro terá que assentar num processo crescente de autonomia. Uma ligação demasiado estreita poderá significar, num futuro que se prevê de grandes tensões globais, um arrastamento para tomar parte num conflito que não será no nosso interesse.  

 

 

Os Estados Unidos e o Irão

A decisão de autorizar o ataque mortífero contra o General Qassem Soleimani levanta muitas questões e abre a porta a um bom número de incertezas. Na minha opinião, foi tomada no seguimento de dois acontecimentos que a Administração americana considerou como especialmente marcantes.

Um, foi o ataque, por manifestantes próximos das milícias que o Irão apoia no Iraque, contra a embaixada dos Estados Unidos em Bagdade. Nos círculos dirigentes, em Washington, esse incidente é visto como muito sério, para além de lembrar o que aconteceu em Teerão há quarenta anos. Para a liderança americana, a investida contra a embaixada é algo que não pode ficar sem resposta.

O outro acontecimento foi o exercício militar naval que o Irão levou a cabo, há uma semana, em conjunto com a China e a Rússia. A actual Administração americana não queria que qualquer desses três países pensasse que essas manobras marítimas teriam qualquer possibilidade de a intimidar ou diminuir o seu espírito de resolução. E essa determinação e firmeza tinham que ser demonstradas sem margem para equívocos.

Ao decidir, o Presidente Trump também deve ter pensado no impacto que essa acção de força teria no seu eleitorado. Estamos num ano político decisivo para ele. Precisa de mostrar que não hesita, nem tem estados de alma, quando se trata daqueles que são apresentados como os inimigos dos Estados Unidos.

Mas temos aqui vários problemas.

Um deles, é que actuar para mostrar força, na base do princípio do olho por olho, dente por dente, é inaceitável. Abre as portas à violência e deita para o lixo certas normas básicas das relações entre os Estados. É um retrocesso histórico. Não se pode construir a paz com base na retaliação. A comunidade internacional tem outros mecanismos para tratar dos conflitos e para fazer reflectir os governos que não obedecem às regras estabelecidas.

Outro, é que este tipo de decisões não pode ser tomado sem se medirem todas as consequências que poderão ocorrer em seguida. A análise que faço das declarações de Mike Pompeo é que essas consequências não foram tidas em conta. O Secretário de Estado (Ministro) fala agora de baixar a tensão na região, após um acto que leva inevitavelmente a uma escalada. Parece aquele vizinho que passa a noite com a música aos berros e na manhã seguinte me diz nas escadas que estamos todos a precisar de repouso e tranquilidade.  

Um terceiro aspecto, tem que ver com a legalidade e a moralidade deste tipo de acções. Este é um assunto que não pode ser ignorado. A própria guerra tem as suas regras. Vários académicos se têm debruçado sobre a questão. E a opinião maioritária vai no sentido contrário ao que agora aconteceu.

Como também não se pode ignorar a discussão sobre a doutrina militar que está por detrás da chamada “decapitação” dos movimentos hostis. Não me vou alongar sobre esse tema, mas a verdade é que a validade da teoria que advoga a eliminação dos líderes como maneira de solucionar um conflito tem muito que se lhe diga. Muitas vezes, o líder morto é substituído ou por outro ainda mais radical ou então pela fragmentação do movimento e um novo nível de perigosidade, amorfa e mais difícil de combater.

Ao fim e ao cabo, tudo isto é bem mais complexo do que muitos nos querem fazer crer. E essa complexidade aumenta exponencialmente quando um personagem como Qassem Soleimani é assassinado por um grande Estado ocidental.

 

 

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