O relatório da UNICEF agora divulgado confirma aquilo que o Ministério da Educação finge que não vê: que existem muitas ocorrências de bullying nas escolas portuguesas. O elevado número de casos revela, por outro lado, que deixou de haver autoridade em grande parte das escolas e que os jovens trazem para os estabelecimentos de ensino a violência que se vive em muitos segmentos da sociedade portuguesa.
O Ministério da Educação não dá a atenção devida à violência entre alunos. Tem sido assim já há alguns anos. Quando aparece um caso mais público, inventam-se escusas e aposta-se no tempo, que tudo faz esquecer. Das duas ou três vezes que falei sobre o assunto com responsáveis do ministério, houve uma espécie de reacção epidérmica, um tendência para negar a existência do problema
O “bullying”, como é conhecida a prática de humilhar, ofender e agredir alguns alunos por outros, precisa de ser tratado com mais seriedade. É algo que deve ser objecto de uma tolerância zero.
As praxes académicas têm, elas também, muitos aspectos que são actos de “bullying”. Nestes casos, e tendo em conta que são da responsabilidade de alunos com idade para serem responsabilizados criminalmente, o recurso à justiça deve ser uma das maneiras de responder a esses atentados à integridade das vítimas.
Continuar a fingir que o problema não existe é inadmissível