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Crescemos quando abrimos horizontes

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A guerra cibernética

Estamos à beira de ataques cibernéticos em massa contra alvos na Ucrânia e nos estados-membros da União Europeia. Os objectivos são de duas ordens: criar uma complexa paralisia de serviços essenciais; roubar informação sensível.

O ataque contra o Ministério dos Negócios Estrangeiros português terá visado a obtenção de informação sensível. Aparentemente, foi um ataque com sucesso.

 

Os nossos diplomatas

Já agora, que o assunto está na imprensa popular, queria acrescentar que o serviço diplomático português é constituído por homens e mulheres que se situam entre o que há de melhor na função pública do nosso país. Acrescento, ainda, que isso não quer dizer que não haja gente de muita qualidade noutros serviços do Estado. Só que na diplomacia, a média está certamente acima da média.

Embrulhadas diplomáticas de um ministro

O próximo Secretário-Executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) deverá ser eleito na cimeira de Julho deste ano. O Embaixador Murade Murargy, moçambicano, terminará, nessa altura, o seu segundo e último mandato.

Depois de Moçambique, por ordem alfabética, vem Portugal. Como a sede da CPLP está em Lisboa, a tradição diplomática tem sido a de não escolher um português como Secretário-Executivo. Neste caso, São Tomé e Príncipe deveria propor o nome do próximo líder do secretariado. E está preparado para o fazer.

Entretanto, o novo ministro português dos Negócios Estrangeiros resolveu, desde o início da sua entrada em funções, que Portugal apresentaria um candidato. Os estatutos da CPLP permitem-no, mas a prática da casa tem sido outra. Por isso, o anúncio do ministro, que foi entretanto repetido várias vezes pelo próprio, sem que ninguém lhe perguntasse nada mais sobre o assunto, tem estado a causar mal-estar nos países africanos próximos de São Tomé, para além da inquietação que provoca em São Tomé.

Vai ser interessante ver como se irá desenrolar esta situação diplomática.

 

As machadadas de Machete na liderança do Primeiro-ministro

Não escrevi aqui sobre as recentes declarações do Ministro dos Negócios Estrangeiros, aquelas que abertamente violaram o que deve ser considerado segredo de Estado. Ou, dito de outro modo, o que qualquer um, na normalidade do seu juízo, teria reconhecido como matéria altamente confidencial, por tocar em questões ligadas ao terrorismo do ISIS, ou Estado Islâmico, e também por colocar em risco a integridade física dos visados. Não escrevi por considerar que no caso do ministro em questão não vale a pena estar a perder tempo. Já outrora falara sobre a sua falta de competência para o lugar que ocupa. Disse-o duas ou três vezes. Ninguém com autoridade ligou a essas observações. Alguns disseram mesmo que a crítica teria outras intenções. Se voltasse a escrever agora sobre a nova argolada monumental – e sancionável criminalmente, perante a lei que rege o Segredo de Estado – seria chover no molhado, voltar a frisar que o homem não sabe o que o que anda a fazer nas Necessidades. Nesta altura do ciclo político, já nem vale a pena estar a repetir o que todos sabem. Mas trato hoje do assunto para sublinhar que é um erro grave, mais um, o Primeiro-ministro não reconhecer que estas coisas têm importância. Passar por elas a fingir que não há problema é uma prova de falta de liderança. E quando a liderança falha ou não se assume, nas próximas eleições trata-se do assunto como deve ser.

Angola e os Estados Unidos

John Kerry esteve hoje em Luanda. Teve um encontro com José Eduardo dos Santos. Foi um encontro cordial, que os interesses em jogo são muitos. Os EUA querem ver Eduardo dos Santos em Washington em Agosto, na cimeira quer Obama organiza e para a qual convidou os chefes de Estado africanos. É uma presença importante, sobretudo porque o presidente angolano é um ausente notório das várias cimeiras que outros convocam.

 

Não esteve, por exemplo, na cimeira da EU com a África, que teve lugar em Bruxelas nos inícios de Abril.

 

Mas visitou a França na semana passada. Uma visita com um enorme significado político. E, por isso, os americanos não querem ficar para trás.

Angola é um grande mercado para as multinacionais americanas. É, igualmente, um actor com peso na África Central. No Congo-Kinshasa e na República Centro-africana. Tem meios militares e logísticos que outros, nessa região, não têm. E pode ser um contrapeso no equilíbrio de forças regional. Em relação ao Chade, por exemplo. Só que o presidente do Chade também esteve há pouco em Luanda, numa jogada de antecipação.

 

No meio de tudo isto, Portugal vai ficando fora de jogo. Quer em termos bilaterais, quer ainda através da CPLP. A política africana de Lisboa é cada vez mais tímida e menos informada. A equipa de amadores que dirige as Necessidades é isso mesmo. Amadores.

Angola e Portugal, uma parceria que conta

As reacções em Portugal às palavras do Presidente de Angola, que declarou não ser apropriado, de momento, prosseguir o projecto de uma parceria estratégica entre o seu país e o nosso, parecem-me desmedidas. José Eduardo dos Santos tentou fazer pressão sobre Portugal, de modo aberto e em público. A esse tipo de actuações responde-se, em diplomacia, com uma ou duas frases simples, apenas para reafirmar a importância que Portugal dá a um relacionamento excepcional com Angola.  E para acrescentar que a cimeira prevista para Fevereiro de 2014 é tida, em Lisboa, como uma prioridade de primeiro grau das nossas relações exteriores.

 

E mais não se deveria dizer.

Piruetas a torto e a direito

No seu comentário televisivo de hoje, Marcelo fez uma série de piruetas mais ou menos infelizes e intelectualmente desonestas, para tentar salvar a reputação do Ministro Machete. Ou seja, a amizade e a cumplicidade partidária foram mais importantes que a análise isenta.

 

Na verdade, o ministro aparece na fita deste novo governo apenas como um expediente de última hora, para tentar calar os velhos barões e baronesas do PSD, que Machete bem representa. É que a “velha escola” do partido estava furiosa com o peso dado ao CDS e a Portas, na nova estrutura governativa. Ao colocar um representante dos “antigos” num posto do governo de grande importância e prestígio, Passos calou o ruído que as baronias estavam a preparar.

 

Na verdade, contou mais o clima interno dentro do PSD que o interesse nacional. Que com Machete no MNE fica seguramente mal servido. 

Só pesos-pluma nos Negócios Estrangeiros

Quanto mais aprofundo a análise mais convencido fico que a nova equipa dirigente, agora colocada à frente do Ministério dos Negócios Estrangeiros, é muito fraca. Será, mesmo, a mais débil, no seu conjunto, dos últimos vinte e tal anos. A começar pelo ministro, que mais não foi, em toda a sua vida profissional que um sabido oportunista político, desligado do país real e do resto do mundo, sem pensamento próprio. E a continuar nos secretários de Estado, que valem o que valem, ou seja muito pouco, ou mesmo nada, se olharmos ao seu valor a partir da perspectiva das relações internacionais e dos interesses de Portugal no mundo. 

Necessidades...

Sou dos que pensam que é sempre uma má ideia ir buscar um embaixador em exercício, por mais brilhante que seja, e coloca-lo em seguida à frente das Necessidades. As experiências passadas não fazem senão confirmar esta minha maneira de ver.

 

Digo isto apesar do apreço que tenho pelas qualidades profissionais de muitos dos embaixadores, e, em particular, do meu amigo Nuno. Nuno pertence à nata da nossa diplomacia, é bem verdade. Mas teria sido um erro descarrilar a sua carreira diplomática, que ainda tem muito para oferecer, com um lugar político que, nas circunstâncias de hoje, é muito precário.

 

A escolha do novo ministro dos Negócios Estrangeiros foi, na minha opinião, uma decisão de recurso. Alguém terá dito não – não quero mencionar nomes – e foi-se assim buscar um homem que dá garantias de não fazer ondas e de saber ouvir os ventos que sopram, vindos do Atlântico Norte. 

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