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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

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Crescemos quando abrimos horizontes

O par que manda em todos nós

Para mim, a ambição dos dois senhores é clara. Trata-se de ficar no poder o tempo do mandato, num dos casos, e no outro, tanto tempo quanto possível, sem fazer ondas nem ter que enfrentar grandes tempestades. Não são líderes transformadores, nem têm essa intenção. É verdade, como diz o articulista, que poderiam aproveitar o poder que têm para proceder às transformações que o país precisa, de modo a não ficar cada vez mais longe da média europeia. Mas isso exigiria espírito patriótico de missão, uma visão progressista do futuro, uma compreensão das mudanças que são necessárias, uma coragem política que nem um nem o outro possuem ou não querem assumir.

Pese aos meus amigos, mas a realidade é simples de entender. Gere-se o quotidiano, com o menor risco possível. E nada mais.

Uma situação destas convém aos interesses estabelecidos. Não são postos em causa, não têm de enfrentar desafios desestruturantes e ficam tranquilos, por saber que não será dado espaço a quem esteja a pensar fora dos padrões correntes. O marasmo tranquilo agrada a quem tem grandes interesses para defender.

Vendem-se assim as ilusões habituais: que somos os melhores, os mais seguros, os que comem as melhores sardinhas, que o paraíso fica aqui em casa. Também nos fazem acreditar que anda meio mundo a tentar mudar-se para cá. Quando lhes digo que um conhecido meu preferiu gastar muitos milhões de euros na compra de uma propriedade na Suíça, à beira civilizada do Lago Léman, do que pagar 2 ou 3 milhões por uma vivenda mais ou menos equivalente, mas no caos que é o Carvoeiro, não acreditam. Não entendem que quem tem muito dinheiro e não precisa de um Visto Gold vai para outras paragens, amenas e bem organizadas.

Vale a pena falar destas coisas?

Acho que sim.

Mudar de rumo após a crise

Com a saída progressiva do confinamento, estão a aparecer vários grupos de discussão sobre as mudanças que deveriam ocorrer, na nova era que se segue à crise do coronavírus. A intenção é clara e generosa: reconstruir o que foi desestruturado mas fazê-lo com grande respeito pelas pessoas e pela natureza. Ou seja, reorganizar a sociedade e as economias de um modo mais inteligente, saudável e sustentável. As ideias não serão novas. Há algum tempo que se fala da necessidade de mudar o mundo. O que é novo é o ímpeto que esse movimento de ideias está a ganhar. Esse ímpeto existe porque estamos perante uma oportunidade de mudança.

A grande questão continua a ser a do poder. Como influenciar quem tem poder, seja ele político ou económico. Essa questão não é fácil de responder. Greta Thunberg e Malala Yousafzai mostraram que é possível chegar aos ouvidos do poder. E obter promessas. Há que continuar nessa via, mas com mais vozes e grandes alianças de gente influente. Este é o momento, por exemplo, que deveria captar as atenções dos multimilionários altruístas e dispostos a financiar grandes causas. Têm agora uma oportunidade única de influenciar o rumo de certas visões do mundo de amanhã. A filantropia é uma prática que pesa muito nalguns países, sobretudo nas economias mais avançadas.  

No entanto, o poder está acima de tudo nas mãos de quem controla os Estados. Quando o Ministro das Finanças francês, Bruno Le Maire, anuncia, como o fez hoje, que o seu governo já mobilizou 450 mil milhões de euros para voltar a pôr a economia nacional de pé, ficamos a perceber onde está a capacidade de influenciar as coisas. Também percebemos que a preocupação de quem está no topo da pirâmide política é claramente a de voltar à situação que existia em Fevereiro. Não parece haver a preocupação de desviar o percurso. Creio, no entanto, que muito do que aí vem será diferente do que se conhecia no início do ano. Por isso, há que continuar a discussão sobre um mundo diferente.

O mundo aos dez anos

A minha neta nasceu há dez anos, feitos hoje. Em inícios do ano, quando pensava como me iria organizar para poder estar com ela, no seu dia de aniversário, disse a mim próprio que o mundo havia mudado imenso desde 2010. E mudou, de facto. Foi acima de tudo um período de revolução digital, de aceleramento da globalização e também de tomada de consciência do enorme impacto que temos na deterioração do meio ambiente.

Essas constatações tiveram lugar em Janeiro. Janeiro parece agora ter pertencido a um outro mundo, a um passado em que tudo era diferente. Os últimos dois ou três meses viraram tudo de pantanas. Estamos no meio de uma tormenta inacreditável e imprevisível. Muitos pensam que se trata de uma calamidade passageira, sem negar, no entanto, as suas dimensões plurais e gigantescas. Acreditam que em breve voltaremos à vida que vivíamos quando começou 2020. Outros, imaginam que o mundo depois desta pandemia não será certamente o mesmo. É difícil de saber quem tem razão. Mas é um facto que vamos sair desta calamidade mais pobres, mais fechados sobre nós mesmos e mais confusos sobre o que significa fazer parte da aldeia global. Também teremos perdido uma boa parte da arrogância que havíamos adquirido ao longo dos tempos recentes.

Não falei destas coisas com a minha neta, na celebração audiovisual que ocorreu esta tarde, com cada no seu canto e no ecrã dos outros. Mas apercebi-me que havia passado uma parte do dia com os seus amigos e amigas de escola, também de modo virtual. Organizaram jogos, falaram uns com os outros, mudando constantemente do francês para o inglês e vice versa. Estava um lindo dia de sol, que acrescentou alegria à vivacidade das crianças. Esta é geração dos dez anos em 2020, a crescer num círculo de raízes diversas, com pais vindos de várias partes da Europa e não só. Uma geração que irá certamente viver num mundo que nós, os bem mais velhos, não conseguimos imaginar. Mas, aos dez anos de vida, toda a esperança e optimismo são permitidos. E possíveis, claro. É tudo uma questão de tempo.

Essa foi a lição do dia.

O mundo que aí vem

Hoje fechou a Rússia, por um mês. Cerca de um terço da população mundial está agora confinada. Uma situação destas deverá acarretar profundas alterações, em todos os domínios, uma vez terminada a crise. A reflexão sobre o mundo novo já está em curso, aqui e lá, cada um no seu canto e de modo muito incipiente. Os políticos prefeririam que tudo voltasse a ser como dantes, como em Janeiro de 2020. Seria como um simples despertar de um pesadelo horrível. Creio que não será assim. A maneira de trabalhar, a organização da economia, as viagens e o relacionamento com o longínquo, o pensar estratégico, as relações entre as pessoas, a atitude perante a natureza e o ambiente, as escalas de valores e o discurso social, tudo isso poderá conhecer transformações profundas. Penso que seria importante pôr um grupo de reflexão em marcha, com o objectivo de reflectir sobre essas possíveis alterações. Talvez isso pudesse ser uma iniciativa do Secretário-geral da ONU. Ou de uma fundação com The Elders.

A relevância da acção cívica organizada

No meu blog em inglês, escrevo hoje, de modo breve, sobre os movimentos de cidadania. Procuro resumir a análise a três pontos: a importância desses movimentos em termos de câmbio social; o uso das plataformas sociais e da comunicação social convencional; e as razões que explicam os sucessos que certos movimentos obtiveram.

O blog está disponível aqui:

https://victorangeloviews.blogspot.com/2019/07/the-critical-importance-of-civic.html

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