Conselho de Segurança
Amanhã, apresento um relatório ao Conselho de Segurança sobre a situação no Chade e na República Centro-Africana.
A insegurança ao longo das fronteiras com o Darfur, quer no Chade quer na RCA, impede o trabalho humanitário de apoio aos refugiados, às populações deslocadas e aos grupos vulneráveis. Os riscos para o pessoal das Nações Unidas e das ONGs são um facto da vida quotidiana. Por outro lado, o recrutamento para fins de guerrilha de jovens e crianças nos campos, por grupos rebeldes, tem lugar de um modo sistemático e com toda a impunidade.
As estruturas da administração do Estado, ao nível local, são muito insuficientes e têm uma capacidade de intervenção reduzida. Não há juízes, apenas o sistema tradicional, mas muito adulterado, de justiça funciona. As violações dos direitos humanos são frequentes e sem consequências para os responsáveis.
Vou pedir ao Conselho meios militares mais importantes, apoio logístico adicional e mais fundos para poder treinar as policias e as gendarmerias do Chade e da RCA.
Sei que certos membros permanentes do Conselho consideram que a autorização de uma força militar como a que eu vou sugerir pode tornar a mobilização de capacetes azuis para a RD do Congo mais dificil. Mas a verdade é que sem meios, num território de operações que é três vezes maior do que Portugal, quem acabará por pagar os custos serão as populações que precisam de ajuda. Sem segurança , essa ajuda será muito limitada. Nalguns casos, onde os perigos são maiores, não terá mesmo lugar.
Veremos o que o Conselho vai decidir.