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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

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Crescemos quando abrimos horizontes

Os nossos imbecis

Na Rússia profunda, completamente dominada pela propaganda imposta pelo Kremlin, é fácil perceber que a etiqueta ou a acusação de se ser “nazi” é algo muito mau. É a memória histórica a funcionar. Não se sabe o que significa exactamente, para além da associação com o regime de Hitler e os milhões de mortos que este provocou.

Por isso, Vladimir Putin diz que a liderança ucraniana é “nazi”. É a pior coisa que poderia ser, na lembrança russa. “Nazi” nada mais significa, neste momento, do que “inimigo a abater”. E justifica-se assim a guerra de agressão contra o povo ucraniano.

Aqui entre nós, os idiotas e os neoestalinistas engoliram a expressão sem dizer ai nem ui! Como têm um vasto acesso à informação, coisa que na Rússia fascista de Putin não é possível, os nossos putinistas dão provas de uma enorme e genuína imbecilidade. Além de mostrarem as suas tendências para apoiar uma ditadura, caso tivessem oportunidade para o fazer.

O génio de Charlie Chaplin e a sua luta pela democracia

Passei o serão a rever o filme de Charlie Chaplin “The Great Dictator” (1940).

É uma peça genial que deveria ser obrigatório ver e discutir nas aulas de cidadania.

Passados mais de 80 anos, as abordagens feitas no filme, e em particular o discurso final do “ditador”, são de uma grande pertinência. Uma decisão dessas – passar a fazer parte do programa educativo das novas gerações – estaria em consonância com o facto da Biblioteca  do Congresso dos Estados Unidos ter considerado “O Grande Ditador” “uma obra cultural, histórica e esteticamente significante”.

Dia de Paz na Europa

Há 75 anos assistiu-se à rendição do regime nazi alemão e ao fim da guerra que devastara uma grande parte da Europa. Foi um dia de libertação e de alegria. Passadas três gerações, o ano de 1945 parece pertencer a um passado longínquo. A uma página consignada nos arquivos da história, distante da realidade europeia de hoje. Em grande medida, assim é. A cultura bélica e imperialista de então desapareceu da cena, na nossa parte do mundo. Hoje, as divergências resolvem-se por teleconferência ou por noitadas de discussão entre os líderes, num edifício bizarro, que alberga o Conselho Europeu, em Bruxelas. Todavia, há que estar atento. Certos preconceitos nacionalistas do passado continuam vivos, incluindo no eixo duro da União Europeia. Os neonazis e outros extremistas do género andam por aí. E às portas da União temos os Balcãs, com grandes problemas que continuam a dividi-los e a criar rivalidades perigosas.

Tenho duas observações mais, que quero partilhar, neste dia de comemoração. A paz entre as nações precisa de ser construída todos os dias. E agora, as guerras não se fazem com canhões. São várias maneiras que permitem enfraquecer e dominar o adversário.

Na Alemanha, a prioridade é combater o extremismo ultranacionalista

Uma parte importante da população alemã ficou abalada pelo que aconteceu em Hanau, uma pequena e pacata cidade situada perto de Frankfurt. O extremista de direita que matou nove imigrantes vindos da Turquia mostrou a face mais violenta do racismo e do neonazismo, duas ideologias que têm estado a crescer na Alemanha. E fez pensar que incidentes deste tipo poderão voltar a acontecer.

Os neonazis e os seus compadres ultranacionalistas representam agora cerca de 15% dos eleitores. A linguagem que utilizam, as iniciativas que tomam – a mais recente foi a de publicar um livro para as crianças colorirem que é todo um apanhado de desenhos anti-turcos e anti-muçulmanos – , a inspiração identitária que os anima, a da superioridade da nação alemã, tudo isso causa arrepios aos moderados, a começar por Angela Merkel, e aumenta de modo significativo o medo que as comunidades estrangeiras sentem.   

A Alemanha é um país que funciona bem e com estilo. Mas o risco de desestabilização existe. Os líderes políticos democráticos têm aqui uma tarefa política prioritária.

 

 

Os extremistas estão a ficar ousados

O meu amigo António mora em Évora. É artista plástico e projecta, como muitos dos que praticam a sua arte, um ar de uma certa rebeldia. Fica-lhe bem, é uma expressão da sua criatividade e dá-lhe uma ar mais jovem, a ele que anda na mesma casa de idades que eu. Já tivemos menos rugas, é verdade. Mas a vida é assim.

O que não pode ser assim é o que ele conta na sua página do Facebook. Ontem à tarde, num supermercado da cidade, foi gratuitamente ameaçado por um jovem que disse não gostar de “comunas”, ou qualquer coisa desse género, e que berrou umas palavras a favor do nazismo. O António não o conhecia de parte alguma, nem andava a fazer propaganda partidária. Tinha ido, pacificamente, fazer umas pequenas compras.

Este tipo de agressividade é inaceitável. O extremismo, seja ele pró-nazi ou de qualquer outro tipo, é um problema social, para além de ser também uma questão política. Quando toma a forma de violência verbal e de intimidação, é um crime.

Aqui fica a minha solidariedade para com o António e o meu não a que tudo o que seja bestialidade em matéria de política.  

 

 

Holocausto, memória e presente

Neste 75º aniversário da libertação do campo de extermínio de Auschwitz, seria imperdoável não mencionar a data e o seu significado. 27 de Janeiro marca o dia da memória das vítimas do Holocausto. Lembra-nos que este horror, o genocídio dos europeus judeus e a execução em massa de muitas outras pessoas, aconteceu na Europa do Século XX e foi levado a cabo por gente que se achava superior aos outros. O racismo, o ultra-nacionalismo e a exaltação patriótica sem limites, a obediência cega, alimentada pelo mito da excelência da disciplina colectiva, a ditadura política, tudo isto levou o regime nazi alemão à loucura e à chacina de milhões de seres humanos.

Para além de tudo o que se possa dizer sobre o Holocausto, e da tristeza profunda que nos fica quando é evocado, a grande questão que levanto é a de procurar saber se algo parecido poderá acontecer na Europa do Século XXI. Não há resposta definitiva perante uma pergunta deste género. Mas deverá haver alguma preocupação. Os herdeiros ideológicos dos Nazis estão a levantar a cabeça, quer na Alemanha, quer noutros países europeus. Por outro lado, jovens radicais islâmicos, cidadãos de vários países europeus, têm levado a cabo acções de intimidação anti-semitas. O caso francês é o mais flagrante. Em certas localidades da periferia de Paris, em certos bairros de grandes cidades, os cidadãos franceses identificáveis como “judeus” sentem-se cada vez menos tranquilos.

Tudo isto é inaceitável. E deve ser dito com todas as letras.

 

Contra os extremismos

Tentar apaziguar os extremistas não é solução. Os extremismos, radicalismos e outros populismos não se combatem com cedências ou alianças, mais ou menos disfarçadas, com esses fanáticos. Conceder encoraja, abre espaço, permite dar a ilusão a um certo número de eleitores que os radicais têm razão, que lutam ajuizadamente pelos interesses do povo, como eles gostam de dizer. Com o tempo, esses movimentos aproveitam o espaço político assim criado e acabam por dominar a agenda, a narrativa e a liberdade de opinião. Na sua essência, os movimentos radicais são a antecâmara de um regime de ditadura.

A história da Europa do século XX mostra que os extremistas entraram na esfera do poder por meios constitucionais, em governos de minoria. Depois, pelo uso da demagogia, do engano, da sabotagem e da manipulação do ódio de massas acabaram por dominar e impor, de modo categórico e violento, a sua agenda. No final de um processo deste género surgiu sempre uma tragédia nacional.

Por tudo isto, a única maneira acertada de tratar essas correntes de pensamento passa pelo isolamento político, uma espécie de quarentena permanente, pelo denúncia da natureza nefasta dessas ideologias, enquanto fantasias perigosas, irrealistas, excluidoras, espoliadoras e totalitárias. Passa, em resumo, pelo combate político a sério, pacífico mas corajoso, que isso de dar tréguas aos facciosos e a outros sectários só lembra aos oportunistas com vistas curtas.

 

A Europa falada para Macau

Os meus comentários desta semana, para os ouvintes da Rádio Macau, incidiram sobre a recente visita de Teresa May à China, sobre a Polónia e os campos da morte nazis, as eleições que irão ter lugar em breve na Itália e ainda sobre a vitória de Anastasiades nas presidenciais de Chipre.

O link para o programa é o seguinte:

http://portugues.tdm.com.mo/radio/play_audio.php?ref=9856

Contra Le Pen e sem pena

http://visao.sapo.pt/opiniao/opiniao_victorangelo/2017-04-06-Inquietacoes-francesas

Este é o link para o texto que acabo de publicar na Visão on line.

E fica igualmente a preocupação que certos círculos europeus partilham - e com toda a razão - no que respeita à eleição presidencial francesa.

François Hollande ficará na história francesa com uma nota fraca. Seria terrível se a essa nota se viesse juntar a impressão que a sua acção política teria aberto as portas do Eliseu à extrema-direita que Marine Le Pen encabeça.  

Espinhas e outras comparações

No mercado central de Riga, as espinhas de salmão fresco estavam hoje a € 0,60 por quilograma. Os restos da barriga do peixe, o que sobra quando os filetes são preparados, custavam € 0,70 por cada quilo. Cortados com arte, esses restos tinham uma excelente apresentação. Na sopa dos reformados – esta categoria de cidadãos constitui uma boa parte da clientela do mercado – a apresentação também conta.

 

Do outro lado, do lado da carne, o mais barato eram os nacos enormes de toucinho, pura gordura de porco cortada a preceito: 0,70 euros por quilo.

Ver e contar estas coisas dá-nos outro ângulo.

 

Mais. Devo acrescentar que tudo se passa com muita elegância e saber estar nos espaços colectivos, na rua e na praça, que a última coisa que uma pessoa deve perder é a dignidade, o respeito, a começar pelo respeito por si própria. Quem viu coisas bem piores, a ocupação nazi, os tempos estalinistas, as deportações, a repressão violenta da cultura e da língua letãs, os invernos gelados, a repressão feroz, sabe que as espinhas de peixe têm um valor relativo.

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