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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

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Crescemos quando abrimos horizontes

Um mundo novo cada trinta minutos

As televisões que funcionam como canais de notícias 24 horas por dia querem coisas novas cada trinta minutos. Se há nada de novo, dizem quem estamos num impasse. E a expressão impasse passa a ser o tema durante uns dias, com uma série de comentadores a discorrer sobre a questão. Assim se cria uma falsa realidade, sem ter em conta que certas coisas precisam de tempo para ser levadas a cabo.

 

O definhamento da imprensa escrita

Estima-se que apenas pouco mais do que 10% da população adulta francesa leia um jornal diário. E uma boa parte dessas pessoas fá-lo pela internet, sem qualquer tipo de contacto com o papel. A maioria informa-se através da televisão, ou então, ao ouvir as rádios, nas suas viaturas, enquanto se desloca na prossecução dos seus afazeres quotidianos. Porém, na verdade, a televisão é que conta.

Estas constatações obrigam a uma interrogação muito séria sobre o futuro da imprensa escrita. E não apenas em França, onde um jornal de referência como Le Monde está endividado até ao nariz, mas também em Portugal e noutros países.

Sexta-feira, 13

Em 2012, a Sextas-feiras deveriam ser abolidas. Em ano de descalabro, as piores notícias serão sempre anunciadas ao fim do dia, a poucas horas do início do fim-de-semana. É o hábito dos habilidosos da política, da economia e finanças. Assim, as pessoas e os mercados têm tempo, julgam eles, para digerir a má nova. Na Segunda-feira, a noticia já é velha e estaremos todos mais calmos.

 

Hoje, além de Sexta, era dia 13. Foi o dia, ao fim da tarde, já com a noite a cair, que foi escolhido pela agência de notação Standard and Poor's para anunciar a degradação da nota francesa. Baixou de um nível, apesar do boato durante a tarde falar da possibilidade de dois. Um verdadeira bomba. A Franca, que seria um dos pilares do fundo de estabilização de que Portugal e outros esperavam poder beneficiar em 2012, deixa de ter a credibilidade necessária. 

 

Por isso, a decisão de hoje é péssima para a França --tem custo elevadíssimos em termos do financiamento da economia nacional e das administrações do estado, numa altura em que já houvera um agravamento substancial dos impostos em 2011, mais 20 mil milhões de novas taxas, e quando está previsto um agravamento semelhante, este ano.

 

É, igualmente, como que um sismo para a zona euro. 

 

Sem contar, claro, o impacto sobre a eleição presidencial de Maio.

Incompetentes e vem aí um novo tsunami

Os sintomas de uma crise económica internacional profunda voltaram, hoje, à tona de água.

 

Os investidores estão inquietos, de ambos os lados do Atlântico, e no Extremo Oriente.

 

Com o agravamento da situação na Itália e em Espanha, a União Europeia entrou num novo patamar de confusão, num processo muito sério, que pode levar à sua implosão. A incerteza é, esta noite, bem maior do que era há dois dias, quando Berlusconi fez uma declaração sem alma nem convicção ao parlamento italiano. O homem sabia do que falava. Por isso, não se arrebatou.

 

Entretanto, a maneira como as coisas vão evoluindo em Portugal também nos deixa boquiabertos.

 

A Assembleia da República começa a mostrar que muitas das novas caras não têm um mínimo de competência e de representatividade que justifique o estarem lá. Os gabinetes ministeriais estão a ir pela mesma linha e a recrutar infantes sem currículo. O Conselho de Estado, pelo seu lado, adquiriu mais uns patuscos, conhecidos pelas ideias retrógradas que defendem, pela manha que os anima e pelos desastres públicos a que estão associados.

 

Com equipas dirigentes assim, nem a umas ondas de marés vivas se consegue responder. Ora, o que aí vem, ao nível internacional, parece ser um tsunami.

Recompensas, sim ou não?

O Governo espanhol terá pago 8 milhões de euros ao grupo terrorista que afirma ser uma filial magrebina da Al-Qaida. Assim conseguiu obter a libertação de dois cidadãos espanhóis que se encontravam reféns, nas mãos dos criminosos. Já em Maio deste ano, a Itália havia pago ao mesmo grupo 3,6 milhões, também para obter o resgate de dois italianos. E a Áustria teria, em Abril de 2009, desembolsado 2,5 milhões, por motivos similares.

 

A França e o Reino Unido, apanhados em situações idênticas, resolveram não pactuar. Em ambos os casos, os raptados foram executados pelos terroristas.

 

A regra é que não se pague. Não se deve recompensar os actos terroristas. Nem deixar que o rapto se converta numa actividade rentável.

Um problema humanitário

A tragédia do Quirguistão tem passado relativamente despercebida. Estamos numa altura de muitas notícias, do futebol ao desaparecimento do gigante literário que foi Saramago, com mais uns Pereiras pelo meio e umas mentiras que não cabem em nenhum saco, todos os partidos com receio de contribuir para a queda do Governo, que, coitado, anda de rastos, e mais espaço não sobra. Os media não são supermercados da informação.

 

O Quirguistão é duas vezes maior que Portugal. Tem cerca de 5,5 milhões de habitantes, encontra-se perdido numa das zonas geopolíticas menos estudadas. Mas é uma das zonas que se está a tornar estrategicamente muito importante. Na vizinhança do Afeganistão e do Paquistão, via de trânsito do ópio, alfobre de recrutamento de fundamentalistas, às portas de regiões muito instáveis da China, tudo isto tem que ser tido em conta.

 

 Se cerca de um milhão de pessoas foram, de facto, afectadas pela crise e obrigadas a fugir das suas áreas de residência, temos aqui um problema humanitário a sério. E uma questão política de grande complexidade.

Sobre o Euro e o resto

O meu texto na revista Visão desta semana percorre os desenvolvimentos recentes à volta da desvalorização do Euro e dos políticos.

 

Como o escrito é lido em Bruxelas e noutros corredores do poder, é importante ir além da crítica. Tento, assim, esboçar uma ou duas propostas. Mas acima de tudo, o que é preciso é calma, bem como vistas largas, que nos façam entender as tendências e não apenas o dia-a-dia.

 

A calma é a melhor receita quando a situação é complexa. Um olhar para lá do horizonte ajuda a colocar o problema numa perspectiva mais englobante. Só o especulador, de todo o tipo, é que trabalha na base do curtíssimo prazo.

 

Claro que gostaria que tivessem a paciência de ler o meu trabalho. E mesmo, de fazer um pequeno comentário.

 

http://aeiou.visao.pt/a-europa-pela-positiva=f559886

Nem pouco mais ou menos

 

Foi um dia de exageros. A empresa a que estou ligado, de consultoria e relações internacionais, comunicou à Lusa que eu iria fazer parte de um Think Tank, um grupo de reflexão agora criado pelo Conselho da Europa para aconselhar o Centro Norte-Sul. Da comunicação em inglês, feita a partir de Londres, à tradução em português, o que era uma coisa simples, passou a ser outra. E o despacho foi enviado para os jornais, a dizer que eu iria ser o director executivo do Centro. E a imprensa pegou no assunto e a "notícia" saiu aos pulos, por toda a parte. Tudo com base num despacho equivocado, pobre jornalista que o escreveu.

 

Entretanto, eu estive toda a tarde fechado num aeroporto e num avião. Ao chegar ao destino, tinha uma série de mensagens de gente amiga a dizer coisas bonitas. Gosto, claro, de coisas bonitas. Mas neste caso, estávamos muito longe dos factos.

 

Um exagero. Um equívoco. Um erro.

 

Devo, no entanto, acrescentar que me sinto muito honrado por ter sido convidado para integrar este novo Think Tank. Que é uma excelente iniciativa, pois é fundamental reflectir sobre as relações entre a Europa e os países do Sul, em particular os da outra margem do Mediterrâneo.

 

Tudo isto aconteceu no dia em que me preparava para a reunião de planificação da formação que irá decorrer no quadro da NATO. Ou seja, numa altura em que estou muito ocupado com a manutenção da paz, o que me deixa pouco tempo para outras guerras.

 

 

 

 

Um jantar português, sem rebeldes

 

Luís Amado jantou hoje em N'Djaména com a comunidade portuguesa. Com os elementos do GOE, profissionais de qualidade, que asseguram a minha protecção pessoal. Com os oficiais da PSP, gente boa e dedicada, que estão a formar a polícia do Chade. Com o Leonardo C., que coordena a segurança dos trabalhadores humanitários junto à fronteira com El-Geneina, a cidade do Darfur que é um ninho de ratos armados. O Leonardo vive no nosso campo militar de Farchana, no meio do nada. Almoça frango com arroz, na messe dos soldados do Gana, e janta arroz com frango. Hoje, agarrou-se a um bife de boa qualidade. É um homem de carnes. Com o Eduardo, o político da delegação da UE. Acaba de chegar ao Chade, onde vai secar durante os próximos três anos. Com todos nós, excepto os três missionários comboianos, que pregam no Sul do Chade. Missionários de Cristo em terras do diabo. Não puderam vir, não há capital para tanto.

 

O Ministro ofereceu-me uma caneta. Para quem gosta de escrever, é o presente ideal. Um presente que é um simbolo. Disse-me que aprecia o que faço. Acredito. Quase que advinharia que gostaria de estar no meu lugar. É que os rebeldes que nós temos por aqui são mais verdadeiros, mais sinceros, mais previsíveis que os que ele tem que enfrentar na Assembleia da República, em S. Bento. Sem contar com os fantasmas que percorrem os corredores das Necessidades.

 

Humildades, cambalhotas e desastres

 

Em política, é fundamental ser-se humilde. A política é um serviço. A política é um pacto de confiança entre o eleitor e o agente político. Precrário, que precisa de ser renovado de vez em quando. ´Por vezes, não o é.

 

A falsa humildade é um erro que sai caro. É um teatro mal representado. Termina em pateadas.

 

O espectáculo do senhor das Novas Fronteiras, ontem, a tentar fazer humor com a necessidade de se ser humilde, foi uma cena triste, captada pelas televisões. O pobre homem, que nos confunde todas as Segundas na TV do Estado, meteu os pés pelas mãos e saiu-se mal da cambalhota.

 

A carruagem continua por mau caminho. Creio que a surpresa que vão ter nas legislativas vai se ainda maior do que a de 7 de Junho.

 

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