As regiões africanas onde haverá, nas próximas décadas, uma explosão demográfica, estão perto da Europa, como ontem escrevia. Fazem parte da nossa área geo-estratégica mais imediata.
São, igualmente, constituídas por países onde a religião islâmica é predominante. Com o tempo, o peso relativo do Islão, na política internacional, vai tornar-se muito mais evidente. Ou seja, para além do desafio migratório que a Europa deverá ter que gerir, haverá também a perspectiva de um enorme confronto civilizacional.
As populações europeias sentir-se-ão ameaçadas. Se esta questão não for tratada com tempo, com antecedência, teremos à nossa frente, num futuro que muitos de nós iremos testemunhar, uma cadeia de conflitos entre a Europa e a vizinha África.
Os estadistas voam alto, propõem pistas, formulam planos, motivam os cidadãos. Os políticos, por sua vez, arrastam-se nas ruelas do conflito, andam às marradas uns aos outros. Personalizam tudo.
Em política, é fundamental ser-se humilde. A política é um serviço. A política é um pacto de confiança entre o eleitor e o agente político. Precrário, que precisa de ser renovado de vez em quando. ´Por vezes, não o é.
A falsa humildade é um erro que sai caro. É um teatro mal representado. Termina em pateadas.
O espectáculo do senhor das Novas Fronteiras, ontem, a tentar fazer humor com a necessidade de se ser humilde, foi uma cena triste, captada pelas televisões. O pobre homem, que nos confunde todas as Segundas na TV do Estado, meteu os pés pelas mãos e saiu-se mal da cambalhota.
A carruagem continua por mau caminho. Creio que a surpresa que vão ter nas legislativas vai se ainda maior do que a de 7 de Junho.