Hoje, o meu comentário de Domingo na CNN P
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O Presidente do Sudão, Omar al-Bashir, encontra-se na África do Sul, para participar na cimeira anual da União Africana. Em 2008, estava eu junto da fronteira com o seu país e de prevenção, o Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu um mandato de captura contra Bashir, por alegados crimes praticados no Darfur, uma vasta região sudanesa, que faz extrema com o Chade e a República Centro-africana.
Foi um alvoroço. Ninguém sabia como o Presidente iria reagir. E, na verdade, havia muito receio que essa reação pudesse ser violenta, nomeadamente contra a presença das Nações Unidas no seu país. Bashir acabou por expulsar umas tantas ONGs e, à sua maneira bem astuciosa, continuou a fazer a vida impossível à missão da ONU no Darfur.
Desde então, cada vez que viaja ao estrangeiro, o TPI faz pressão sobre os países que o acolhem, para lembrar que existe a obrigação de o deter e despachar para a Haia. Mas Bashir é um velho rato do deserto, muito sabido. Tem conseguido, com o tempo, não só continuar a deslocar-se em África, embora com muita prudência, mas também tratou de virar a opinião das elites africanas contra o TPI. O argumento é que o TPI está sobretudo vocacionado para perseguir líderes africanos.
Hoje, um tribunal sul-africano decidiu que Bashir não pode sair da África do Sul enquanto não for decidido se deve ser ou não capturado. Esta decisão preliminar é extremamente embaraçosa para o governo de Pretória. Todavia, o desfecho imediato é muito previsível. Amanhã, quando terminar a cimeira da UA, o homem pega no seu avião e regressa a Cartum. Pretória irá invocar que o Presidente do Sudão tinha imunidade diplomática, ao abrigo do protocolo que rege as cimeiras da UA e outras similares.
Nisto, quem acabará por perder, para além do TPI, que uma vez mais vê a sua autoridade ser posta em cheque, será a liderança da África do Sul. O caso vai dar mais alguns argumentos a quem se opõe à presidência de Jacob Zuma.
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