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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

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Crescemos quando abrimos horizontes

Adriano Moreira: a minha homenagem um pouco diferente

Nunca consegui ler um texto completo de Adriano Moreira. A frase inicial de cada crónica teria dezenas de palavras, várias subfases, entre vírgulas, uma salada de ideias. Tudo fora da minha capacidade intelectual. Por isso, sempre admirei os amigos meus que viam na erudição do professor, que erudição tinha em abundância, um pensamento genial. Mas tudo isso não me impede de reconhecer que desempenhou um papel intelectual invulgar, na sociedade portuguesa. Sobretudo, na vida intelectual das últimas décadas, quando, a partir de 1980, foi possível reconstruir o movimento conservador e do centro-direita em Portugal. Por isso, e pela maneira incansável como contribuiu para o debate público, até ao fim, aqui lhe deixo uma palavra de homenagem. Sem preconceitos ideológicos, pois gente como o Professor Adriano Moreira não deve ser vista apenas através de um estreito funil ideológico.

 

Ainda sobre a eleição em Lisboa

Um erro frequente em política é o de subestimar os adversários. Dir-se-ia que Fernando Medina cometeu esse erro, nestas eleições autárquicas. Ter-se-á deixado embalar pelas sondagens, que o davam largamente vencedor.

Não se percebe bem como foi possível ter sondagens com resultados tão enganadores, mas aconteceu. E o presidente cessante deve ter acreditado nelas, como aliás seria de esperar.

Temos aqui uma segunda lição, para além da que se refere ao erro de subestimar a competição. Essa segunda lição é que não se deve dar demasiado crédito às sondagens. Mesmo sabendo que a maioria das sondagens são hoje feitas com base em técnicas comprovadas, é fundamental continuar a lutar por cada voto, procurar convencer cada eleitor, mostrar que não se acredita em favas contadas.

Uma terceira lição diz respeito à arrogância. Cada candidato deve mostrar que se sente à vontade, que não se deixa levar em ondas de entusiasmo, que está ali para ser eleito e não para ser consagrado. A arrogância, verdadeira ou vista como tal, faz perder votos. É muito mal-aceite pelos cidadãos. Nos tempos da sociedade digital e do individualismo que daí nasce, cada eleitor vê-se como igual aos outros, incluindo aos candidatos. Não quer ver e não apoia quem se sente acima do cidadão lambda, do cidadão comum, do meio da escala.

A crise do ambiente e do clima

O relatório das Nações Unidas – Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) – que acaba de ser publicado mostra claramente que estamos numa situação de grande crise climática. A comunicação social deveria organizar um debate regular sobre as principais conclusões do relatório. É verdade que lhe deu a relevância que merece. Mas a partir de agora e até à COP26 em Novembro, que decorrerá em Glasgow, é fundamental que as atenções continuem focalizadas nas questões do clima, do ambiente e do que é preciso fazer para evitar uma catástrofe de enormes consequências.

Que país tão estranho

Chegar ao grande fim de semana de início de férias anuais para uma grande maioria dos portugueses e andar a discutir o 25 de Abril de 1974 e o papel de Otelo e outros só pode acontecer num país que anda em guerra consigo próprio. Ou então, mostra que a opinião que tem acesso ao espaço público é constituída por gente que deve ser de idade avançada e que já andava nestas coisas na altura, ou despertou para a política então. Uma espécie de "são sempre os mesmos".  

Também causa surpresa ver alguns dos mais novos embarcar nas mesmas guerrinhas.

Já é tempo de olhar para a história desses tempos com alguma serenidade. E de pensar sobretudo no futuro. Nessa área, isso sim, há muito para debater.

A guerra também se ganha na frente da opinião pública internacional

A destruição, que hoje ocorreu por decisão e acção das autoridades israelitas, do edifício que acolhia os escritórios da Al-Jazeera e da Associated Press em Gaza ficará na história da região e de um conflito que não tem tréguas. Independentemente do resto, tratou-se de uma decisão com altos custos políticos. Na guerra da opinião pública internacional, que é uma frente de combate que também conta e muito, foi um imenso tiro nos pés que Benjamin Netanyahu decidiu arriscar. E acertou em cheio. Não teve em conta, além disso, que a mesma opinião pública já não tinha qualquer tipo de simpatia pelo governo de Netanyahu. Nem pelas linhas políticas que o fazem agir como age.

Asneiras à brava nas plataformas e nos media

A quantidade de asneiras que por aí se dizem, sobre os mais variados assuntos, obrigariam um batalhão de pessoas a passar horas a desmentir ou esclarecer tudo isso. Eu, em geral, nas áreas que me tocam, finjo que não vejo, a não ser que esteja directamente a tratar desse assunto. Vou tentando esclarecer de modo genérico, sem pegar em cada caso, pois cada caso daria uma guerra e acabaria por ser uma perda enorme de tempo. Digo isto, depois de ver uns comentários que aí apareceram sobre a ajuda que a Alemanha nos prestou no combate à covid e outros sobre Joe Biden e as medidas que tem estado a tomar. Mas estes são apenas dois exemplos dos muitos temas que estão na moda e sobre os quais se diz um pouco de tudo.

Saber comunicar é trabalho de político

A confusão destes dias sobre a vacina da Astrazeneca mostra, uma vez mais, a importância de uma comunicação clara e directa sobre as campanhas de vacinação. Essa deve ser a responsabilidade dos dirigentes políticos. O sucesso das campanhas é essencial. Por isso, a maneira de falar sobre o assunto tem de responder às interrogações que os cidadãos possam ter e levá-los a aceitar as vacinas existentes e reconhecidas pelos cientistas. A impressão que fica é que os políticos não têm sabido comunicar sobre o assunto. Essa falha abre a porta aos promotores de teorias da conspiração. Ou, pelo menos, ao cepticismo e à irritação popular.  

A responsabilização de cada um de nós

Pouco a pouco, a nossa parte da Europa volta a um certo grau de normalidade. Fazê-lo com prudência, por etapas, é boa política. A principal mensagem que deve ser transmitida aos cidadãos é sobre a responsabilidade de cada um. O vírus ainda não está vencido, continua a circular entre nós, por isso, cada pessoa tem que assumir uma atitude que mostre cuidado e precaução. É nisso que se deverá insistir.

Digo-o por ter falado com pessoas que entendiam o relaxamento das regras como um regresso aos velhos hábitos.

Assim vamos andando

O Banco Central Europeu vai desempenhar um papel fundamental no financiamento da recuperação económica dos Estados membros. Ao anunciar que comprará toda a dívida que venha a ser emitida por cada Estado, diz-nos que não há razão para preocupações com o investimento público, incluindo nos países mais seriamente afectados pela imensa crise que resulta da epidemia de Covid-19. E para quem se tenha esquecido, quero lembrar que o BCE é uma instituição da União Europeia e que este benefício se aplica aos países da zona euro. Vale a pena estar nessa zona.

Os Estados da União que ainda estão fora da zona euro vão precisar de um mecanismo de ajuda especificamente desenhado para eles. Será aí que a questão da solidariedade se porá de modo mais concreto.

Entretanto, quem quer ganhar pontos na cena interna vai dizendo umas coisas violentas e ameaçadoras sobre o futuro da União. É uma das linhas políticas que está a dar.

Criticar é mais fácil do que procurar entendimentos. O entendimento significa que se compreende os contrangimentos de cada parte. Tal como António Costa tem que ter em conta o que pensam os portugueses, outros líderes têm que responder perante as suas opiniões públicas. São assim o xadrez europeu e o jogo democrático. A isso, juntam-se preconceitos e ideias feitas, que devem ser combatidos, não à traulitada mas sim na base do diálogo e do respeito por cada um dos povos que estão neste mesmo projecto. Quem respeita os outros tem todo o poder para pedir respeito para com os seus. Quem perde as estribeiras arrisca-se a cair do cavalo.

E há por aí muita gente pronta para cair do cavalo. Os comentários que tenho lido sobre os “coronabonds” mostram-no. Mostram mesmo gente que passou toda a sua vida na diplomacia, nas altas esferas, e que agora, já jubilados, são tão etc, etc, etc, como os outros, que tiveram uma vida mais terra a terra. Não me meto com eles, seria um erro, mas não posso deixar de dizer que as grandes crises revelam o que vai na alma e na cabeça de muita gente. O bom e o menos bom, vem muita coisa à superfície.  

 

Uma União fragmentada

Estamos numa união muito estranha. Em caso de crise grave, como a que agora temos pela frente, cada um fecha-se em casa e procura esquecer-se dos outros. É uma resposta à antiga, com pontes levadiças e a desconfiança de tudo o que é estrangeiro. O mecanismo europeu criado para responder a crises de emergência não foi accionado e nem um ventilador enviou para a Itália ou para Espanha. Ao nível de vários Estados membros, o que se ouviu até agora foram as velhas carpideiras nacionalistas, que têm lugar cativo nos ecrãs de certas televisões e influenciam negativamente a opinião pública.

Entretanto, há dois ou três dias, a China enviou uma equipa médica para ajudar a Itália no seu combate desesperado contra o COVID-19. Não vieram com as mãos a abanar. Trouxeram trinta e tal toneladas de equipamento hospitalar adequado e caixas e mais caixas de medicamentos. Isto aconteceu dois dias depois da ajuda ter sido prometida pelas autoridades chinesas.

Quando a crise viral passar, vai ser necessário ter uma conversa muito séria sobre o significa a União Europeia.

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