Você disse África do Sul, como mediadora?
O meu comentário deste fim de tarde na CNN P.
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O meu comentário deste fim de tarde na CNN P.
Temos por cá uns cidadãos que não hesitam, perante a agressão decidida por Vladimir Putin e a falta de liberdade que existe na Rússia. Estão de unhas e dentes com o ditador. Mesmo sendo claro que este é um fascista, um xenófobo e, agora, um criminoso de guerra.
Um ou outro desses cidadãos tem um nível escolar elevado. Mas isso não os impede de se alinhar e engolir todas as patranhas que Putin e os seus inventam. A mim, parece-me incompreensível que tal possa acontecer. As teorias e narrativas criadas para justificar o injustificável saem directamente de falsas e aberrantes invenções conspiratórias. Mesmo assim, essas pessoas vão na cantiga. Na maior parte das vezes, o engodo que as leva a morder o anzol tem de ver com ataques à NATO ou aos norte-americanos. Quando o isco é desse tipo, até os peixes gordos se deixam apanhar.
Alguns desses cidadãos enviam-me textos a justificar os seus pontos de vista, ou seja, em defesa dos crimes praticados por Putin contra os seus e contra os ucranianos. Esse encaminhamento de textos deixa-me boquiaberto. Certas pessoas, que eu considerava esclarecidas, acabam por se revelar assim como amigos do fascista e admiradores dos seus métodos. E fico a pensar o que seria de Portugal se essa gente conseguisse de facto chegar ao poder.
Numa coluna que hoje publica no Diário de Notícias, o embaixador russo cita-me duas vezes. E pela positiva. Fiquei, assim, a saber que pelo menos tenho um leitor fora do meu pequeno círculo de amigos.
Nos últimos dias tem-se escrito muito sobre as plataformas sociais. Em geral, para demonstrar todos os malefícios que elas estão ligados. Quem assim escreve são pessoas da elite, que têm acesso aos meios de comunicação social, onde publicam colunas de opinião ou aparecem nos ecrãs. Os seus comentários não traduzem o modo de ver do cidadão simples, que não tem acesso aos órgãos tradicionais nem maneira de fazer ouvir a sua voz. Também não têm em conta que vivemos num mundo digital, em que há uma democratização da informação, novos padrões de comunicação e muito mais gente a produzir opinião.
É verdade que existem problemas e fenómenos negativos ligados às plataformas sociais. Mas também é um facto que assistimos a um fosso crescente entre as elites e o comum dos mortais. Ao pensar nisso, é de perguntar qual é o papel das elites quando se trata de promover a boa utilização das redes sociais?
A maior parte das colunas de opinião que aparecem publicadas nos nossos jornais são escritas de forma superficial, atabalhoada e tosca. São uma maçada intragável. Perante essa conclusão, fico a interrogar-me se não será o mesmo com o que escrevo? E se vale a pena continuar a escrever para meia dúzia de fiéis leitores.
Hoje e na próxima semana não escrevo no Diário de Notícias. É um pequeno intervalo de verão. Quando se está completamente fora do ambiente habitual é difícil encontrar espaço e ambiente que possibilitem a escrita. Escrever uma coluna semanal de qualidade, que é o que procuro fazer, é uma tarefa dura, trabalhosa, delicada. Não pode ser executada entre dois mergulhos na piscina, nem a despachar, como quem apenas cumpre um ritual.
Sem optimismo não há futuro, sem imaginação não há optimismo. Esta é a minha divisa preferida, criada por mim próprio e na qual penso frequentemente. Nestes tempos, é muitas vezes necessário não perder de vista o optimismo.
Mencionei esta divisa na entrevista que ontem foi publicada pelo Diário de Notícias. E acabou por ser uma das mensagens que mais atenção atraiu. Mas havia outras mensagens na entrevista: sobre a pobreza estratégica da actual liderança política portuguesa; sobre a falta de civismo de muitos de nós; e sobre a forma caótica como se tem desfigurado o território nacional, sobretudo nalgumas regiões de grande valor e beleza natural. Todas elas chamaram a atenção de muitos milhares de leitores. O texto despertou um interesse enorme, invulgar.
Mostrou também que se pode falar das nossas realidades sem ser preciso fazer longos arrazoados. As pessoas querem ideias novas expressas de modo sintético. O resto é depois construído por elas. Isso lembra-me que o trabalho do líder é o de abrir portas e apontar para os caminhos possíveis.
https://drive.google.
Este é o link para a página do Diário de Notícias de hoje, onde está publicada a minha resposta ao conhecido questionário Proust. Procurei aproveitar a ocasião para deixar bem claras algumas mensagens políticas.
O meu amigo engoliu um pau de vassoura. Fala todo empertigado. Mesmo quando não tem informação sobre o assunto, inventa, com o ar altaneiro que o pau lhe dá. E impressiona. Há muita gente que gosta de opiniões definitivas e certezas que o não são.
https://www.dn.pt/opiniao/o-turbilhao-em-que-nos-querem-meter-13846718.html
Link para o meu texto de hoje no diário de Notícias.
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