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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

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Crescemos quando abrimos horizontes

Mundos à parte

 

Ontem acordei em Farchana, passei o dia em a correr, em N´Djaména, e segui à noite para Paris. Um dia de grandes contrastes.

Farchana é um pequena localidade no Leste do Chade, a cerca de uma hora e meia de estrada da cidade sudanesa de El Geneina. Está no centro da região mais perigosa de toda a nossa zona de operações. Homens armados atacam veículos, pessoas e bens, roubam gado, atiram com calibres de guerra, sem aviso, por dá cá aquela palha.

 

Temos uma base mista, civil e militar, em Farchana. Os civis ocupam-se do reforço administrativo e político das autoridades locais, dos direitos humanos e da justiça. Os militares fazem patrulhas, organizam escoltas e dão apoio aos polícias das Nações Unidas e à força de manutenção de ordem especialmente destacada para o Leste. A base, a partir das cinco da tarde, é como uma prisão. Não se pode sair. Cada um recolhe ao seu contentor, como quem se retira no fundo da sua cela.

 

Temos civis de todas as nacionalidades, homens e mulheres relativamente jovens. O chefe da segurança é português. Um oficial distinto da PSP.

 

Além de não haver nenhum tipo de distracção, e da comida ser sempre à base da lata, falta a àgua. Só está disponível três horas por dia. Quem volta à base depois de horas no mato, tem que esperar até que chegue o horário do abastecimento.

 

Os militares são do Gana. Eram para ser 850 e temos apenas um pouco mais de 200. Disse ao General Ganês que isto tem que ser resolvido sem demora. Diz-me que assim será em Outubro. Não podemos estar a contar com as tropas de um determinado país e depois só ter uma pequena parte do prometido. Este é um dos problemas das operações de manutenção de paz.

 

São, no entanto, muito dedicados. Demoram a arrancar mas quando o fazem, empenham-se.

 

De Farchana a Paris viaja-se do passado para o pós-moderno. Assim é o mundo de hoje.

 

 

 

 

63 000 km2 de florestas

 

Vim hoje à noite da região do Salamat, nos confins do Sudeste do Chade, a fazer fronteira com a República Centro-africana. São centenas quilómetros de planície. Árvores, árvores, a perder de vista, pântanos e rios, cheios, nesta altura de chuvas, 63 000 km quadrados de solidão e de natureza, 180 000 habitantes. Dos quais, 16 300 são refugiados que vieram da vizinha RCA. Chegaram este ano, a partir de Janeiro. Alguns dos campos, que visitei, estão situados junto à fronteira. As mulheres e as crianças constituem a maioria dos refugiados. Os homens ficaram, do outro lado da raia, nas florestas que rodeiam as suas aldeias, prontos para combater as FACA (Forças Armadas Centro-africanas, que não têm nem armas nem força).

 

Tive sorte com o tempo. Com toda uma série de percursos de helicóptero, se tivesse chovido, os riscos aumentariam. Esteve um Sol radiante. Só ao fim do dia começaram a aparecer as grandes nuvens negras dos trópicos. Acabou por chover a sério onde havíamos pousado o avião. Mas quando voltámos ao local, as chuvas haviam cessado. Sem lençóis de água e sem cabras, vacas e pessoas a atravessar a pista, levantámos voo.

 

No longo percurso de regresso a casa, um de nós acusou, de modo agudo, a má qualidade das águas, a falta de frescura das comidas, as diarreias dos sensíveis. Mas o nosso avião de hoje não tinha casa de banho. Foi um pânico a 22 000 pés.

 

 

Entebbe das flores e do Lago Victoria

 

Passei a manhã em Kampala e a tarde em Entebbe. A pouco mais de quarenta quilómetros do centro de Kampala, Entebbe, a cidade à beira Lago Victoria, é um jardim que tem no fundo das árvores um grande aeroporto internacional. É uma terra linda, limpa, bem arranjada. O aeroporto é um mimo.

 

Nem sempre foi assim. Há vinte anos, o país estava a tentar sair duma crise política profunda, a economia encontrava-se de rastos. Mas as coisas mudaram, as pessoas aprenderam a lição cívica e hoje tudo funciona. Os portugueses, que pensam que toda a África é como Angola ou a Guiné-Bissau, deveriam visitar o Uganda, a Tanzânia e outros países da África Oriental e Austral.

 

O Presidente Museveni, quando pode, gosta de falar português. Aprendeu a língua nos matos de Moçambique, ao lado da Frelimo. Fala um  português de guerrilheiro, a linguagem da guerra e das emboscadas.

 

 

Mais uma aventura de grande valor

 

Genuíno Madruga, um Açoriano dos grandes, esta' na sua segunda volta ao mundo como navegador solitário. Neste momento, encontra-se algures no Atlântico Sul, entre a Cidade do Cabo e a Ilha de Santa Helena.
 
E' um homem bom, que luta por causas maoires que o mar. Vale a pena dar-lhe apoio.
 
 

 

http://www.genuinomadruga.com/
http://umportodostodosporum.blogspot.com/2008/01/genuno-velho-amigo-vai-com-sorte-vai.html

Visitas

Ontem não deu para escrever. Foi tempo de visitas. 

 

Primeiro, uma delegação norueguesa conduzida pela Ministra da Defesa e incluindo um general e outros oficiais superiores, conselheiros políticos e diplomáticos, segurança pessoal e pessoal navegante. A Noruega vai fornecer à missão das Nações Unidas no Chade os serviços de uma companhia médica militar, durante todo o período da nossa intervenção no país.

 

A Noruega é uma nação rica e ao mesmo tempo generosa. A cooperação desse país com África é altamente apreciada.  Dá a Oslo um poder nas relações internacionais que é muito superior ao que seria de esperar de um pequeno país, perdido nos confins da Europa.

 

Depois, horas a fio com cerca de vinte deputados europeus, com assento em vários parlamentos nacionais, incluindo o francês, britânico, alemão, austríaco e belga. É importante falar com os representantes parlamentares, explicar os nossos objectivos na região que rodeia a crise do Darfur. Como também é de grande valor organizar estas visitas sobre o terreno, que permitem um melhor conhecimento  das realidades geopolíticas.

 

Embora os parlamentos nacionais estejam actualmente muito desvalorizados, a verdade é que os deputados podem desempenhar um papel de relevo, se tiverem a preocupação de o fazer.

 

 

 

 

 

Lisboa porca e mal gerida

 Copyright V. Ângelo


As notícias que me trouxeram de Lisboa dizem que a cidade está  cada vez mais suja, mais desordenada, mais mal gerida, a cair de podre e de incompetência.


É a porta de entrada em Portugal.


Segundo parece, muitos dos portugueses de Lisboa passam ao lado. Terão outras preocupações, ou tornaram-se cegos...


E a Câmara Municipal serve para quê?  Só para atribuir casas baratas aos senhores influentes da política?
 

Querem ir à escola

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fotos Copyright V. Ângelo

 

 

Estas crianças não têm pistolas de plástico e gostariam imenso de poder ir à escola. Com todo o respeito pelos professores. Com vontade de aprender, de ser alguém para além da miséria que as viu nascer.

 

Mas as escolas são poucas e as raparigas estão em grande desvantagem social. Fazem falta em casa, para ir buscar água, apanhar lenha, ajudar a tratar dos irmãos mais pequenos. E irão casar muito cedo, logo que os pais as possam fazer passar para a responsabilidade de outrem.

 

Sem educação não há futuro. Sem civismo não há progresso social. Sem respeito, somos apenas uns bichos falantes, uns monstros.

 

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